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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Banco Central sinaliza que juros não devem subir, dizem fontes



O diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, sinalizou, em reunião com economistas que o BC não pretende elevar mais os juros no atual ciclo, mas se manterá vigilante caso o objetivo de levar a inflação para a meta no fim de 2016 seja colocado em risco, disseram duas fontes que participaram do encontro.

No encontro, realizado no Rio de Janeiro, Awazu manteve o tom da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e reforçou o compromisso com a inflação em 4,5 por cento ao final de 2016.

"Ele destacou que os riscos associados à inflação são condizentes com a defasagem da política monetária, assim como trouxe a ata", disse um dos economistas que participou do encontro e que pediu para não ser identificado.

Na semana passada, o Copom divulgou a ata da última reunião, na qual informou que a convergência da inflação para o centro da meta em 2016 tem se fortalecido e os riscos desse cenário são "condizentes com efeitos acumulados e defasados da política monetária", mas que ainda é preciso manter-se "vigilante em caso de desvios significativos".

Segundo o economista, Awazu reforçou diversas vezes a "necessidade de manutenção" dos juros como meio de atingir o objetivo do BC.

"Isso indica que o BC não pretende voltar a subir os juros. Não é essa a intenção deles", disse a fonte.

No entanto, o diretor do BC também voltou a repetir a necessidade de permanecer vigilante, sinalizando que, caso necessário, a autoridade monetária pode voltar a elevar a taxa de juros.


"O cenário ainda é de manutenção da taxa de juros, mas caso apareça algum acontecimento que tire a inflação da meta do BC, eles estão deixando a porta um pouco aberta para acionar os juros", disse um segundo economista que também participou do encontro.

domingo, 19 de julho de 2015

Entenda um pouquinho da crise Grega



A crise financeira da Grécia, país de apenas 11 milhões de habitantes, pode ter profundas implicações para a economia mundial e a União Europeia. Há temores de que um agravamento da crise leve a um eventual calote da dívida grega e que países como Portugal, Itália, Espanha e Irlanda acabem seguindo pelo mesmo caminho. Investidores observam com preocupação os cenários previstos por especialistas, como o de vários países sendo forçados a cortar drasticamente os seus gastos públicos e elevando taxas de juros para poder pagar suas dívidas, ou o de países deixando a chamada zona do euro e provocando uma dissolução da União Europeia.

Outro temor é em relação aos prejuízos dos bancos que emprestaram dinheiro a esses países, perdas que podem levar a uma nova crise de crédito. O déficit no orçamento grego, ou seja, a diferença entre o que o país gasta e o que arrecada, foi, em 2009, de 13,6% do PIB, um dos índices mais altos da Europa e quatro vezes acima do tamanho permitido pelas regras da chamada zona do euro. Sua dívida está em torno de 300 bilhões de euros (o equivalente a US$ 400 bilhões ou R$ 700 bilhões) e parte desse montante – cerca de US$ 12,5 bi - venceu no dia 19 de maio.

Para honras seus compromissos, a Grécia deve receber, ao longo de três anos, um pacote de cerca de 110 bilhões de euros (aproximadamente US$ 140 bilhões), que inclui a participação de países da zona do euro e do FMI. Entretanto, para conseguir esse empréstimo, o governo grego precisará cortar gastos e aumentar impostos – medidas previstas em um pacote de austeridade aprovado pelo parlamento do país.

A BBC preparou uma sessão de perguntas e respostas para ajudar a entender o que está em jogo nessa crise.

Por que a Grécia está nessa situação?

A Grécia gastou bem mais do que podia na última década, pedindo empréstimos pesados e deixando sua economia refém da crescente dívida. Nesse período, os gastos públicos foram às alturas, e os salários do funcionalismo praticamente dobraram. Enquanto os cofres públicos eram esvaziados pelos gastos, a receita era atingida pela evasão de impostos.

A Grécia estava completamente despreparada quando chegou a crise global de crédito e em 2009, registrou déficit orçamental de 13,6% do PIB e enfrenta atualmente uma dívida de 300 bilhões de euros. O montante da dívida deixou investidores relutantes em emprestar mais dinheiro ao país. Hoje, eles exigem juros bem mais altos para novos empréstimos. Essa situação é particularmente preocupante, porque a Grécia depende de novos empréstimos para refinanciar mais de 50 bilhões de euros em dívidas neste ano.

Por que a situação causa tanta preocupação fora da Grécia?

