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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Ambev se torna empresa mais valiosa na América Latina


Esta semana, a Ambev não só voltou a ultrapassar a Petrobras, como também superou a colombiana Ecopetrol, tornando-se a companhia aberta de maior valor de mercado da AL

AGÊNCIA ESTADO
  
São Paulo - O mercado voltou a considerar que cerveja vale mais que petróleo. Esta semana, a Ambev não só voltou a ultrapassar a Petrobras, como também superou a colombiana Ecopetrol, tornando-se assim a companhia aberta de maior valor de mercado da América Latina, avaliada em US$ 120,1 bilhões (R$ 249,9 bilhões), conforme a consultoria Economática.
No pregão de terça-feira as ações da Petrobras tiveram queda de 1,65%, baixando o valor de mercado da companhia para US$ 118,36 bilhões (R$ 246,3 bilhões).
A Ecopetrol fechou o dia valendo US$ 119,5 bilhões. A Ambev, que havia superado a Petrobras na semana passada por um dia, voltou na segunda-feira a ultrapassar a petroleira brasileira. Na terça, mesmo com queda de 0,23%, se manteve à frente da empresa e ainda passou a colombiana.
“Os investidores têm procurado ações mais defensivas e as empresas de bens de consumo brasileiras se encaixam nesse perfil. A Ambev é a maior delas”, explicou o analista Gabriel Vaz de Lima, do Barclays Capital. “Além disso, a cervejaria é boa geradora de caixa, paga dividendos e não tem dívidas.”
A Ecopetrol vem perdendo valor de mercado desde a sexta-feira. Várias ações colombianas tiveram queda desde então. Isso porque o Banco Central do país anunciou na semana passada que a economia local está desacelerando em um ritmo mais forte que o esperado.
Já a Petrobras vem se desvalorizando por conta do preços dos combustíveis que, segundo a Quantitas Asset Management, estão defasados em cerca de 25% por falta de reajustes. Na Colômbia, a Ecopetrol reajusta preços mensalmente conforme a variação no mercado internacional. 

Papéis do Ibovespa perdem feio para ações fora do índice


As duas maiores valorizações são de empresas do setor de educação: Kroton, cujos papéis valorizaram 127,90% até ontem e Estácio, que teve alta de 109,17%

