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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Itaú perde liderança de mercado com queda da receita de IPOs


As comissões ganhas com assessoria em fusões e coordenação de ofertas de ações, de títulos de renda fixa e empréstimos sindicalizados caiu 17%, para US$ 662 milhões

Bloomberg
  
As ofertas públicas de ações no pior ano desde 2005 e a redução de mais de um terço nas fusões e aquisições encolheram a receita da atividade de bancos de investimentos como oItau BBA e o Credit Suisse Group AG no Brasil.
As comissões ganhas com assessoria em fusões e coordenação de ofertas de ações, de títulos de renda fixa e empréstimos sindicalizados caiu 17 por cento, para US$ 662 milhões até 26 de outubro, em relação ao mesmo período de 2011, segundo a Dealogic, empresa de consultoria e informação sediada em Londres. O Itaú BBA, braço de atacado do Itaú Unibanco Holding SA, perdeu a liderança em receita na área para o Grupo BTG Pactual, disse a Dealogic.
A desaceleração da economia da China ao Brasil, combinada com o receio diante de uma maior intervenção do governo em setores como elétrico e de telefonia, fez seis empresas adiarem ou cancelarem ofertas públicas de ações neste ano. As operações deste tipo no Brasil caíram 54 por cento, para US$ 5,6 bilhões até 31 de outubro, o menor nível para os primeiros dez meses do ano desde 2005, segundo dados compilados pela Bloomberg.
"Investidores em renda variável na maioria dos mercados emergentes têm se mostrado, em geral, mais avessos ao risco, dada a evolução da crise na Europa e as expectativas de crescimento mais fraco na China e em nível mundial", disse Jean Marc Etlin, presidente da unidade de banco de investimento do Itaú BBA, em entrevista em São Paulo.

Volume financeiro médio diário cai 21% em outubro


Dados publicados no site da bolsa paulista mostraram que o volume médio diário caiu para 6,67 bilhões de reais em outubro, ante 8,44 bilhões de reais no mês anterior

REUTERS Brazil
  
São Paulo - O cenário de maior aversão a risco, em meio a persistentes incertezas com a economia global, motivou a queda de 21 por cento no volume financeiro médio diário naBovespa em outubro, ante setembro, na avaliação de profissionais de mercado.
Dados publicados no site da bolsa paulista mostraram que o volume médio diário caiu para 6,67 bilhões de reais em outubro, ante 8,44 bilhões de reais no mês anterior. Esse foi o menor giro médio diário desde julho.
Em outubro, o principal índice brasileiro de ações, o Ibovespa, acumulou queda de 3,6 por cento.
"Diante da conjuntura internacional, o apetite do comprador está se esgotando e isso se reflete em menor volume financeiro", disse o gestor Flávio Barros, da Grau Gestão de Ativos.
"O volume das bolsas externas também está bastante fraco, e isso é reflexo de uma perspectiva de baixo crescimento global", acrescentou.
A diferença maior entre o horário de negociação da bolsa paulista e dos mercados em Nova York também foi apontada por analistas como um fator que traz alguma limitação aos volumes negociados na praça doméstica.
"O gap maior com relação ao horário de Nova York influencia o volume", afirmou Illan Besen, especialista em renda variável da Icap Brasil. "Agora muita gente espera a abertura de Nova York para ter um referencial, uma ideia mais clara do humor do mercado, e também para arbitragem." Ao contrário de anos anteriores, a BM&FBovespa decidiu manter neste ano o horário de negociação do segmento Bovespa, apesar da entrada em funcionamento do horário de verão no Brasil.
Nas duas últimas semanas, a diferença entre a abertura da Bovespa e de Wall Street foi de 1h30. Agora, com o fim do horário de verão em Nova York, a diferença aumentou para 2h30.
"Ficamos com um gap grande com relação a Nova York e isso pode ter prejudicado o volume nas últimas semanas", disse o estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno.
"O volume pode ser ainda pior daqui para frente, vai depender um pouco de como vai se resolver a questão da eleição presidencial norte-americana", acrescentou.
A saída de investidores estrangeiros da bolsa paulista em outubro --quando houve retirada líquida de 1,23 bilhão de reais-- e temores de que o governo brasileiro poderia taxar o capital externo para controlar o câmbio também ajudavam a explicar a queda do volume na Bovespa, segundo Rostagno.
No acumulado do ano até 1o de novembro, o giro médio diário da Bovespa era de 7,25 bilhões de reais, 11,7 por cento acima do registrado no mesmo período de 2011, segundo dados da BM&FBovespa.