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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Investidor migra de CDB para letras imobiliárias


O volume em circulação das chamadas LCIs, usadas pelos bancos para financiar hipotecas, cresceu 37 por cento em um ano

Francisco Marcelino ,Gabrielle Coppola - Bloomberg
  
São Paulo - Os investidores brasileiros estão começando a sacrificar liquidez em troca de maiores retornos. A tendência aparece na migração de recursos dos certificados de depósito bancário para letras de crédito imobiliário.
O volume em circulação das chamadas LCIs, usadas pelos bancos para financiar hipotecas, cresceu 37 por cento em um ano, para R$ 60,7 bilhões em outubro, comparado a uma queda de 0,8 por cento, para R$ 670,3 bilhões, dos Certificados de Depósitos Bancários, de acordo com dados da Cetip SA - Mercados Organizados.
As LCIs de dois anos rendem até 7,46 por cento, comparadas a uma taxa ajustada de 6,9 por cento do CDBs. Nos Estados Unidos, os certificados de depósitos de dois anos rendem 0,87 por cento, de acordo com o Banrate.com.
O Banco do Brasil SA, maior banco da América Latina em ativos, prevê que clientes que detêm atualmente 2 por cento de seus CDBs irão migrar para Letras de Crédito Imobiliário em um ano, segundo o vice-presidente de finanças do banco, Ivan Monteiro.
A estratégia do Banco Central de cortar a taxa básica de juros em 5,25 pontos percentuais desde agosto de 2011, para 7,25 por cento, como forma de estimular o crescimento da economia, reduziu o retorno dos CDBs e estimulou o crescimento do mercado imobiliário com financiamentos habitacionais mais baratos.
"Pela indústria estar crescendo bastante, do crédito imobiliário estar crescendo bastante, você está tendo um cenário propício para o crescimento da LCI no País" disse Octávio de Lazari Júnior, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, a Abecip, e também diretor adjunto do Banco Bradesco SA.

Sócio estima que XP Investimentos deve abrir capital em até três anos


A estratégia de investimento do fundo em uma empresa tem como finalidade a venda para uma companhia maior. Mas esse não será o caso da XP

Eduardo Tavares - Arena do Pavini
  
São Paulo - A corretora XP Investimentos fará sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em até três anos, segundo Patrick Ledoux, diretor da gestora de fundos de private equity britânica Actis, que tem participação minoritária no capital da corretora. A Actis fez um investimento de R$ 100 milhões na XP em 2010. Segundo Ledoux, a duração média dos investimentos da Actis em uma empresa é de três a sete anos.
De acordo com o gestor, a estratégia de investimento do fundo em uma empresa tem como finalidade a venda para uma companhia maior. Mas esse não será o caso da XP.
Ledoux afirma que, considerando a hipótese da venda da corretora, os possíveis interessados seriam os grandes bancos. "Se um deles comprasse a XP, acabaria com o modelo que caracteriza o negócio da corretora, que é o de ser um supermercado de investimentos", diz. A intervenção de um grande banco "provavelmente privilegiaria as opções de investimento do próprio banco".
IPO é exceção
Segundo Ledoux, o IPO não é a estratégia de desinvestimento prioritária da Actis para as empresas em que investe. "Nossa visão é a de sempre buscar a venda para um participante estratégico do mercado", afirma. O mercado, segundo ele, não apenas no Brasil, mas no mundo, não tem sido consistente para IPOs ao longo dos últimos anos.