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domingo, 22 de março de 2015

Pouso forçado da China é "cisne negro" da economia global


Um "pouso forçado" da China é o maior "cisne negro" da economia mundial, de acordo com o banco. Société Générale O risco de calote da Grécia é até mais alto (35%), mas menos significativo.
A chance de que o crescimento chinês desacelere bruscamente passou de 20% em novembro para 30% agora, e se tornou o maior risco econômico global "possível, mas ainda improvável".

No mês passado, o banco disse em nota que o dia de acerto de contas estava chegando  para a China e que o país teria que aprender a desatar os nós que ligam governos locais, empresas estatais e montanhas de crédito e dívida.

O rebalanceamento do investimento em direção ao consumo está caminhando e "reforma, não estímulo" é o que o país precisa para manter o ímpeto. Isso não significa que o crescimento vá se manter nos mesmos níveis, algo que o próprio governo já reconhece.

Há cerca de um ano, o SG explicou qual seria o impacto de um pouso forçado chinês sobre o Brasil e o mundo. Muita coisa já mudou deste então, a começar pela queda do petróleo, mas a moral da história é a mesma: o Brasil seria devastado pela queda das commodities caso sua maior parceira comercial entre em uma espiral negativa. 

Possibilidades

A tabela de cisnes negros é divulgada periodicamente pelo Société Générale. Em setembro de 2013, os emergentes ficaram no topo; no final do ano passado, foi a crise europeia. 

A última edição traz, em ordem de probabilidade: um calote da Grécia (35%), um pouso forçado da China (30%), uma eleição no Reino Unido que leve a um plebiscito sobre a saída do país da União Europeia (25%), uma forte revisão dos premiums de diferentes prazos no G4 (20%), multiplicadores menores que o esperado (15%), a concretização de uma saída do Reino Unido da UE (10%), a saída da Grécia da zona do euro (10%), uma crise sistêmica nos emergentes (10%) e o "vazamento" da crise na Ucrânia (5%).

Os "cisnes brancos" são dois: multiplicadores maiores que o esperado (15%) e um ciclo virtuoso na Europa que combine reformas e políticas fiscais amigáveis ao crescimento (10%).

Perspectivas

O título do relatório é "Recuperação - mas não como a conhecemos!". A queda dos preços de petróleo e uma nova onda de estímulos - em especial do Banco Central Europeu (BCE) - estão impulsionando o crescimento global, e outras economias já vem colhendo os frutos da desvalorização de suas moedas.

A questão é que tudo isso ocorre em um mundo pós-crise que está bem diferente, a começar pela tendência ao juro zero na maior parte do mundo industrializado.
Em relação ao Brasil, o relatório enfatiza a deterioração fiscal do ano passado e as tentativas de reverter o jogo a partir deste ano. No entanto, o banco não acredita que a meta de superávit primário de 1,2% será atingida em meio a uma forte desaceleração econômica. 

"Em algum momento, o governo terá que rever suas estimativas, e isso afetará a credibilidade de sua comunicação e o sentimento dos investidores", diz o banco.


O banco reviu suas previsões para o crescimento do PIB: de 0,6% para -0,3% em 2015 e de 1,5% para 1,2% em 2016.

Orçamento terá contingenciamento "significativo", diz Dilma

Para Dilma Rousseff, o ajuste fiscal é fundamental para alcançar 1,2% de superávit primário

Brasília - Na semana em que o Congresso Nacional aprovou o Orçamento Geral da União, a presidente Dilma Rousseff informou  que o governo fará um contingenciamento “significativo” nos recursos previstos. Segundo ela, é preciso fazer cortes para cumprir a meta do superávit primário.
“Tivemos, agora, aprovado nosso orçamento. Assim que sancionado, vamos fazer um contingenciamento que será significativo. Não será um pequeno contingenciamento”, disse hoje (20) a presidente, durante entrevista a jornalistas após participar de cerimônia no Rio Grande do Sul.

“É fundamental que tratemos do contingenciamento, porque temos um objetivo, que é fazer 1,2% de superávit primário. Para fazer isso, contamos com as medidas que enviamos ao Congresso e também com um processo de redução dos nossos gastos, o que só pode ser feito depois do orçamento aprovado”, explicou.

O Orçamento da União foi aprovado com quase três meses de atraso. A proposta deveria ter sido votada no fim do ano passado, para vigorar a partir de 1º de janeiro. Por falta de acordo, a votação foi adiada várias vezes. Até a sanção da proposta orçamentária para 2015, o governo continuará usando um doze avos para custeio e despesas permanentes.

Dilma Rousseff voltou a defender a agilidade na aprovação das medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo. De acordo com a presidente, a aprovação é imprescindível para o país e permitirá que o governo, a economia e sociedade saiam de uma situação de maior restrição.

“É necessário que se aprove o ajuste fiscal e que a gente use o orçamento aprovado para fazer o contingenciamento. A partir daí, todas as demais medidas serão tomadas."