Todo mundo na zona do euro – e qualquer um que negocie com a zona do euro – é afetado por causa do impacto da crise grega sobre a moeda comum europeia. Teme-se que os problemas da Grécia nos mercados financeiros internacionais provoquem um efeito dominó, derrubando outros membros da zona do euro cujas economias estão enfraquecidas, como Portugal, Irlanda, Itália e Espanha(PIIGS). Todos eles enfrentam desafios para requilibrar suas contas.

As preocupações foram exacerbadas pelas agências de classificação de risco, que rebaixaram os graus de investimento de Portugal e Espanha, além da Grécia, gerando temores sobre a capacidade desses países de pagar suas dívidas.

O que a Grécia está fazendo para reverter a crise?

A Grécia apresentou planos para cortar seu déficit para 8,7% em 2010, e para menos de 3% até 2012. Para alcançar isso, o Parlamento grego aprovou em maio desse ano um pacote de medidas de austeridade para economizar 4,8 bilhões de euros. O governo quer congelar os salários do setor público e aumentar os impostos, e ainda anunciou o aumento do preço da gasolina.

O governo ainda pretende aumentar a idade para a aposentadoria em uma tentativa de economizar dinheiro no sistema de pensões, já sobrecarregado.

Como essas medidas foram recebidas na Grécia?

De maneira nem um pouco positiva. Houve uma série de protestos no país, alguns violentos. Em um deles, três pessoas morreram após um incêndio em um banco no centro de Atenas. Várias greves atingiram escolas e hospitais e praticamente paralisaram o transporte público. Muitos servidores públicos acreditam que a crise foi criada por forças externas, como especuladores internacionais e banqueiros da Europa central.

Os dois maiores sindicatos do país classificaram as medidas de austeridade como “antipopulares” e “bárbaras”.

O que acontece agora?

A União Europeia afirmou que a primeira parcela do pacote de empréstimo será paga antes do dia 19 de maio (que não foi paga) – data que vence parte da dívida grega. No total, cerca de 30 bilhões de euros (R$ 70 bi).

Em teoria, os fundos do pacote de ajuda da UE e do FMI e o pagamento de parte da dívida deveria proporcionar uma queda nos custos de empréstimo do governo e o euro deveria voltar a se fortalecer, depois de ter sofrido queda nas últimas semanas por causa do medo de a Grécia não conseguir pagar suas dívidas.

A Grécia poderia simplesmente abandonar o euro?

Operadores de câmbio já demonstraram medo de que alguns países com grandes déficits no orçamento – como a Grécia, Espanha e Portugal – possam se sentir tentados a abandonar o euro. Ao deixar a moeda comum, o país poderia permitir a desvalorização de sua moeda e, assim, melhorar sua competitividade.

Mas isso também causaria grandes rupturas nos mercados financeiros, provocando o medo entre os investidores de que outros países adotassem a mesma estratégia, potencialmente levando ao fim da união monetária. Mas a União Europeia já demonstrou que quer manter a zona do euro unida e descartou a ideia de que países iriam abandonar a moeda.

Como a situação da Grécia se compara a de outros países?

A Grécia não é o único país da zona do euro a violar a regra que afirma que o déficit orçamentário não deve ultrapassar 3% do PIB do país. Na Grã-Bretanha, que não está na zona do euro, esse déficit chega a 13% do PIB. Na Espanha ele chega a 11,2%, na Irlanda a 14,3% e na Itália a 5,3%.

domingo, 22 de março de 2015

Pouso forçado da China é "cisne negro" da economia global


Um "pouso forçado" da China é o maior "cisne negro" da economia mundial, de acordo com o banco. Société Générale O risco de calote da Grécia é até mais alto (35%), mas menos significativo.
A chance de que o crescimento chinês desacelere bruscamente passou de 20% em novembro para 30% agora, e se tornou o maior risco econômico global "possível, mas ainda improvável".

No mês passado, o banco disse em nota que o dia de acerto de contas estava chegando  para a China e que o país teria que aprender a desatar os nós que ligam governos locais, empresas estatais e montanhas de crédito e dívida.

O rebalanceamento do investimento em direção ao consumo está caminhando e "reforma, não estímulo" é o que o país precisa para manter o ímpeto. Isso não significa que o crescimento vá se manter nos mesmos níveis, algo que o próprio governo já reconhece.

Há cerca de um ano, o SG explicou qual seria o impacto de um pouso forçado chinês sobre o Brasil e o mundo. Muita coisa já mudou deste então, a começar pela queda do petróleo, mas a moral da história é a mesma: o Brasil seria devastado pela queda das commodities caso sua maior parceira comercial entre em uma espiral negativa. 

Possibilidades

A tabela de cisnes negros é divulgada periodicamente pelo Société Générale. Em setembro de 2013, os emergentes ficaram no topo; no final do ano passado, foi a crise europeia. 

