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domingo, 2 de outubro de 2011

As ações que renderam mais de 1.500% em 10 anos

Para analistas, retorno mostra que renda variável remunera o investidor com generosidade no longo prazo

 
BMF%26Bovespa 
Analistas acreditam que renda variável continuará sendo uma boa opção para os próximos dez anos
São Paulo – Se a bolsa não vem trazendo muitas alegrias para o investidor brasileiro neste ano, uma olhada pelo retrovisor mostra que a renda variável rendeu bons frutos àqueles que seguraram seus papéis por mais de uma década. Para empresas como Vale Fertilizantes, CSN e Transmissão Paulista, as crises atravessadas pelo mercado não foram suficientes para interromper a valorização das ações, que subiram mais de 2.800% nos últimos dez anos.
Segundo levantamento da Economática, dez papéis conseguiram entregar um retorno superior a 1.500%, considerando apenas aqueles que tiveram participação em todos os pregões na bolsa. No mesmo período, a taxa do CDI, que serve de referência para muitas aplicações na renda fixa, subiu 300,1%.
Confira as ações que mais renderam de 29 de setembro de 2001 a 29 de setembro de 2011:

Empresa Ação Setor Rendimento em uma década Ganho ajustado pela inflação
Vale Fertilizantes FFTL4 Química 4.131,7% 2.148,8%
CSN CSNA3 Siderúrgica e Metalúrgica 2.897,3% 1.492,9%
Transmissão Paulista TRPL4 Energia elétrica 2.813,2% 1.448,2%
Metalúrgica Gerdau GOAU4 Siderúrgica e Metalúrgica 2.355,4% 1.204,8%
Confab CNFB4 Siderúrgica e Metalúrgica 2.066,6% 1.051,4%
Usiminas USIM5 Siderúrgica e Metalúrgica 1.941,2% 984,8%
Souza Cruz CRUZ3 Tabaco 1.913,% 969,9%
Gerdau GGBR4 Siderúrgica e Metalúrgica 1.745% 880,4%
Tractebel TBLE3 Energia elétrica 1.738,5% 877%
Banco do Brasil BBAS3 Finanças e Seguros 1.721,3% 867,9%
Na visão do analista Paulo Roberto Esteves, da Gradual Investimentos, a lista ensina que em horizontes estendidos, o ganho na bolsa compensa a volatilidade. "A tendência natural é que os ciclos de alta acabem suplantando as fases de baixa", afirma.
Para ele, contudo, nem todos os setores que ganharam destaque deverão repertir o excepcional desempenho. "A década passada foi muito favorável para a siderurgia, com o câmbio médio ajudando nas exportações e o crescimento do mercado interno impulsionando as vendas", diz Esteves.
Hoje, emenda o analista, há excesso de produtos siderúrgicos no mundo, retração econômica em vários países e pressão de custos dos principais insumos do setor, como minério de ferro e carvão. "O que pode dar alguma esperança é o quadro de consolidação do setor, com a união de Usiminas com CSN ou com Gerdau."