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quarta-feira, 29 de agosto de 2012


Ibovespa opera em queda, pressionado por Vale e OGX

Papéis da OGX desabam 7.3%, a R$ 6,07 após notícia de mudança na diretoria da companhia do Grupo EBX, do bilionário Eike Batista

 
São Paulo - O principal índice acionário da Bovespa recuava nesta quarta-feira e operava abaixo do suporte de 57.600 pontos, pressionado pela queda das ações da mineradora Vale e da petroleira OGX.
Temores de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, não dê sinais concretos sobre o lançamento de possíveis medidas de estímulo monetário também pesavam no mercado. Estes temores cresceram após o governo divulgar dados melhores do que o esperado para o PIB do país.
Às 13h23, o Ibovespa caía 1.96 por cento, a 57.258 pontos. A perda do nível de suporte forçava investidores que haviam apostado na alta da bolsa a desmontarem posições compradas.
Na mínima até o momento, o índice chegou a recuar 2,3 por cento, a 57.060 pontos. O giro financeiro do pregão era de 3,5 bilhões de reais.
As ações da OGX desabavam 7.3 por cento, a 6,07 reais após notícia de mudança na diretoria da companhia do Grupo EBX, do bilionário Eike Batista.
"Essas mudanças geram insegurança adicional no mercado, em uma empresa que está só começando suas atividades", afirmou o sócio da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira, no Rio de Janeiro.
Se as ações da OGX fecharem nesse patamar, terão a maior queda desde o fim de junho, quando a companhia decepcionou o mercado ao divulgar dados de produção muito abaixo das expectativas.
As ações preferenciais da Vale caíam 3.9 por cento, a 32,06 reais, pressionadas por uma contínua baixa nos preços do minério de ferro. O minério com 62 por cento de teor de ferro era cotado no menor patamar desde novembro de 2009, diante das preocupações com a demanda da China.
Em sentido oposto, a ação da construtora e incorporadora PDG Realty conseguia sustentar valorização de 3,9 por cento, a 3,74 reais, por expectativas de capitalização da companhia pela Vinci Partners e mudança da presidência.
No exterior, os mercados continuavam no aguardo do discurso do presidente do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. Ben Bernanke participa de um simpósio de bancos centrais em Jackson Hole (Wyoming), na sexta-feira, e investidores estão atentos a sinais de uma nova rodada de estímulo monetário no país.
Alguns investidores reduziriam as apostas em novas medidas de estímulo depois que o governo dos Estados Unidos anunciou uma revisão do PIB norte-americano do segundo semestre, de 1,5 por cento para 1,7 por cento.
Na bolsa de Nova York, o índice Dow Jones operava praticamente estável, com fraco volume de negócios. Já o principal índice europeu de ações fechou em queda de 0,24 por cento.

Itaú BBA vê oportunidade para arriscar mais na bolsa

Esta é a hora certa de assumir uma posição de maior risco, dizem analistas

 
São Paulo - A bolsa brasileira não está barata na comparação com outras importantes do mundo, mas este pode ser o momento para aumentar as apostas em ações de maior risco. A análise está em um relatório do banco Itaú BBA publicado nesta semana.
Após uma alta recente amparada na expectativa de novos estímulos econômicos por parte do Banco Central Europeu (BCE) e do BC americano, o Ibovespa voltou a operar no terreno positivo em 2012.
"Em termos de múltiplos de igual ponderação e 12 meses adiante, a bolsa brasileira está sendo negociada a 13,5 vezes, muito perto do múltiplo de 13,7 vezes da bolsa dos Estados Unidos, apesar de oferecer uma perspectiva mais fraca para o crescimento dos lucros no curto prazo. Ainda assim, achamos que esta é a hora certa de assumir uma posição de beta mais elevado, mas mantendo a escolha cuidadosa de algumas empresas defensivas", afirmam os analistas Carlos Constantini, Susana Salaru e Pedro Luz Maia.
Atraso nos estímulos
O beta de uma ação é a variação percentual de preços de um ativo em função da variação percentual de um índice. Ou seja, um valor elevado sugere que o papel tende a apresentar uma variação acima do índice, porém na mesma direção. Segundo os analistas, o estímulo governamental consistente, o fluxo de notícias positivo e os dados de fluxo de fundos sustentam a nova postura do banco.
"Os modelos estatísticos da nossa equipe macroeconômica, com base em experiências anteriores, sugerem que a recuperação já deveria estar a toda a velocidade. No entanto, os números estavam decepcionantes até bem pouco tempo atrás. Felizmente nossos economistas confiam em seus modelos e conceitos, insistindo que a recuperação estava prestes a acontecer", ressaltam.
Para eles, apesar de a previsão para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2012 ter baixado de 3,5% para 1,9%, a maior parte do atraso na reação aos estímulos já ficou para trás.
Recomendações
Os analistas anunciaram a redução da posição em ações que funcionam como aplicações de renda fixa de curto prazo, como Ambev (AMBV4) e Ultrapar (UGPA3), para acrescentar os papéis da Raia Drogasil. "Consideramos a RADL3 primariamente um investimento em consumo discricionário que não participou da recente recuperação das ações do setor", explicam.
Além disso, o Itaú BBA recomenda a troca dos papéis da Telefônica (VIVT3VIVT4) pelos daRandon (RAPT4). "Estamos reduzindo nossa exposição a Telecomunicação, diante da contínua pressão resultante de preocupações regulatórias que afetam o setor como um todo. Também aproveitamos a oportunidade para aumentar nossa exposição a um investimento com maior exposição à infraestrutura", concluem.
Os outros papéis que fazem parte da carteira recomendada do banco são: Petrobras(PETR4), BR Properties (BRPR3), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3), CCR(CCRO3), Mills (MILS3), Vale (VALE5) e Cemig (CMIG4).