Índice encerrou em alta de apenas 0,37 por cento, a 57.267
pontos, após bater 58.246 pontos na máxima do dia
A Bovespa fechou no azul nesta quinta-feira,
amparada nos ganhos das ações da Petrobras e de bancos, com investidores na
expectativa das primeiras pesquisas de intenção de voto do Ibope e Datafolha no
segundo turno da corrida presidencial, previstas para serem divulgadas nesta
noite.
A pressão negativa de Wall Street, contudo, pesou no final da sessão, reduzindo
os ganhos do principal índice da bolsa paulista, que ainda teve como componente
negativo o declínio dos papéis da mineradora Vale e o tombo de 13 por cento nas
preferenciais da operadora Oi.
O Ibovespa encerrou em alta de apenas 0,37 por
cento, a 57.267 pontos, após bater 58.246 pontos na máxima do dia. O volume financeiro do pregão somou 9,1 bilhões
de reais.
Em Nova York, o índice S&P 500 fechou com a maior
queda percentual diária desde 10 abril, de 2,07 por cento, afetado por setores
ligados a commodities, com os negócios em Wall Street
influenciados por preocupações sobre a força da economia global. No front doméstico, pesquisas mostrando o
candidato de oposição Aécio Neves (PSDB) à frente da presidente Dilma Rousseff
(PT) na disputa, mesmo sendo de institutos pouco difundidos, repercutiram desde
cedo, alimentando expectativas para os números que Ibope e Datafolha divulgam
nesta noite.
Uma dessas pesquisas, do instituto Paraná
Pesquisas, publicada no site da revista Época na véspera, mostrou Aécio com 49
por cento das intenções de voto e Dilma com 41 por cento. O apoio formal do PSB, PPS, PSC e PV ao
candidato tucano no segundo turno também animou, enquanto segue a expectativa
sobre o posicionamento da ex-senadora Marina Silva (PSB) na disputa. "Com esses apoios, o mercado começa a
ponderar a chance real de Aécio ganhar", disse Frederico Ferreira
Lukaisus, gerente de renda variável na Fator Corretora. Operadores e analistas
têm manifestado insatisfação com as diretrizes econômicas do atual governo.
Perspectivas de alternância em Brasília têm servido como argumento para compras
na bolsa nos últimos meses e vice-versa.
Papéis fortemente influenciados pela dinâmica
eleitoral figuraram entre as maiores altas do Ibovespa praticamente desde o
início da sessão, com Banco do Brasil encabeçando a lista, seguido pela
Petrobras. A divulgação de que o Tesouro Nacional vendeu
5,24 milhões de ações do Banco do Brasil pelo valor total de cerca de 178,9
milhões de reais, entre 29 de agosto e 10 de setembro, não afetou o desempenho
dos papéis na sessão.
Ainda no setor financeiro, repercutiu a
informação de que está em estudo a flexibilização do recolhimento compulsório
sobre depósitos a prazo para apoiar empréstimos bancários para infraestrutura,
conforme disse à Reuters uma fonte do governo. O mercado também ficou atento à divulgação nesta
quinta-feira de depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa à
Justiça Federal, no qual detalha um suposto esquema de propinas que teria
beneficiado o PT, PP e PMDB.
Empresas
Estácio Participações esteve entre as maiores
altas após divulgar crescimento de 5,8 por cento na captação de matrículas na
graduação presencial para o segundo semestre. Oi despencou pelo segundo dia, com as ações
preferenciais caindo 13,16 por cento, enquanto as ordinárias , que não estão no
Ibovespa, recuaram 10,6 por cento, por incertezas sobre o futuro da empresa
após a saída do presidente-executivo.
O Goldman Sachs cortou o preço-alvo da ação de
1,55 para 1,06 real. O recuo de quase 2 por cento nos papéis da Vale,
conforme segue desfavorável o cenário para os preços de minério de ferro,
também ajudaram a limitar o avanço do Ibovespa.