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domingo, 18 de setembro de 2011

Marinheiros de primeira e última viagem em ações e risco


Por Marcos de Sá Masagão
São vários os motivos que fazem da atividade de "trader" uma das com maior componente emocional. O mercado é um mundo à parte, onde tudo acontece com maior intensidade se comparado com outros setores da economia. O mercado é sempre o primeiro a absorver e reagir a notícias ou fundamentos de impacto, positivos ou negativos.
Na maioria das profissões, o ciclo de realização e de materialização dos resultados é distribuído no tempo. Nos mercados, a sua competência é checada objetivamente e o acerto de contas é diário. Acertou, levou. Errou, pagou.
Nesse universo, você encontra milhares de pessoas com cabeças diferentes, analisando um monte de noticias e dados, esperados ou imprevistos, e emitindo relatórios e opiniões contrárias. Ao mesmo tempo, esses inúmeros agentes reagem nas bolsas, abrindo, fechando ou "estopando" posições. Para aumentar a tensão, você é obrigado a tomar decisões rápidas, inesperadas e, em alguns momentos, no sentido contrário ao que vinha apostando.
Você também vai ter que lidar com o sentimento de perda. Operar nos mercados é tentativa e erro. Mas temos certa resistência para reconhecer erros, não cortando logo os prejuízos. E, quando acertamos, encerramos a posição antecipadamente, alimentando o ego, mas saindo precipitadamente da aplicação e não deixando o lucro correr.
A impulsividade é mais um comportamento para o "trader" ficar atento. O mercado é uma vitrine de tentações, onde nos deparamos com enormes oscilações de um dia para outro. Somando-se às tentações, você ainda vai conviver com outros "traders", que só contam vitórias, nunca as derrotas. Tentações geram impulsividade e posições precipitadas ou atrasadas, normalmente deficitárias.
O ego de um "trader" pode ir do céu ao inferno em questão de minutos. Uma sucessão de acertos turbina a autoconfiança e a sensação de que estamos no total controle do mercado. O excesso de confiança gera euforia e ganância, que se refletem no exagero do tamanho de novas posições, ou em apostas por meio de instrumentos mais alavancados e arriscados.
O ego inflado também resulta em cegueira aos sinais mais óbvios de mudança de tendência, que ficam ofuscados pela excessiva autoconfiança. É comum, após um período de lucros, devolvermos boa parte deles em uma única aposta. Por isso, tenha sempre a consciência de que o mercado é soberano e uma hora te pegará com o pé trocado. Respeite o mercado.
Se uma sucessão de acertos leva à ganância, repetidos erros criam baixa estima, insegurança e medo. E o medo é um dos piores inimigos que um "trader" pode ter. O "trader" medroso vê o sinal de entrada no mercado, mas sempre espera mais um pouco para confirmar e acaba entrando atrasado. Na hora de sair da operação, o trader se apavora com a possibilidade da perda, "estopando" a posição antes mesmo que o sinal de saída seja confirmado.
Um "trader" com baixa estima e inseguro, descrente da sua capacidade e de suas ferramentas de análise, passa a apoiar as decisões na opinião alheia, ou ainda, sai à procura de sistemas mais rígidos e automatizados, com menor intervenção pessoal.
Ao depender da opinião de terceiros ou robotizar excessivamente seu comportamento, o "trader" anula sua capacidade de análise e sensibilidade de mercado. E mais, perde a identidade e independência na avaliação do cenário, fatores imprescindíveis para o sucesso na atividade. Maria vai com as outras não funciona nos mercados.
O "trader" deve se exercitar, parar de pensar com a sua cabeça apenas e começar a pensar com a cabeça do mercado, dos grandes. Os preços mudam de direção de uma hora para outra, muitas vezes de forma misteriosa e em velocidade maior do que a nossa capacidade de elaboração. É preciso estar aberto e preparado para acompanhar e encarar essas variações.
Pensar com a cabeça do mercado é observar a reação dos agentes aos fundamentos e notícias e seus reflexos nos preços e no posicionamento dos grandes. É não se fixar a uma ideia ou padrão, não ser premeditado ou preconcebido. É deixar-se guiar pelos ventos do mercado.
Por meio da mudança de postura, você se liberta do apego à opinião pessoal e fica livre para navegar nos movimentos direcionais que estão prevalecendo, ainda que não concorde. Não tente explicar, tente entender os mercados.
Marcos de Sá Moreira Masagão é diretor da Future Analysis Consultoria

Guia: saiba como investir dinheiro na poupança

Como funciona a poupança 
Uma poupança pode ser aberta por qualquer pessoa em uma agência bancária, por meio de um gerente.
Os documentos necessários são RG, CPF e comprovante de residência. O dinheiro aplicado pode ser retirado em qualquer momento. A quantidade mínima necessária para iniciar o investimento varia de acordo com os bancos. 

Rendimento 
O rendimento da poupança é mensal, sendo atualizado sempre na data de abertura (aniversário).
A valorização em relação ao total aplicado é sempre de 0,5% ao mês, mais TR (Taxa Referencial, calculada e divulgada diariamente pelo Banco Central). 