A última edição traz, em ordem de probabilidade: um calote da Grécia (35%), um pouso forçado da China (30%), uma eleição no Reino Unido que leve a um plebiscito sobre a saída do país da União Europeia (25%), uma forte revisão dos premiums de diferentes prazos no G4 (20%), multiplicadores menores que o esperado (15%), a concretização de uma saída do Reino Unido da UE (10%), a saída da Grécia da zona do euro (10%), uma crise sistêmica nos emergentes (10%) e o "vazamento" da crise na Ucrânia (5%).

Os "cisnes brancos" são dois: multiplicadores maiores que o esperado (15%) e um ciclo virtuoso na Europa que combine reformas e políticas fiscais amigáveis ao crescimento (10%).

Perspectivas

O título do relatório é "Recuperação - mas não como a conhecemos!". A queda dos preços de petróleo e uma nova onda de estímulos - em especial do Banco Central Europeu (BCE) - estão impulsionando o crescimento global, e outras economias já vem colhendo os frutos da desvalorização de suas moedas.

A questão é que tudo isso ocorre em um mundo pós-crise que está bem diferente, a começar pela tendência ao juro zero na maior parte do mundo industrializado.
Em relação ao Brasil, o relatório enfatiza a deterioração fiscal do ano passado e as tentativas de reverter o jogo a partir deste ano. No entanto, o banco não acredita que a meta de superávit primário de 1,2% será atingida em meio a uma forte desaceleração econômica. 

"Em algum momento, o governo terá que rever suas estimativas, e isso afetará a credibilidade de sua comunicação e o sentimento dos investidores", diz o banco.


O banco reviu suas previsões para o crescimento do PIB: de 0,6% para -0,3% em 2015 e de 1,5% para 1,2% em 2016.

Orçamento terá contingenciamento "significativo", diz Dilma

Para Dilma Rousseff, o ajuste fiscal é fundamental para alcançar 1,2% de superávit primário

Brasília - Na semana em que o Congresso Nacional aprovou o Orçamento Geral da União, a presidente Dilma Rousseff informou  que o governo fará um contingenciamento “significativo” nos recursos previstos. Segundo ela, é preciso fazer cortes para cumprir a meta do superávit primário.
“Tivemos, agora, aprovado nosso orçamento. Assim que sancionado, vamos fazer um contingenciamento que será significativo. Não será um pequeno contingenciamento”, disse hoje (20) a presidente, durante entrevista a jornalistas após participar de cerimônia no Rio Grande do Sul.

“É fundamental que tratemos do contingenciamento, porque temos um objetivo, que é fazer 1,2% de superávit primário. Para fazer isso, contamos com as medidas que enviamos ao Congresso e também com um processo de redução dos nossos gastos, o que só pode ser feito depois do orçamento aprovado”, explicou.

O Orçamento da União foi aprovado com quase três meses de atraso. A proposta deveria ter sido votada no fim do ano passado, para vigorar a partir de 1º de janeiro. Por falta de acordo, a votação foi adiada várias vezes. Até a sanção da proposta orçamentária para 2015, o governo continuará usando um doze avos para custeio e despesas permanentes.

Dilma Rousseff voltou a defender a agilidade na aprovação das medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo. De acordo com a presidente, a aprovação é imprescindível para o país e permitirá que o governo, a economia e sociedade saiam de uma situação de maior restrição.

“É necessário que se aprove o ajuste fiscal e que a gente use o orçamento aprovado para fazer o contingenciamento. A partir daí, todas as demais medidas serão tomadas."

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Dólar recua com expectativa por política monetária na Europa




O dolar à vista no balcão abriu em baixa nesta sexta-feira, 16, devolvendo parte da alta de quinta-feira, 15, quando uma decisão do Banco Central da Suíça (SNB) trouxe de volta à aversão ao risco nos mercados internacionais.

O sentimento ainda é ruim no exterior nesta manhã. Porém, as expectativas em relação à decisões de política monetária na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil, além da agenda norte-americana, favorecem o ajuste no mercado de câmbio.
O dólar à vista caía 0,42% às 9h30, cotado a R$ 2,6230. Na abertura, foi negociado a R$ 2,6310 (-0,11%). No mercado futuro, o dólar para fevereiro estava em baixa de 0,75%, cotado a R$ 2,6335. Essa moeda abriu a R$ 2,6495 (-0,15).

O Banco Central faria leilão, das 9h30 às 9h40, de até 2 mil contratos de swap cambial (US$ 100 milhões) para 01/09/2015 e 01/12/2015, com resultado a partir das 9h50. Às 11h30, a autoridade monetária volta a atuar com o leilão de rolagem de swap com vencimento em 2/2/2015, cujo resultado sai a partir de 11h50.

