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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Ações da Marfrig podem ter atingido o fundo do poço, diz analista


Raymond James eleva a recomendação aos papéis do frigorífico e espera uma recuperação


Marfrig, outra aposta do BNDES no agronegócio
A Raymond James ressalta que o endividamento segue como a principal preocupação
São Paulo – Após perder metade do valor no ano, as ações do frigorífico Marfrig (MRFG3) podem ter finalmente atingido o fundo do poço, destaca a Raymond James em um relatório. A recomendação foi elevada de underperform (desempenho abaixo da média do mercado) para market perform (performance em linha com a do mercado).

Resultados
“As ações do Marfrig caíram 50% no ano e podem já ter atingido o fundo. Esperamos que elas se recuperem dos níveis atuais baseadas na melhora da perspectiva para as margens e no valuation atual”, ressaltam Daniela Bretthauer e Joseph Giordan, analistas que assinam o relatório.
Segundo eles, a revisão está baseada na melhora operacional vista no terceiro trimestre de 2011. O frigorífico, apesar de ter registrado um prejuízo 687,2% maior na comparação com o ano anterior, apresentou um aumento de 169,3% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações), para 637 milhões de reais. A margem Ebitda consolidada foi de 11,5%, percentual 532 pontos-base superior ao mesmo período de 2010 e 632 pontos-base acima do trimestre anterior.
As ações tiveram a maior alta do Ibovespa na semana passada após a publicação dos resultados.
“Apesar do novo prejuízo líquido registrado no trimestre, decorrente principalmente do efeito não-caixa do câmbio sobre a dívida, o desempenho operacional da Marfrig surpreendeu positivamente. Os elevados custos de matérias-primas continuaram exercendo pressão, porém a forte evolução das vendas e a melhora na eficiência operacional contribuíram para o crescimento significativo das margens bruta e Ebitda”, destacou o analista Henrique Koch do BB Investimentos, em um relatório.

Além disso, Daniela e Giordan lembram a venda iminente dos ativos de distribuição da Keystone, que pode gerar aproximadamente 400 milhões de dólares em caixa até o final do ano. Os recursos podem levar a Marfrig a pagar parte da dívida cara e reduzir o endividamento de uma forma geral.Endividamento
Mesmo assim, a Raymond James ressalta que o elevado endividamento segue como a principal preocupação. A dívida líquidaem relação ao Ebitda ajustado dos últimos doze meses chegou a 5 vezes no terceiro trimestre, lembram os analistas. “Esperamos que a geração de fluxo de caixa fique negativa nos próximos dois anos, a não ser que ocorra um corte no plano de investimentos”, destacam.
Os analistas avaliam que com base no modelo de fluxo de caixa descontado, cada ação da Marfrig deveria valer 9 reais, o que sugere um potencial de valorização de 17%

Dívida da zona do euro é vista como tóxica e juro pode saltar a 10%, diz Soros

Para o megainvestidor, o Banco Central Europeu precisa de uma ação emergencial no mercado

George Soros


Críticos conservadores argumentam que o movimento é um Cavalo de Troia para uma intenção secreta de Soros
São Paulo – O megainvestidor bilionário George Soros pede uma ação emergencial do Banco Central Europeu para estabilizar o mercado de títulos da dívida dos países da zona do euro, destaca ele em um artigo publicado nesta terça-feira no jornal Financial Times escrito em parceria com Peter Bofinger da Universidade alemã de Würzburg.

Espanha pagou hoje o maior juro em 14 anos para uma emissão de curto prazo. O rendimento médio de uma venda de 3 bilhões de euros em títulos de 3 e 6 meses ficou acima de 5% na de prazo mais curto ante aproximadamente 2,3% na operação realizada no mês passado. O juro para os papéis de seis meses subiu de 3,3% para acima de 5%“O Banco Central Europeu precisa interromper a corrida dos títulos a todo custo porque está colocando em risco a estabilidade da moeda única. A melhor maneira de fazer isso no curto prazo é impor um teto para o juro dos títulos soberanos emitidos por governos que seguem políticas fiscais responsáveis e que não estão sujeitos aos programas de ajuste”, destaca Soros.
Desconfiança
O custo para se proteger de um eventual calote da Espanha atingiu mais um recorde hoje. O spread do CDS (Credit Default Swap) do país subiu 15 pontos-base, para 484 pontos–base. O CDS de cinco anos da França avançou três pontos-base, para 237 pontos-base. O juro dos títulos de 10 anos da Espanha disparou 52 pontos-base, para 6,61%.
“Normalmente os bancos centrais fixam apenas os juros de curto prazo, mas não passamos por um período normal. Os títulos dos governos que eram considerados livres de risco quando as instituições financeiras os adquiriram, e ainda são vistos assim pelos reguladores, se tornaram os ativos de mais risco”, disse.
Para Soros, os investidores não estão comprando os papéis com um juro de 7% porque são vistos como tóxicos e, desta forma, podem facilmente subir para o nível de 10%. Ele sugere que o BCE coloque um teto de 5% para os juros, o que tornaria os papéis atrativos para o longo prazo, ressalta.