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sábado, 12 de novembro de 2011

Comentário semanal: crise na Europa guia Ibovespa à 2ª semana seguida de perdas


SÃO PAULO - Ainda com o incerto cenário da Europa em foco, o Ibovespa registrou sua segunda semana seguida de desvalorização, acumulando leve perda de 0,21% durante os pregões de 7 a 11 de novembro. Assim, o índice termina o período aos 58.669 pontos.
As ações da Telemar Norte Leste (TMAR5) voltaram a fechar a semana como o principal destaque de alta dentre os papéis que compõem o Ibovespa, com valorização de 8,24%, cotadas a R$ 55,20 cada. Enquanto isso, os ativos da B2W (BTOW3) recuaram 12,57% na semana, a principal queda dentro do índice, terminando o período aos R$ 11,55 cada.
Petro e ValeEntre os papéis mais líquidos do índice, as ações da Vale (VALE3-0,39%, R$ 45,42; VALE5-0,24%, R$ 42,15) tiveram queda na semana. A principal referência para os papéis foi a publicação do edital da OPA (Oferta Pública de Aquisição) das ações da Vale Fertilizantes (FFTL4) pela mineradora, na quinta-feira. 
Já os papéis da Petrobras (PETR3-0,21%, R$ 23,85; PETR4-0,63%, R$ 21,96) refletiram um noticiário corporativo mais movimentado, e dominado, sobretudo pela divulgação de resultados da companhia. Analistasdivergiam sobre os números que iriam ser apresentados, mantendo as ações praticamente estáveis durante a semana. Outra referência que chamou a atenção dos investidores foi o anúncio de a estatal encontrou petróleoem um poço na área de Franco, no pré-sal da Bacia de Santos.
Gregos e italianosEuropa continuou a ser a principal preocupação do mercado durante a semana. Na segunda-feira, o mercado refletia uma possível mudança de primeiro-ministro na Grécia. Alguns nomes foram especulados, mas a escolha de Lucas Papademos para o cargo só veio na quinta. O novo premiê encabeçará um governo de coalizão, reformando o gabinete ministerial, mas mantendo Evangelos Venizelos como ministro de Finanças. 
A maior referência, contudo, dessa semana foi a Itália - terceira maior economia da Zona do Euro. Na segunda, já se especulava que Silvio Berlusconi, primeiro-ministro do país, renunciaria, aumentando o grau de incerteza do mercado. O premiê italiano eventualmente prometeu deixar o cargo assim que fossem aprovadas novas medidas de austeridade, fato que só ocorreu nesta sexta-feira, abrindo caminho para sua resignação.
Autoridades importantes, como o primeiro-ministro britânico, David Cameron, já haviam classificado a situação italiana como "um perigo claro e constante". Os temores acerca do país preocupam o mercado, o que fez os yields dos títulos públicos de 10 anos alcançarem rendimento de 7,4%, marca considerada insustentável. A economia inteira da Zona do Euro se vê pressionada pelo atual cenário, fazendo com que a União Europeia reduzisse suas projeções de crescimento na região para os próximos anos.
Agenda doméstica e resultadosA agenda doméstica esteve em segundo plano durante os pregões de 7 a 11 de novembro. O Relatório Focus voltou a reduzir a projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) nacional, enquanto o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) mostrou desaceleração no avanço dos preços.
Outros importantes indicadores da economia nacional divulgados nesta semana foram a Pesquisa Industrial Mensal Produção Física - RegionalLevantamento Sistemático sobre a safra agrícola brasileiravendas do comércio varejistaPesquisa de Custos e Índices da Construção Civil e a Pesquisa Industrial Mensal sobre emprego e salário.
Embora os números da economia brasileira tenham forte relevância, especialmente em um cenário de deterioração da economia global, o principal vetor dos mercados nesta semana por aqui foi a agenda de divulgação de resultados corporativos. A primeira empresa a divulgar foi Hypermarcas (HYPE3), registrando prejuízo, assim como a MMX Mineração (MMXM3), TAM (TAMM4), GOL (GOLL4), Braskem (BRKM5), LLX Logística(LLXL3), Marfrig (MRFG3), Cesp (CESP6), OGX Petróleo (OGXP3), B2W (BTOW3) e Light (LIGT3), muitas impactadas pela grande valorização câmbial durante o trimestre.
Por sua vez, o restante das empresas tiveram lucro no acumulado de julho a setembro. É o caso de Usiminas(USIM3USIM5), AmBev (AMBV4), Cyrela (CYRE3), CCR (CCRO3), Lojas Americanas (LAME4) e Cosan (CSAN3), que tiveram, porém, menos lucro do que o que havia sido registrado no mesmo trimestre do ano anterior. Por sua vez, Itaúsa (ITSA4), BM&F Bovespa (BVMF3), Ultrapar (UGPA3), Gerdau (GGBR4), Copel (CPLE6), Rossi(RSID3), Eletrobras (ELET3ELET6), AES Tietê (GETI4), AES Eletropaulo (ELPL4), Telefônica Brasil (VIVT4) eCPFL Energia (CPFE3) apresentaram avanços nessa linha de seus resultados na comparação anual.
Agenda americana predominantemente positivaA agenda norte-americana esteve carregada na semana. Consumer Credit veio melhor do que indicavam as projeções dos analistas, assim como o Initial Claims, a balança comercial de setembro, o Treasury Budget e o Michigan Sentiment. Por sua vez, o Wholesale Inventories decepcionou o mercado.
Ainda por lá, os investidores repercutiram o discurso de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve, na quinta-feira. Bernanke afirmou que a instituição irá concentrar seus esforços em reduzir a taxa de desemprego dos EUA, atualmente em 9%, patamar considerado elevado para o país.
Câmbio e Renda FixaRefletindo a piora de humor no mercado, o dólar comercial registrou alta de 0,11% nesta semana, terminando a R$ 1,7439 na venda. A moeda apresentou desempenho quase oposto do Ibovespa, por ser um investimentoprocurado quando da piora do humor no mercado e preterido com a melhora. 
No mercado de juros futuros da BM&F Bovespa, o contrato de juros de maior liquidez nesta semana, com vencimento em janeiro de 2013, registrou uma taxa de 9,97%, queda de 0,26 ponto percentual no período.
No mercado de títulos da dívida externa brasileira, o Global 40, bônus mais líquido, encerrou cotado 131,81% de seu valor de face, queda de 0,60% na semana.
Já o indicador de risco-País registrou queda de 3 pontos-base na semana, aos 216 pontos.

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