No exterior, o euro ampliava, há pouco, a queda ante o dólar, para US$ 1,1583, de US$ 1,1632 no fim da tarde de ontem em Nova York. A moeda dos EUA, por sua vez, estava cotada a 116,70 ienes, de 116,32 ienes no fim da tarde de ontem.

Os mercados de moeda ainda refletem a surpresa com o Banco Central da Suíça (SNB). Ontem, a autoridade monetária suíça eliminou a taxa de câmbio mínima de 1,20 franco suíço por euro, sugerindo que o Banco Central Europeu (BCE) pode estar perto de lançar um programa de compra de títulos soberanos, possivelmente no encontro marcado para a próxima semana (dia 22).

Ao longo do dia, dados dos EUA vão chamar a atenção. O índice de preços ao consumidor (CPI) em dezembro, às 11h30; a produção industrial no mesmo mês, às 12h15; e a leitura preliminar de janeiro do índice de sentimento do consumidor, da Universidade de Michigan, às 13 horas, são bastante esperados, podendo provocar ajustes nas apostas para a política monetária do Federal Reserve, além das perspectivas para os rumos da economia global.

Fonte: Estadão

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Economistas pioram projeção de inflação de 2015 a 6,56%


Economistas de instituições financeiras elevaram a projeção para a inflação neste ano, piorando o estouro da meta, diante de uma economia com perspectiva de crescimento menor.
Pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mostrou que a projeção para o IPCA de 2015 foi a 6,56 por cento, 0,03 ponto percentual a mais do que no levantamento anterior.
Para 2014 a projeção teve ligeiro ajuste a 6,39 por cento, contra 6,38 por cento. A inflação do ano passado será conhecida na sexta-feira, quando o IBGE divulgará o IPCA de dezembro. A meta do governo é de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Já a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano caiu em 0,05 ponto percentual, a 0,50 por cento. Para 2014, a expectativa é de crescimento de 0,15 por cento, contra 0,14 por cento anteriormente.
Sobre a Selic, o Focus mostrou que a perspectiva continua sendo de que a taxa básica de juros, atualmente em 11,75 por cento, termine este ano a 12,50 por cento.
Para o dólar, que fechou 2014 em alta de quase 13 por cento ante o real, a 2,6587 reais, especialistas consultados mantiveram a projeção de que encerrará este ano a 2,80 reais.
Inflação alta, juros elevados, crescimento baixo e contas públicas em deterioração é o cenário que o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy terá de enfrentar.
Com perfil mais ortodoxo, ele já anunciou nova meta de superávit primário para este ano, equivalente a 1,2 por cento do PIB, e disse que é preciso coragem para fazer as mudanças necessárias.

fonte: Reuters



terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Dólar pode chegar a R$ 3,20 em 2015




O dolar fechou 2014 com uma alta de 13% frente o real. Para este ano, a previsão é de mais valorização. Segundo o economista e diretor-presidente da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Moura Nehme, o dólar pode atingir o patamar de 3,20 reais em 2015. Somente no primeiro trimestre, a expectativa é que a moeda americana alcance facilmente os 2,80 reais.
Nehme afirma que o Brasil é um país frágil no contexto do mercado internacional e que o governo, apesar de usar como “escudo” que o país tem reservas cambiais de 373,4 bilhões de reais, não conseguirá conter a pressão. Ele acrescenta que os programas de swaps não conseguirão conter a alta do dólar.
“A Russia que depois de ter ‘controlado o incêndio’ em torno do rublo com queima de reservas efetivas em dólares, ainda tem mais reservas cambiais do que o Brasil”, disse.
O economista ressalta ainda que o preço do barril de petróleo continuará a pressionar a alta do dólar. A perspectiva é de que o preço do barril chegue em 40 dólares o barril. “Mas ninguém descarta que pode-se chegar ao patamar de 30 dólares - valor próximo ao visto na recessão em 2008”, completa Nehme.
Por fim, ele destaca que o pouco entusiasmo que existia com a nova equipe econômica já não existe mais, após o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, ter de voltar atrás após afirmar que o governo mudaria a regra de reajuste para o salário mínimo a partir de 2016.
“Ficou bem claro que a liberdade da equipe não será conforme o esperado. O cenário é muito complicado e o governo tem dogmas ideológicos dos quais não se pode ir contra”, finalizou.
De acordo com o boletim Focus divulgado hoje pelo Banco Central, para o término de 2015, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio ficou em 2,80 reais.