Eduardo Tavares - Arena do Pavini
  
São Paulo - Um levantamento feito pela consultoria Economática mostra que, das 20 ações da bolsa brasileira que mais valorizaram nesse ano, apenas seis fazem parte da carteira teórica do Índice Bovespa, composta pelos papéis mais negociados do mercado local. A primeira ação do Ibovespa a aparecer no ranking de maiores valorizações em 2012 ocupa a oitava posição. São os papéis ordinários (com direito a voto) da Hypermarcas, que até o fechamento de ontem subiram 77,65%.
As duas maiores valorizações são de empresas do setor de educação: Kroton, cujos papéis valorizaram 127,90% até ontem e Estácio, que teve alta de 109,17% no preço de suas ações.
O mesmo estudo mostra ainda que, dentre as 20 maiores quedas, apenas três não estão na carteira teórica do Ibovespa: HTR Petróleo, na quinta posição (-53,08%), Tecnisa, com a 14ª maior queda (-28,00%) e Qgep Participação, em último lugar na lista (-18,91%).
No topo do ranking de maiores desvalorizações, estão OGX, cujas ações ordinárias caíram 67,40% e Eletrobras, que teve perda de 66,39% no preço das ações preferenciais (sem direito a voto) de classe B.
Em 2012, até o fechamento de ontem, o Ibovespa teve 1,4% de valorização. Já o Índice de Small Caps, formado por ações de empresas de menor liquidez e baixa captação, avançou 21,2% até ontem. Boa parte das empresas cujas ações estão entre as 20 maiores altas do ano faz parte dessa carteira.
Setor externo e interferência do governo pesam
É importante lembrar, entretanto, que o Índice Bovespa usa a liquidez como o grande critério para sua composição, bem como para a definição do peso de cada ação na carteira. Segundo o gerente executivo de fundos de ações da BB DTVM, gestora de fundos do Banco do Brasil, Jorge Ricca, justamente por esses critérios, "há uma participação relevante de ações do setor de commodities no Ibovespa".
Segundo ele, ações de empresas que atuam nos setores de mineração, papel e celulose, petróleo, dentre outros, representam de 40% a 50% da carteira teórica. "Esses papéis têm muita relação com o setor econômico externo", explica. E 2012 não tem sido exatamente o melhor ano do ponto de vista do cenário externo.
Os problemas na Europa, os impasses fiscais nos Estados Unidos e a lenta recuperação econômica na China têm impactado negativamente o desempenho de papéis como os da Vale e da Petrobras, de siderúrgicas, e muitos outros.
Além disso, a interferência do governo em setores da economia brasileira vem punindo severamente papéis como o das empresas de energia elétrica, por causa da mudança de regras na renovação das concessões, de bancos, pela pressão do governo em baixar os juros, e as ações da própria Petrobras, por causa do imbróglio na questão de reajuste de preços dos combustíveis.
Força do mercado interno
Em contrapartida, muitas das ações que estão fora do índice pertencem a empresas de setores que estão tendo, em 2012, um desempenho muito melhor. São segmentos voltados para o mercado interno, o qual tem retomado, aos poucos, o ritmo de crescimento desde o começo do segundo semestre.
Segundo Ricca, "como o mercado interno vai bem, na comparação com o que acontece no restante do mundo, houve a desvinculação de alguns setores da economia brasileira dos demais". Consumo, educação e saúde estão entre esses setores. "Eles estão expostos à maior robustez da nossa economia, ao baixo índice de desemprego, aumento da massa salarial real, ao maior acesso a crédito."
Os 20 papéis que mais valorizaram em 2012 (até 27/11):
EmpresaAçãoSetorRetorno em 2012Participação no Ibovespa
KrotonKROT11Educação127,30%-
EstácioESTC3Educação109,17%-
Metal LeveLEVE3Indústria90,66%-
AmilAMIL3Saúde88,82%-
TaesaTAEE11Energia88,68%-
Lojas MarisaAMAR3Varejo de roupas85,65%-
ValidVLID3Impressão82,17%-
HypermarcasHYPE3Consumo77,65%1,897%
MarcopoloPOMO4Indústria76,09%-
SabespSBSP3Serviços de saneamento74,66%0,365%
MillsMILS3Serviços de engenharia73,84%-
Lojas AmericanasLAME4Varejo72,92%1,256%
EztecEZTC3Construção civil69,94%-
RaiaDrogasilRADL3Saúde & Farmácias68,93%-
DuratexDTEX3Indústria de móveis66,30%0,596%
Lojas RennerLREN3Varejo de roupas63,74%1,177%
AnhangueraAEDU3Educação63,70%-
NaturaNATU3Consumo & Cosméticos59,66%1,091%
ArezzoARZZ3Calçados58,00%-
BR PharmaBPHA3Saúde & Farmácias57,17%-

BB dá o troco no mercado com o "crème de la crème"


Com venda de unidade na bolsa, banco estatal pode abocanhar R$ 9 bilhões

Gustavo Kahil - EXAME.com
  
São Paulo - São poucos os analistas que têm uma visão positiva sobre as ações do Banco do Brasil (BBAS3). Não é por menos. O governo de Dilma Rousseff tem utilizado a instituição financeira estatal como uma ferramenta para pressionar o setor inteiro a baixar os spreads e tarifas cobradas dos correntistas, no plano conhecido como Bom Para Todos. 
O resultado, como era de se esperar, foi de queda na rentabilidade e um menor índice de Basileia. Tal cenário fez com que o mercado começasse a prever uma nova oferta de ações e a consequente diluição dos acionistas minoritários.
Mas o BB anunciou nesta semana uma estratégia que pode resolver os problemas sem um aumento de capital.
A empresa disse ontem que pretende separar a unidade de seguros e vender uma parte dela na bolsa. A estimativa é de que a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da BB Seguridade possa girar aproximadamente 9 bilhões de reais no ano que vem, segundo cálculos do HSBC Global Research.
Alta rentabilidade
A notícia foi muito bem recebida. As ações ordinárias do banco avançaram 1,77% em um dia de queda de 1,45% para o Ibovespa. Isso porque, ao contrário dos negócios de varejo, a unidade de negócios tem uma rentabilidade alta.
"A nosso ver, as operações da BB Seguridade apresentam retornos mais elevados em comparação ao grupo de pares no Brasil", ressaltam os analistas Victor Galliano e Mariel Santiago.
O segmento é o "crème de la crème" da estatal. O retorno sobre o patrimônio líquido (RPL) da divisão chega a 38,3%, enquanto as ações da Porto Seguro (PSSA3), do Itaú, e daSulAmérica (SULA11), negociam a um RPL de 14,9% e 14,3%, respectivamente. As operações do segmento no Bradesco têm um RPL de 24,6%.
O HSBC tem uma recomendação de alocação acima da média (overweight) às ações do BB. O preço-alvo é de 29,50 reais, o que sugere um potencial de valorização de 37,2%.