Pesquisar

sábado, 8 de outubro de 2011

MERCADOS FUTUROS


Você já ouviu falar em “mercados futuros”? Tem alguma idéia do que seja? Vamos começar com uma breve e superficial explicação: Um “contrato futuro” (é assim que se refere a um derivativo negociado nos “mercados futuros”) é um acordo entre um comprador e um vendedor, no qual o vendedor se compromete a comprar determinado item (geralmente uma commodity  ou um ativo financeiro) por um preço pré-estabelecido, em uma data definida no futuro (daí o nome).
Teoricamente, qualquer um pode fazer uma compra ou venda “futura”. Eu poderia lhe vender hoje o meu carro, por um preço definido entre nós, para entrega daqui a um mês. Em 30 dias lhe entregarei o carro e você me dará a quantia que combinamos. Seria um contrato futuro, tecnicamente falando.
Mas quando se fala em “contratos futuros” em um contexto de mercado financeiro, estamos falando de instrumentos que são, necessariamente, negociados em bolsas de valores de forma padronizada. Ou seja, existem alguns tipos de contratos futuros que variam conforme o valor, o vencimento e o tipo de mercadoria (ou ativo financeiro) a que ele se refere, ma não há qualquer variação entre esses contratos pré-determinados.

Principal objetivo: proteção (hedge)

Contratos futuros são usados principalmente para proteção (ou hedge, no jargão do mercado), mas é provavelmente uma das melhores ferramentas para se especular. Alguns dos mais famosos traders do mercado financeiro trabalham quase que exclusivamente com contratos futuros e Chicago, nos Estados Unidos, é a “Meca” dos mercados futuros.

Como são negociados no Brasil

No Brasil, contratos futuros são negociados na BM&FBovespa. No segmento BM&F, negocia-se futuros de mercadorias (commodities agrícolas e minerais), moedas e índices de bolsa de valores. No segmento Bovespa se negocia contratos futuros sobre ações individuais e contratos de opção sobre contratos futuros (aqui a coisa começa a ficar um pouco mais complicada…), mas esses instrumentos ainda são pouco desenvolvidos no Brasil. Aliás, contratos futuros de uma única ação (ao invés de ser sobre um índice) é algo que ainda não “pegou” nem nos Estados Unidos. O volume de futuros de ações individuais ainda é bem pequeno perto dos demais contratos.

Contratos futuros são acessíveis aos pequenos investidores

Os mercados futuros são, historicamente, um terreno de investidores profissionais, mas começaram a se tornar acessíveis (mundialmente falando) aos pequenos investidores e traders a partir dos anos noventa do Século passado, com a introdução dos “e-minis” na CME (Chicago Mercantile Exchange), a maior bolsa de mercadorias de Chicago, que desenvolveu inclusive uma plataforma de negociação própria, 100% eletrônica, chamada “Globex”, que permitia às pessoas negociar contratos pela internet, como um homebroker convencional. Os e-minis representam uma fração dos contratos originais (em termos de valor), e são acessíveis a pessoas que dispõem de poucos recursos para participar do mercado.
A iniciativa da CME foi seguida por outras bolsas do mundo, inclusive a nossa BM&F, que criou o webtrading, plataforma eletrônica para negociação de mini-contratos futuros, a versão brasileira dos e-minis. Hoje existem mini-contratos futuros de boi gordo, café, dólar e índice Bovespa. Os dois últimos são, de longe, os mais ativos e mais populares.

Vantagens e desvantagens

Os contratos futuros são populares e “adorados” pelos traders mais agressivos por várias razões. Uma delas é o fato de que não é preciso dispor de todo valor financeiro do contrato, apenas uma “margem” de garantia (isso faz com que os contratos futuros sejam fortemente alavancados e, por isso mesmo, mais arriscados). Outra razão é o fato de os contratos futuros serem totalmente bidirecionais. Pode-se operar “vendido” ou “comprado” (ou seja, apostando na queda ou na subida do mercado) com a mesma facilidade.
Mini-contratos futuros são acessíveis – mais acessíveis que muitas ações, por conta da exigência de uma margem (e não o valor integral do contrato) para operá-lo. Mas apesar de serem tão acessíveis, eles não são recomendados para traders e investidores com pouca experiência e conhecimento, pois a alta alavancagem proporcionada pela margem é garantia de “fortes emoções” e, em alguns casos, de grandes prejuízos…

Conclusão

Antes de se aventurar nos mercados futuros, estude muito, desenvolva um método consistente e faça muitas simulações. Quando for começar “para valer”, comece devagar, até ficar seguro. E mais importante de tudo: saiba muito bem como funciona a margem, qual é o efeito da alavancagem e controle seu risco. Sabendo usar, a alavancagem será sua grande aliada!

4 sinais de que os investidores acham que a crise financeira irá se repetir

E se ela não vier se prepare para um grande reposicionamento dos mercados

Bolsa de Nova York (Wall Street)
O percentual de ações acima da média móvel de 200 dias está em 7%, o menor desde 03/2009
São Paulo – Um relatório do JPMorgam, citado pelo site Business Insider, mostra que muitos investidores já estão assumindo posições que mostram uma aversão ao risco tamanha que sugerem a expectativa pela repetição de uma crise financeira aos moldes da enfrentada em 2008 e 2009.

Veja a lista preparada por Thomas Lee, estrategista-chefe para ações nos Estados Unidos:
1 – As posições dos investidores, de acordo com dados da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), mostram uma aversão ao risco como a vista em março de 2009. As análises foram feitas por Nikolaos Pannigirtzoglou, da divisão de alocação de ativos do JPMorgan.

2 – O nível de operações vendidas em relação ao mercado chegou a 3%, o mais alto desde março de 2009

3 – Um indicador publicado pela Investors Intelligence mostra que os pessimistas (bears) são 45% do mercado, o maior nível desde março de 2009.

4 – O percentual de ações acima da média móvel de 200 dias está em 7%, o menor desde março de 2009.
“Esses são apenas 4 exemplos. Isso é corroborado pelas nossas conversas com os maiores hedge funds e por clientes long-only [apenas com posições compradas]”, explica Lee.
“Portanto, acreditamos que o mercado irá precisar se reposicionar caso não ocorra uma recessão ou uma crise como a de 2008-2009”, completa.