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sexta-feira, 5 de outubro de 2012


Salas de ações voltam a ganhar espaço

Com atendimento personalizado e orientação de operadores certificados, investidor se sente mais seguro para migrar para a renda variável

 
São Paulo - Com a taxa Selic em sua mínima histórica, cresce o apetite do investidor por risco. Aproveitando esse momento, os bancos e corretoras tentam trazer aquele investidor acostumado à renda fixa para o mercado. Uma das estratégias utilizadas é atrair essas pessoas para dentro do banco ou da corretora, oferecendo um atendimento mais direto e personalizado e fazendo com que o investidor ganhe mais confiança.
Nessa estratégia, as apostas dos bancos Santander e Bradesco para atrair mais clientes para a renda variável são as salas de ações. A estrutura é simples: uma sala dentro da agência equipada com dois ou três terminais onde o investidor pode operar sozinho ou aconselhado por operadores certificados.
Para Adilson Tanabi, responsável comercial da Bradesco e da Ágora Corretora, é o atendimento personalizado que aproxima o cliente. "Com todo suporte à tomada de decisão, o cliente realiza muito mais negócios, com muito mais acertos, além da comodidade pro cliente que pode passar na sala a qualquer momento e tirar dúvidas - até mesmo por telefone", diz Adilson.
Segundo Adilson, cerca de 20% dos clientes da corretora vão até a sala 1 vez a cada 40 dias. Em geral, os mais frequentes são os investidores de perfil mais agressivo e que operam mais.
O Bradesco tem 15 salas de ações no país. "Nós já tivemos mais, e a ideia agora é de expandir. As grandes capitais já têm, estamos ampliando para os grandes centros agora. Mas é preciso uma retomada de mercado porque a crise financeira afastou a pessoa física da bolsa", ele explica. A participação de pessoa física na Bovespa já esteve em 35%, hoje está em torno de 18%.
Santander
O Santander tem o maior número de salas de ações, são 103 espalhadas pelo país. Só esse ano, 3 salas foram abertas. "E a intenção é continuar crescendo", diz Eduardo Jurcevic, diretor da corretora Santander.
Ele acredita que é um grande diferencial ter um profissional especializado à disposição do cliente. "Nessa fase de transição de mercado, o investidor valoriza a presença de um aconselhador na hora de tomar sua decisão de investimentos", diz Eduardo.
Segundo ele, procuram as salas de ações os mais variados tipos de pessoa. Em geral, diz ele, são investidores que já tem alguma experiência e querem diversificar, aumentar sua exposição ao risco.
A sala de ações do Santander na Avenida Faria Lima - no centro financeiro da cidade -, em São Paulo, tem um público fiel, que vai todos os dias à sala para operar. "Têm 5 ou 6 que vem aqui todos os dias, apesar de terem o terminal em casa, eles preferem vir à agência", diz um dos operadores da sala.
Profissão: trader
Há um ano, o gaúcho Maurício Dauod resolveu que seria um trader profissional. Ele vai à sala de ações da XP Interfloat em São Paulo, de segunda à sexta, das 9 às 17 horas. "Decidi operar aqui porque tem gente mais experiente, que opera volumes maiores, e poderia aprender com eles", diz. Ele explica que o clima é de troca de informações: "quando tem alguma ação caindo muito, ou acontece algo importante todo mundo se avisa".
Também na Avenida Faria Lima, a sala da XP Interfloat oferece toda a estrutura para seus clientes que preferem operar de lá. "Temos clientes de todo o tipo que vem aqui, mas a maioria são traders, que vivem disso", explica Henrique Cunha, sócio executivo da corretora. Segundo ele, são aposentados ou jovens recém formados que frequentam a sala todos os dias e vivem da compra e venda de ações.
A XP Interfloat tem salas de ações em 4 endereços estratégicos de São Paulo: Faria Lima, Jardim São Paulo, Paraíso e centro. "A intenção é crescer cada vez mais, basta ter clientes interessados em operar em salas assim", diz Jayme Mansur, outro sócio executivo da corretora. Atualmente, as salas são frequentadas por cerca de 250 pessoas, com 80% de ocupação.
As salas, que foram criadas quando acabaram os pregões ao vivo na Bovespa, oferecem toda a estrutura tecnológica aos clientes, em um ambiente profissional, de silêncio e sigilo absoluto. Além disso, os frequentadores tem a sua disposição a equipe de análises da XP.

