Para analistas, retorno mostra que renda variável remunera o investidor com generosidade no longo prazo
Analistas acreditam que renda variável continuará sendo uma boa opção para os próximos dez anos
São Paulo – Se a bolsa não vem trazendo muitas alegrias para o investidor brasileiro neste ano, uma olhada pelo retrovisor mostra que a renda variável rendeu bons frutos àqueles que seguraram seus papéis por mais de uma década. Para empresas como Vale Fertilizantes, CSN e Transmissão Paulista, as crises atravessadas pelo mercado não foram suficientes para interromper a valorização das ações, que subiram mais de 2.800% nos últimos dez anos.
Segundo levantamento da Economática, dez papéis conseguiram entregar um retorno superior a 1.500%, considerando apenas aqueles que tiveram participação em todos os pregões na bolsa. No mesmo período, a taxa do CDI, que serve de referência para muitas aplicações na renda fixa, subiu 300,1%.
Confira as ações que mais renderam de 29 de setembro de 2001 a 29 de setembro de 2011:
Na visão do analista Paulo Roberto Esteves, da Gradual Investimentos, a lista ensina que em horizontes estendidos, o ganho na bolsa compensa a volatilidade. "A tendência natural é que os ciclos de alta acabem suplantando as fases de baixa", afirma.
Para ele, contudo, nem todos os setores que ganharam destaque deverão repertir o excepcional desempenho. "A década passada foi muito favorável para a siderurgia, com o câmbio médio ajudando nas exportações e o crescimento do mercado interno impulsionando as vendas", diz Esteves.
Hoje, emenda o analista, há excesso de produtos siderúrgicos no mundo, retração econômica em vários países e pressão de custos dos principais insumos do setor, como minério de ferro e carvão. "O que pode dar alguma esperança é o quadro de consolidação do setor, com a união de Usiminas com CSN ou com Gerdau."
Segundo levantamento da Economática, dez papéis conseguiram entregar um retorno superior a 1.500%, considerando apenas aqueles que tiveram participação em todos os pregões na bolsa. No mesmo período, a taxa do CDI, que serve de referência para muitas aplicações na renda fixa, subiu 300,1%.
Confira as ações que mais renderam de 29 de setembro de 2001 a 29 de setembro de 2011:
Empresa | Ação | Setor | Rendimento em uma década | Ganho ajustado pela inflação |
---|---|---|---|---|
Vale Fertilizantes | FFTL4 | Química | 4.131,7% | 2.148,8% |
CSN | CSNA3 | Siderúrgica e Metalúrgica | 2.897,3% | 1.492,9% |
Transmissão Paulista | TRPL4 | Energia elétrica | 2.813,2% | 1.448,2% |
Metalúrgica Gerdau | GOAU4 | Siderúrgica e Metalúrgica | 2.355,4% | 1.204,8% |
Confab | CNFB4 | Siderúrgica e Metalúrgica | 2.066,6% | 1.051,4% |
Usiminas | USIM5 | Siderúrgica e Metalúrgica | 1.941,2% | 984,8% |
Souza Cruz | CRUZ3 | Tabaco | 1.913,% | 969,9% |
Gerdau | GGBR4 | Siderúrgica e Metalúrgica | 1.745% | 880,4% |
Tractebel | TBLE3 | Energia elétrica | 1.738,5% | 877% |
Banco do Brasil | BBAS3 | Finanças e Seguros | 1.721,3% | 867,9% |
Para ele, contudo, nem todos os setores que ganharam destaque deverão repertir o excepcional desempenho. "A década passada foi muito favorável para a siderurgia, com o câmbio médio ajudando nas exportações e o crescimento do mercado interno impulsionando as vendas", diz Esteves.
Hoje, emenda o analista, há excesso de produtos siderúrgicos no mundo, retração econômica em vários países e pressão de custos dos principais insumos do setor, como minério de ferro e carvão. "O que pode dar alguma esperança é o quadro de consolidação do setor, com a união de Usiminas com CSN ou com Gerdau."