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sexta-feira, 7 de setembro de 2012


Minoritários da Petrobras querem mais representatividade

A Associação de Investidores no Mercado de Capitais e 16 grupos internacionais reclamaram sobre a governança na empresa.

 
Rio de Janeiro - Uma articulação inédita entre acionistas minoritários brasileiros e estrangeiros da Petrobras está inaugurando nova fase na luta por representatividade de investidores privados na gigante de controle estatal. A Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec) e 16 grupos internacionais enviaram uma carta ao ministro da Fazenda e presidente do conselho de administração da Petrobras, Guido Mantega, e à presidente da companhia, Graça Foster, listando problemas de governança na empresa.
As críticas do grupo, gestores de US$ 2,15 trilhões em investimentos pelo mundo e acionistas relevantes da Petrobras, se concentram na representatividade de minoritários na estatal e na forma de financiar o pesado plano de investimentos, diante da política de reajuste de preços de derivados.
“Até que seja implementado um método formal de estabelecimento de preços de produtos refinados que acompanhe os preços internacionais, esta continuará sendo uma importante questão de governança com impacto negativo para a percepção da empresa e, consequentemente, para seu valor”, dizem os investidores, em carta assinada pelo presidente da Amec, Mauro Cunha, referendada pelos 16 grupos estrangeiros.
No texto de pouco mais de duas páginas, escrito em inglês e datado de 29 de agosto, eles pedem que a Petrobras revise sua estratégia de investimentos de forma a garantir valor sustentável às ações no longo prazo. O pleito fundamental de fundos como o F&C (Londres), Aberdeen (Escócia) e FSBA (Flórida) está na representação de acionistas minoritários na companhia.
Os investidores não se sentem representados pelos dois conselheiros que ocupam as vagas reservadas a minoritários, os empresários Jorge Gerdau e Josué Gomes da Silva. Lembram que ambos foram eleitos em assembleia em março graças a fundos de pensão estatais (Petros, Previ e Funcef) e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que votam como acionistas minoritários, mas sempre alinhados à União - que é a controladora, ao mesmo tempo, dos fundos, do banco e da Petrobras. Pedem que eles se isentem na próxima eleição anual, prevista para março.
Os acionistas também reportaram sua insatisfação com a desvalorização dos papéis da empresa e com suas práticas de governança corporativa na carta enviada a autoridades. No documento, eles sustentam que, desde a megacapitalização anunciada em 2009, a Petrobras já perdeu US$ 208 bilhões em valor.
Para embasar sua argumentação, destacam que os papéis da empresa sofreram uma “destruição” de 48% em dólares nesse período, enquanto o XOP, um fundo de índices que integra as grandes companhias de petróleo do mundo, teve valorização de 46%. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

"Super Mario" garante a praia do investidor

Bolsas se animam com declarações de apoio do Banco Central Europeu ao mercado de dívida dos governos em apuros

