Pesquisar

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Juros futuros consolidam aposta em corte da Selic

A agenda doméstica relativamente fraca e a ausência de novidades concretas no âmbito externo também não abriram espaço para grandes correções

 
 BMF%26Bovespa

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012 (488.275 contratos) estava em 11,124%

São Paulo - O mercado de juros futuros operou em compasso de espera pela decisão de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e apenas consolidou suas apostas em um corte de 0,50 ponto porcentual da Selic. Além disso, a agenda doméstica relativamente fraca e a ausência de novidades concretas no âmbito externo também não abriram espaço para grandes correções. Dessa maneira, as taxas dos contratos de juros curtos ficaram praticamente paradas nos patamares de ajuste de ontem, com leve viés de baixa.

A despeito de alguns analistas ainda acreditarem em um Copom mais agressivo, não houve movimentações mais intensas nos mercados de derivativos, como as que se viu na véspera do último encontro da autoridade monetária e que, agora, estão sendo investigadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012 (488.275 contratos) estava em 11,124%, de 11,14% no ajuste, apontando redução próxima a 0,5 ponto porcentual em cada uma das duas reuniões que restam no ano. O DI janeiro de 2013, com giro de 197.090 contratos, cedia a 10,44%, de 10,47% na véspera, enquanto o DI janeiro de 2014 (70.690 contratos) recuava à mínima de 10,67%, ante 10,75%. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (17.630 contratos) apontava mínima de 11,13%, de 11,23% no ajuste, e o DI janeiro de 2021 (5.655 contratos) indicava 11,14%, de 11,23% ontem.

A precificação do mercado de juros está em linha com o levantamento do AE Projeções com 74 casas. Desse total, 69 acreditam em uma redução de meio ponto da Selic, quatro instituições enxergam um Copom mais agressivo, com corte de 0,75 ponto porcentual, enquanto apenas uma, a BGC Liquidez, aposta em uma diminuição do ritmo para 0,25 ponto porcentual. A pesquisa também mostrou que 61 de 70 instituições preveem que a Selic estará em 11% no fim de 2011.

E se o mercado se mostra convicto da intensidade do corte no encontro de hoje, restam dúvidas sobre a extensão do afrouxamento monetário. Até agora, o DI janeiro de 2013 precifica a Selic em 10,50% no fim do ano que vem, o que indica redução de 1,5 ponto porcentual ante o nível atual, de 12% ao ano. "Acho que o tamanho do afrouxamento dependerá do desenrolar dos acontecimentos lá fora. Enquanto isso, não dá para cravar até onde a Selic irá", comentou o estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno.
Hoje, a Receita Federal anunciou que a arrecadação de setembro cresceu 7,52% sobre igual mês de 2010, atingindo R$ 75,102 bilhões. O valor ficou acima da mediana encontrada pelo AE Projeções, de R$ 73,8 bilhões, mas dentro do intervalo das estimativas, de R$ 68,3 bilhões a R$ 76,2 bilhões.

No exterior, o ritmo dos negócios foi lento, uma vez que não houve nada de novo, a não ser variações dos mesmos rumores dos últimos dias. A Alemanha e a França continuam a trabalhar juntas em sua promessa de entregar uma solução abrangente para a crise da dívida da zona do euro, disse o ministro das Finanças francês, François Baroin, enquanto o jornal alemão Financial Times Deutschland informou que o ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, pôs em discussão a ideia de alavancar a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês) para no máximo 1 trilhão de euros. Vale lembrar que ontem circularam rumores sobre o aumento para 2 trilhões de euros, fato negado posteriormente por uma fonte próxima às discussões.

