O
diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Awazu Pereira
da Silva, sinalizou, em reunião com economistas que o BC não
pretende elevar mais os juros no atual ciclo, mas se manterá
vigilante caso o objetivo de levar a inflação para a meta no fim de
2016 seja colocado em risco, disseram duas fontes que participaram do
encontro.
No
encontro, realizado no Rio de Janeiro, Awazu manteve o tom da ata da
última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e
reforçou o compromisso com a inflação em 4,5 por cento ao final de
2016.
"Ele
destacou que os riscos associados à inflação são condizentes com
a defasagem da política monetária, assim como trouxe a ata",
disse um dos economistas que participou do encontro e que pediu para
não ser identificado.
Na
semana passada, o Copom divulgou a ata da última reunião, na qual
informou que a convergência da inflação para o centro da meta em
2016 tem se fortalecido e os riscos desse cenário são "condizentes
com efeitos acumulados e defasados da política monetária", mas
que ainda é preciso manter-se "vigilante em caso de desvios
significativos".
Segundo
o economista, Awazu reforçou diversas vezes a "necessidade de
manutenção" dos juros como meio de atingir o objetivo do BC.
"Isso
indica que o BC não pretende voltar a subir os juros. Não é essa a
intenção deles", disse a fonte.
No
entanto, o diretor do BC também voltou a repetir a necessidade de
permanecer vigilante, sinalizando que, caso necessário, a autoridade
monetária pode voltar a elevar a taxa de juros.
"O
cenário ainda é de manutenção da taxa de juros, mas caso apareça
algum acontecimento que tire a inflação da meta do BC, eles estão
deixando a porta um pouco aberta para acionar os juros", disse
um segundo economista que também participou do encontro.