 
São Paulo - A semana terminou mais cedo para o mercado financeiro brasileiro por conta do feriado da Independência do Brasil na sexta-feira e não poderia ter encerrado melhor para o investidor. O italiano Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), fez o esperado e reafirmou o comprometimento da autoridade monetária da zona do euro com a manutenção da moeda única. 
Conhecido como Super Mario por ter evitado a quebra do seu país em 1990 quando vivia uma situação parecida com a da Grécia e quase foi à falência, o economista anunciou compras ilimitadas de bônus da dívida soberana com vencimentos entre um e três anos de países que fizerem essa solicitação. A notícia animou as bolsas ao redor do mundo. Draghi também manteve o juro na região em 0,75% ao ano.
"A decisão de ligar as compras aos programas de ajuda foi desenvolvida para ajudar a garantir as condições do apoio e reduz o risco moral, onde os estados membros recebendo auxílio decidem afrouxar as reformas fiscais e estruturais", ressalta Azad Zangana, economista para a Europa do Schroders, em um relatório. "Em nossa visão, o BCE deu outro passo na direção certa, mas ainda está longe de remover totalmente os riscos remanescentes que os investidores temem", alerta Zangana.
O Ibovespa terminou a sexta-feira com uma alta de 2,56%, o que levou o ganho na semana para 2,21%. Nos EUA, o índice Dow Jones subiu 1,87%, o Nasdaq 100 avançou 2,17% e o S&P500 2,04%. Na Europa, o IBEX 35 da bolsa de Madri disparou 4,91% e o CAC 40 de Paris se valorizou em 3,09%. O índice alemão DAX 30 caminhou 2,91% e o FTSE MIB de Milão terminou com uma alta de 4,31%.
Semana
Por aqui, o mercado também se mexeu muito com as novas medidas protecionistas anunciadas pelo governo e que afetaram principalmente o setor siderúrgico. Foi a semana da redenção para a Usiminas, CSN e Gerdau, que há muito vinham apanhando na bolsa por conta de uma menor demanda por aço e pela competição com produtos importados, apesar do real mais fraco desde o início do ano.
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou na terça-feira após o fechamento dos mercados a elevação do Imposto de Importação para 100 produtos (veja a lista) e o setor siderúrgico é um dos principais beneficiados. A medida tem validade por um ano, mas pode ser ampliada por mais um, de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
EmpresaCódigoPreço (R$)Var. %
UsiminasUSIM59,6318,16
UsiminasUSIM310,8514,45
BraskemBRKM514,614,06
BM&FbovespaBVMF311,729,02
Gerdau MetalúrgicaGOAU424,168,73
CPFLCPFE323,258,14
GerdauGGBR419,277,35
Banco do BrasilBBAS324,827,08
Lojas AmericanasLAME415,445,68
CSNCSNA310,525,2
As alíquotas, que variavam entre 12% e 18%, passaram para 25% e vão valer para as compras fora do Mercosul. Segundo as estimativas de Marcos Assumpção, analista do Itaú BBA, cerca de 60% das receitas da Usiminas estão expostas ao aumento da tarifa. "O impacto é menor para CSN eGerdau, que têm uma exposição de 30% e 5%, respectivamente, à tarifa", explica em um relatório.
A CSN tem grande parte das operações ligadas à mineração do minério de ferro e a Gerdau com negócios nos Estados Unidos. O analista elevou a Usiminas para desempenho em linha com a média do mercado (marketperform) , com um preço-alvo de 10 reais para o final de 2013. A Usiminas liderou o índice na semana e terminou o período com uma valorização de 18%.
10 -
O pior desempenho ficou com a construtora Rossi. Os acionistas ficaram preocupadosporque podem ter a sua participação na empresa diluída em 30% caso escolham não aderir à oferta de ações anunciada pela empresa na quarta-feira e que pretende arrecadar até 500 milhões de reais. A operação será feita com a emissão de papéis ao preço de 4,50 reais, que corresponde à média ponderada por volume dos últimos 60 pregões e mais um desconto de 11,3%.
"Segundo nossos cálculos, assumindo que os recursos serão usados apenas para reforçar o caixa da companhia e, portanto, não empregados de forma rentável, a diluição potencial para o acionista que não aderir é de 30%", explica a Fator Corretora em um relatório. Além da perda de participação na companhia, outros pontos da oferta chamam a atenção do mercado.
EmpresaCódigoPreço (R$)Var. %
CopelCPLE635,85-1,57
CespCESP631,79-1,52
Transmissão PaulistaTRPL444,42-1,51
ALLALLL38,89-1,44
EletrobrasELET313,05-1,29
CetipCTIP325,54-1,08
JBSJBSS35,74-1,03
Brasil FoodsBRFS332,81-0,49
SabespSBSP389,1-0,32
B2WBTOW37,98-0,13
 comunicado enviado pela Rossi destaca que a empresa está em "tratativas com os acionistas controladores e potenciais investidores, objetivando garantir a subscrição do aumento de capital". Ou seja, isso indica que os controladores não possuem recursos para garantir a compra de eventuais sobras da subscrição aos acionistas existentes ou que não têm interesse em aumentar a participação. Daí viria a participação dos tais "potenciais investidores".
"Na nossa visão este fato é forte indicativo que os controladores não veem a subscrição como uma aplicação rentável. Diferentemente das operações de aumento de capital de Brookfield e PDG, onde o grupo de acionistas melhor informado (no caso de Brookfield, o próprio controlador) deu suporte à companhia, o controlador da Rossi não parece disposto a fazê-lo com o mesmo ímpeto", ressalta a Fator.

PIB da Grécia recua 6,3% no segundo trimestre

País encolheu em um ritmo mais acelerado do que o estimado anteriormente

 
Atenas - A economia da Grécia contraiu-se em um ritmo mais acelerado do que o estimado anteriormente, confirmando que o país permanece em recessão, em meio à queda dos gastos do governo e das exportações. Segundo dados divulgados pela agência de estatísticas Elstat, o Produto Interno Bruto (PIB) grego encolheu 6,3% no segundo trimestre deste ano, em relação ao mesmo intervalo de 2011.
A estimativa inicial, divulgada no mês passado, era de queda de 6,2% no período. Ainda na mesma base de comparação, o PIB grego recuou 6,5% nos três primeiros meses de 2012 e teve contração de 7,3% entre abril e junho de 2011.
A abertura dos números mostra que o consumo total caiu 7,2% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, após recuar outros 7,1% nos três primeiros meses de 2012, na mesma base de comparação. Entre abril e junho deste ano, o consumo do governo caiu 3,7% e o consumo das famílias recuou 8,0%, também em base anual.
Já as exportações recuaram 4,1% no trimestre passado ante um ano antes, enquanto as importações cederam 12,3%. Os dados ilustram a fraqueza do consumo interno e da demanda externa por produtos gregos. As informações são da Dow Jones.