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sábado, 25 de agosto de 2012


Juros sobe e cai aposta em corte da Selic em outubro

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 estava em 7,33%

AGÊNCIA ESTADO
São Paulo - A melhora da percepção dos investidores e dos analistas em relação ao comportamento da economia está, gradualmente, reduzindo as apostas sobre a continuidade do ciclo de afrouxamento monetário em outubro. Os recentes dados positivos de atividade e a pressão inflacionária estão, aos poucos, minando o espaço do Banco Central para cortar a Selic, o que gerou um movimento de alta concentrado na taxa projetada pelo DI para janeiro de 2013, que também teve forte giro de contratos, ao passo que os vencimentos mais longos cederam. Além disso, nova sinalização do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, sobre mais estímulos para a economia dos EUA reduzem, por enquanto, um pouco do pessimismo sobre o comportamento futuro da atividade global.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 (803.765 contratos) estava em 7,33%, de 7,31% no ajuste. Já a taxa do contrato de jurofuturo para janeiro de 2014 (257.265 contratos) marcava 7,96%, idêntica a ontem. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (95.360 contratos) indicava mínima de 9,29%, ante 9,38% na véspera, enquanto o DI janeiro de 2021, com giro de 2.645 contratos, apontava 9,88%, de 9,97% no ajuste.
As estimativas para a taxa Selic ao fim deste ano ainda estão dispersas. Pesquisa do AE Projeções mostra que 80 de 81 instituições consultadas trabalham com a previsão de corte de 0,50 ponto porcentual da Selic na próxima semana, para 7,5% ao ano. A partir daí, no entanto, considerando uma amostragem de 74 instituições do mercado financeiro, 34 casas previram que a taxa de juros terminará 2012 na marca de 7,5%; 20 casas aguardam a Selic em 7,00% no fim do ano; 19 no nível de 7,25%; e apenas uma em 7,75% - o Banco de Ribeirão Preto, que vê o encerramento da sequência de baixas neste mês de agosto, só que em forma de queda de 0,25 ponto.
"O comunicado pós-decisão do Copom será decisivo para precificar as apostas estampadas na curva de juros. Caso o BC não sinalize de forma mais clara o fim do ciclo de cortes, setembro passa a ser um mês chave para o mercado e para a própria autoridade monetária", afirmou um operador em referência a uma série de indicadores e decisões importantes no âmbito doméstico e internacional.
Na próxima semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai se reunir com representantes do setor automotivo para avaliar dados que subsidiarão a decisão do governo de prorrogar ou não a redução do IPI para automóveis, que vence em 31 de agosto. O benefício fiscal, anunciado no final de maio, ajudou a impulsionar as vendas do varejo e contribuiu para mitigar a inflação.
Nesta quinta-feira, a agenda local não teve dados relevantes, mas no exterior algumas notícias mexeram com os mercados, que ensaiavam mais um dia de perdas generalizadas até que Bernanke reforçou os sinais de que a autoridade monetária dos Estados Unidos está próxima de implementar novas medidas de estímulo para a economia do país. Em carta enviada ao deputado norte-americano Darrell Issa, chefe do comitê de supervisão da Câmara dos Representantes, Bernanke defendeu as ações já adotadas e disse que "há escopo para mais ações do Federal Reserve para acalmar as condições financeiras e fortalecer a recuperação". Isso mudou o humor dos investidores.

As 10 ações que mais subiram e caíram nesta semana

Brookfield dispara 18%, enquanto papéis da TIM recuam 9%

 
São Paulo - O mercado financeiro viveu mais uma semana de forte volatilidade. O principal destaque ficou com a publicação da ata da última reunião do Banco Central americano, que foi publicada na quarta-feira. O Ibovespa terminou a semana com uma desvalorização de 1,11%.
texto do documento revelou que o Federal Reserve irá pensar em novos estímulos econômicos caso a economia não apresente melhora. Um dia depois, contudo, um membro do comitê de política monetária disse que a ata estava "velha". As bolsas então voltaram a cair.
"Espremidos entre o otimismo incentivado pela forte liquidez internacional e o ceticismo imposto pelas condições atuais da economia, os mercados estão aumentando os indicadores volatilidade", explica Pedro Paulo Silveira, economista da TOV Corretora.
Maior alta
As ações da Brookfield (BISA3) dispararam nesta semana após um período instável por conta da publicação dos resultados do segundo trimestre. A empresa registrou um prejuízo líquido de 383,5 milhões, revertendo um lucro de 78,2 milhões de reais no mesmo período de 2011. A perda foi atribuída à realização de um ajuste de orçamento, que fez a empresa reconhecer custos adicionais e reversão de receitas. A incorporadora também reduziu suas projeções para 2012 devido a atrasos em aprovações de projetos e baixo volume de lançamentos no primeiro semestre.
EmpresaCódigoPreço R$Var. Sem. (%)
BrookfieldBISA34,1618,18
RossiRSID36,111,31
GafisaGFSA34,0910,84
UsiminasUSIM39,949,23
B2WBTOW37,718,9
Brasil FoodsBRFS333,188,4
DasaDASA312,757,96
LocalizaRENT336,776,89
UsiminasUSIM58,415,65
CosanCSAN333,95,08
Além dos resultados, a empresa aprovou um aumento de capital social de 400 milhões de reais. O aumento deverá ser feito através da emissão de 130,7 milhões de novas ações ordinárias. O preço ficou fixado em 3,06 reais por papel. O objetivo é fortalecer a estrutura de capital da empresa e manter um nível de atividade competitiva. Os acionistas da companhia terão preferência para a subscrição na proporção de 0,29 nova ação para cada papel ordinário de emissão que possuírem. No ano, as ações da Brookfield continuam entre as maiores baixas da bolsa.
Queda
As ações da TIM (TIMP3) tiveram a maior queda do índice na semana. Nesta semana, jornais italianos afirmaram que a Justiça brasileira havia decidido contra a TIM em um caso de cobrança de impostos atrasados, totalizando 1,26 bilhão de reais. A empresa confirmou a informação, mas disse que seria improvável ter que pagar os débitos tributários cobrados pela Receita Federal de Pernambuco.
EmpresaCódigoPreço R$Var. Sem. (%)
TIMTIMP37,89-9,1
Gerdau MetalúrgicaGOAU423,72-7,63
GerdauGGBR418,79-7,58
Telefônica BrasilVIVT445,84-7,39
OiOIBR47,73-6,76
BraskemBRKM513,95-6,31
MRVMRVE311,39-5,24
BradesparBRAP427,51-4,11
CyrelaCYRE316,5-4,07
HeringHGTX342,8-4,04
"O Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) vem firmando jurisprudência favorável aos contribuintes em matérias semelhantes que compõem a autuação realizada, razão pela qual reafirmamos nosso entendimento que não são prováveis as chances de perda", disse a TIM. Apesar da queda nos papéis, vários analistas continuam a recomendar a compra das ações da empresa.