Riscos 
A poupança é um investimento de baixo risco. O principal problema aí está associado à eventual falência do banco onde está aplicado o dinheiro. Nesse caso, o Fundo Garantidor de Crédito garante ao investidor o valor de até R$ 60 mil. Ou seja, alguém que tenha R$ 50 mil irá recuperar tudo. Porém, se a pessoa tiver R$ 80 mil, nesta situação, perderá R$ 20 mil. A única exceção é a Caixa Econômica Federal (CEF). O banco garante 100% de devolução do valor aplicado na poupança em caso de falência.

Taxas 
O dinheiro pode ser aplicado ou retirado da poupança a qualquer momento, sem custos, desde que não ultrapasse o limite de dois saques mensais. A partir do terceiro saque, os bancos já podem tarifar. 
A regra também é válida para a realização de transferência de dinheiro da conta poupança para uma outra conta de mesma titularidade. 

Saiba mais 
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Fontes 
Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) 
Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 

Guia: como aplicar dinheiro em CDB e RDB

 
O que é CDB e RDB
Por meio do Certificado de Depósito Bancário (CDB) e do Recibo de Depósito Bancário (RDB), as pessoas emprestam dinheiro aos bancos, emissores destes títulos, e recebem, depois de um período determinado no momento da negociação, o dinheiro corrigido com juros. Para iniciar o investimento, é necessário procurar um gerente para abrir uma conta investimento no banco. É preciso apresentar RG, CPF e comprovante de residência. Os valores mínimos que devem ser investidos variam de acordo com a instituição financeira. 

Diferença
A diferença entre os CDBs e os RDBs é que os primeiros podem ser negociados antes da data de vencimento (quando o banco paga o investidor). O dinheiro é liberado no mesmo dia em que é solicitado. 

Rendimento 
Os CDBs e os RDBs são títulos de renda fixa e podem ser pré-fixados (é possível calcular quanto irá ganhar na data de vencimento do título) ou pós-fixados (nesse caso, o rendimento do título é indexado a algum índice, como o CDI, a TR e ou o IGP. Por isso não se pode determinar o retorno no início do investimento).

Riscos 
Os CDBs e os RDBs são um investimento de baixo risco. No caso de serem pós-fixados, há o risco de o banco quebrar e não pagar o investidor. Como estão indexados à variação de algum índice, os pós se beneficiam em um período de alta de juros. O contrário acontece se as taxas caem. Nos pré-fixados, também há o risco de crédito, mas ao contrário dos pós, se as taxas de juros sobem, pode-se perder dinheiro. Por outro lado, se as taxas caem, a pessoa pode ser beneficiada, pois teve a rentabilidade assegurada no início do investimento. Se um investimento pré-fixado render 15% e as taxas estiverem a 20%, vale mais a pena resgatar o dinheiro e investir novamente a essa taxa. Nos CDBs pré-fixados, só há garantia de rentabilidade quando o investidor resgata seu dinheiro na data de vencimento do título. Antes disso, o dinheiro pode ser resgatado, mas o rendimento dependerá de como está o mercado naquele momento. 
No caso de falência do banco, o Fundo Garantidor de Crédito garante ao investidor o valor de até R$ 60 mil.
Ou seja, alguém que tenha investido R$ 50 mil irá recuperar tudo. Porém, se a pessoa tiver colocado R$ 80 mil em CDBs e RDBs, perderá R$ 20 mil. 
Taxas 
Não há cobrança de taxas ao longo do investimento.
 

Vem aí o maior IPO da história de Wall Street


Companhia de comércio eletrônico da China pode arrecadar até US$ 5 bilhões durante sua estreia na Bolsa de Nova York, informa o The Wall Street Journal

Bolsa de Nova York (Wall Street)
Getty Images
IPO de um varejista online da China promete deixar investidores de Wall Street de olhos atentos, principalmente levando em consideração o potencial deste mercado no país asiático
São Paulo – Uma empresa da China, na qual poucos americanos ouviram falar, está se preparando para a maior Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) da história de Wall Street, informa nesta sexta-feira reportagem do The Wall Street Journal (WSJ). A companhia se chama Beijing Jingdong Century Trading e comanda o 360buy.com, um site de consumo que vende uma gama de produtos, assim como o já conhecido Amazon.com e eBay.
A expectativa é que os negócios com consumo online no mercado chinês cresça mais de cinco vezes, para 650 bilhões de iuanes (100 bilhões de dólares) durante os próximos três anos, segundo a firma de pesquisa Analysys International, citada pelo periódico americano.
Diante deste cenário, a Jingdong planeja levantar entre 4 e 5 bilhões de dólares por meio de uma oferta pública de ações, prevista para ocorrer na primeira metade de 2012, disseram fontes próximas ao assunto.
Caso a operação ocorra com sucesso, a companhia ultrapassará gigantes do setor de tecnologia e internet que estrearam no mercado americano, assim como o Google, que arrecadou 1,9 bilhão de dólares durante seu IPO em 2004. O montante é considerado atualmente o recorde entre as empresas de internet.
Consultada pelo WSJ, a Jingdong se negou a comentar sobre a oferta de ações.