10 notícias para lidar com os mercados nesta sexta-feira

Japão mantém juros e não adota novas medidas de estímulo; ações asiáticas sobem após BCE e foco volta para emprego

Beatriz Souza - EXAME.com
  
São Paulo - Aqui está o que você precisa saber.
1- Japão mantém juros e não adota novas medidas de estímulo. O Banco do Japão (BOJ) anunciou nesta sexta-feira que manterá as taxas de juros no baixíssimo nível entre 0% e 0,1% em que estão desde 2010 e que não adotará novas medidas de flexibilizaçãomonetária. A entidade decidiu manter o tamanho de seu programa de compra de ativos, seu principal instrumento para injetar liquidez ao sistema, após ampliá-lo no mês passado para 80 trilhões de ienes (US$ 1,01 trilhão).
2- Credit Suisse é investigado sobre hipotecas, dizem fontes. As autoridades federais e estaduais dos Estados Unidos estão investigando o Credit Suisse AG sobre títulos lastreados em hipotecas empacotados e vendidos pelo banco, disseram nesta quinta-feira pessoas familiarizadas com a investigação. O Departamento de Justiça e a Procuradoria-Geral de Nova York estão entre os investigadores do Credit Suisse, de acordo com as fontes, que falaram sob condição de anonimato.O o Credit Suisse é o segundo banco conhecido por ser alvo de autoridades norte-americanas de investigação sobre como os bancos fizeram pacotes de empréstimos hipotecários em títulos durante o boom imobiliário dos EUA.
3- Eike diz que EBX terá mais US$2 bi em caixa até fim do ano. O empresário Eike Batista afirmou nesta quinta-feira que entrarão 2 bilhões de dólares no caixa de seu conglomerado de energia, mineração e construção naval EBX até o fim do ano. Em apresentação para executivos em um evento da indústria de tecnologia em São Paulo, Eike disse que o caixa da EBX --atualmente em 9 bilhões de dólares-- poderá receber uma injeção adicional de capital até o fim do ano, mas não revelou de onde o dinheiro viria.
4- Montadoras devem ampliar investimento a até R$60 bi. O novo regime automotivo detalhado pelo governo nesta quinta-feira deve incentivar uma elevação nos investimentos da indústria de veículos brasileira para entre 50 bilhões e 60 bilhões de reais até 2017 ante previsão de 44 bilhões entre 2011 e 2015, afirmou a associação de montadoras, Anfavea. O regime Inovar-Auto, que entra em vigor em 2013 e vai até 2017, estabeleceu uma longa lista de condições para que montadoras já instaladas no país, novos entrantes e importadores de veículos possam obter incentivos fiscais de acordo com o nível de investimento em pesquisa e desenvolvimento, engenharia, redução de consumo de combustível e compras regionais de componentes e ferramentas.
5- BM destaca desempenho da América Latina diante da recessão. O presidente do Banco Mundial (BM), Jim Yong Kim, destacou nesta quinta-feira o comportamento "surpreendentemente bom" da América Latina em tempos de recessão econômica mundial, apesar do rebaixamento das previsões de crescimento da região para 3% em 2012. Kim afirmou que o principal desafio da região é a mudança de um modelo econômico "baseado no setor primário".

6- FMI aprovou US$ 54 bi em ajuda financeira este ano. O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou um total de US$ 54,5 bilhões em ajuda financeira para vários países no ano fiscal de 2012, de acordo com relatório anual divulgado nesta quinta-feira (4). Grécia e Portugal foram os países que mais demandaram recursos do FMI no ano fiscal de 2012. A Irlanda também tomou recursos expressivos, mas em menor montante que os outros dois países, destaca o documento. 
7- Diretor do BC traça paralelos entre crise na Europa e Brasil. Em seminário realizado hoje, na presença de Michel Barnier, Comissário para o Mercado Interno e Serviços Financeiros da União Europeia, o diretor de assuntos internacionais do Banco Central do Brasil, Luiz Pereira, traçou dois paralelos entre os problemas enfrentados hoje pela Europa e dificuldades já vividas pelo Brasil - como a crisedo endividamento dos estados, na década de 80, e a entrada maciça de capitais nos anos pós-crise, 2010 e 2011. 
8- Brasil Foods compra 49% da Federal Foods, de Abu Dhabi. A Brasil Foods (BRF) anunciou ontem a aquisição de 49% da Federal Foods, companhia de capital fechado com sede em Abu Dhabi, por 36 milhões de dólares. A Federal Foods distribui os produtos da Sadia nos Emirados Árabes Unidos há mais de 20 anos. Os itens da BRF representam aproximadamente 65% da sua receita, que no ano passado chegou a 266 milhões de dólares.
9- Ações europeias sobem com aposta sobre emprego nos EUA. As ações europeiasregistravam alta nesta sexta-feira, mantendo-se dentro da variação recente, ao passo que expectativas de que dados de emprego dos Estados Unidos podem impulsionar o sentimento compensavam preocupações contínuas com a crise da dívida europeia. 
10- Ações asiáticas sobem após BCE e foco volta para emprego. As ações asiáticas subiram nesta sexta-feira, com investidores esperando importantes dados de emprego dos Estados Unidos, sustentando o humor positivo depois que o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse que o órgão está pronto para comprar títulos de países em dificuldade.
Com Agência Estado, EFE, Reuters.