10 notícias para lidar com os mercados nesta quarta-feira

Copom decide o juro sob a desconfiança do mercado; Presidente e esposa passam a deter 45% da Marfrig

Eike Batista, dono e presidente da MMX entre outras empresas
A MMX, de Eike Batista, anunciou uma mudança na sua presidência
São Paulo - Aqui está o que você precisa saber:
 
1 - Copom decide Selic sob desconfiança do mercado. CVM investiga movimentações atípicas no mercado de juros após suspeita de vazamento de informações privilegiadas do Comitê de Política Monetária. Um reflexo dessa desconfiança é que circula nas mesas de operações de bancos e corretoras uma planilha que mostra, ao longo dos últimos anos, a migração atípica de investidores pessoa física nos dias que antecedem a reunião do Copom. A expectativa é de um corte de 50 pontos-base, para 11,5% ao ano.
 
2 - Eletrobras planeja captação externa após meia-volta em agosto. A empresa pode captar até US$ 2,5 bilhões em títulos para financiar a expansão de sua rede após uma série de apagões desde 2009, disse a Standard & Poor’s. A taxa dos títulos em dólar com vencimento em 2019 emitidos pela estatal caiu 26 pontos-base, ou 0,26 ponto percentual, da máxima de cinco meses, para 4,84 por cento em 5 de outubro, segundo dados compilados pela Bloomberg.
 
3 - Presidente e esposa passam a deter 45% da Marfrig. “Estas aquisições que venho fazendo através da BM&FBOVESPA e conseqüente aumento de participação no Capital Social da empresa são motivadas pela minha confiança nos sólidos fundamentos da Companhia e em seu significativo potencial de criação de valor”, declara Marcos Antonio Molina dos Santos, CEO e presidente do Conselho de Administração do Grupo Marfrig
 
4 - Tecnisa alcança R$ 312 mi em lançamentos no terceiro trimestre. O valor representa uma queda de 45% sobre o mesmo período do ano passado. “É importante destacarmos que nesse trimestre, devido a uma maior morosidade no processo de aprovação, 76% do total de lançamentos foi efetuado nos últimos dias do trimestre, contribuindo muito pouco com as nossas vendas até o fechamento do tri”, disse a empresa.
 
5 - Gafisa lança R$ 1 bi no terceiro trimestre. Os números mostram uma queda de 15% na comparação com o ano anterior, disse a empresa. As vendas contratadas no trimestre somaram R$ 1,0 bilhão no período, praticamente estável quando comparado ao 3T10.

6 - MMX nomeia Guilherme Escalhão como novo presidente. “Minhas razões são exclusiva e inteiramente pessoais”, afirmou Roger Downey no comunicado. O executivo destacou o trabalho realizado nos últimos dois anos, período em que comandou a mineradora. Desde janeiro, Escalhão era diretor financeiro da MMX, após uma passagem pela LLX Minas Rio e empresas como a Vale e o Grupo Caemi.

7 - Iochpe-Maxion adquire o Grupo Galaz. A fabricante brasileira de rodas e chassis para veículos comerciais, rodas para veículos leves, vagões de carga e fundidos ferroviários anunciou a compra de 100% da empresa mexicana por aproximadamente US$ 195 milhões. A empresa produz longarinas de aço para veículos comerciais.
 
8 - Confab irá reavaliar oferta para minoritários. A BR Partners foi a escolhida para realizar um novo laudo de avaliação. O novo valor deverá ser divulgado no prazo máximo de até 30 dias após a formalização da contratação da avaliadora, mostra um comunicadopublicado nesta terça-feira. A remuneração pelo trabalho será de 550 mil reais.
 
9 - Moody’s rebaixa o rating da Espanha para A1 e mantém perspectiva negativa. "A Espanha continua vulnerável ao stress de mercado e ao risco de eventos. Desde que se colocou sob revisão sua avaliação no final de julho de 2011, não se chegou a uma solução crível da crise de dívida soberana”, afirmou a agência.
 
10 - Apple e rebaixamento da Espanha pressionam índices asiáticos. O índice MSCI das ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão subia 1,51 por cento. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou em alta de 0,35 por cento, com os resultados da Apple limitando as valorizações.