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quarta-feira, 26 de setembro de 2012


Itaú BBA lista 10 ações para os "órfãos do setor elétrico"

Banco sugere papéis para quem busca opções após a derrocada do setor

Gustavo Kahil - EXAME.com
  
São Paulo - O mercado sempre viu o investidor que aplica no setor elétrico como alguém de perfil defensivo e que busca. Esse perfil, contudo, agora parece coisa do passado com a maior das empresas listadas passando por um momento ruim na bolsa após o governo anunciar medidas para reduzir as tarifas ao consumidor. 
Os papéis estão voláteis e a garantia de dividendos foi para o espaço com as incertezas sobre as novas renovações das concessões. O Índice de Energia Elétrica (IEE) tem baixa de 7,3% apenas em setembro, enquanto o Ibovespa tem alta de 6% no período.
De olho nesse tipo de investidor, o Itaú BBA preparou uma lista com 10 ações para os "órfãos do setor elétrico".
"Após as mudanças, os investidores têm procurado por outros nomes capazes de distribuir bons dividendos e por companhias que sejam boas geradoras de fluxo de caixa livre", explicam Carlos Constantini, Susana Salaru e Pedro Luz Maia, que assinam o relatório.
Juros
Além dos investidores decepcionados com o setor elétrico, o Itaú BBA explica que os papéis também servem àqueles que buscam opções para o cenário de um juro básico da economia (Selic) menor, atualmente em 7,5% ao ano. Desde o início do mais recente ciclo de corte nas taxas, o Banco Central já reduziu a Selic em 500 pontos-base.
"Toda vez que os juros convergem, esperamos que investidores de renda fixa busquem maior duração e rendimento para manter os retornos no mesmo nível. Isso geralmente é obtido ampliando prazos ou partindo para ativos de maior volatilidade. Para a renda variável, isso se traduz em uma busca por pagadoras de dividendos ou geradoras de fluxo de caixa livre", ressaltam os analistas.
Preferidas
Segundo o Itaú BBA, as 10 ações listas não só são ótimas pagadoras de dividendos, "mas também têm a provável capacidade de distribuir no futuro, devido à forte geração de fluxo de caixa livre". Confira abaixo a lista com as ações escolhidas pelo Itaú BBA e o pagamento em dividendos  em relação ao preço da ação (dividend yield) esperado:
EmpresaCódigoDividend Yield
HeringerFHER35%
Banco do BrasilBBAS35,80%
DaycovalDAYC46,90%
ValidVLID36,40%
AmBevAMBV44,70%
ComgasCGAS59,20%
Telefônica BrasilVIVT49,80%
DirecionalDIRR34,50%
Metal LeveLEVE36,80%
Santos BrasilSTBP116,90%

Na crise econômica, "a única boa notícia vem do turismo"

Enquanto a crise parece não chegar ao fim, o turismo cresceu 6,6% em 2010 e 5% em 2011

Katell Abiven - AFP
 
Madri - Contra todas as expectativas, o setor de turismo conseguiu se adaptar à crise econômica, explica, em uma entrevista, Taleb Rifai, secretário-geral da Organização Mundial de Turismo (OMT), que prevê um crescimento mundial do setor de cerca de 4% em 2012.
O turismo foi duramente atingido pela crise em 2008 - com uma desaceleração de 2,1% - antes de viver em 2009 seu pior ano em 60 anos, segundo à OMT, com uma queda de 3,8% na chegada de turistas.
Contudo, enquanto a crise parece não chegar ao fim, o turismo cresceu 6,6% em 2010 e 5% em 2011.
"A única boa notícia procedente da economia vem do turismo", um setor "muito flexível, que se adapta bem" às circunstâncias, comemora Rifai, dirigente do organismo ligado à ONU com sede em Madri.
Apesar da crise, "o turismo faz parte do estilo de vida, não podemos renunciar a ele", afirma. As dificuldades econômicas "mudarão as formas de viajar, as pessoas procurarão as ofertas, mas continuarão viajando", acrescenta.
Na véspera do Dia Mundial de Turismo, nesta quinta-feira, a OMT demonstra otimismo em relação a 2012. No primeiro semestre o setor registrou um crescimento de 5%. No conjunto do ano "esperamos um crescimento de entre 3% e 4%, eu diria mais próximo a 4%", projeta Rifai.
"Isso quer dizer que alcançaremos em novembro ou dezembro a cifra histórica de bilhões de turistas internacionais", diz.
Entre janeiro e junho, o crescimento foi mais forte na região Ásia-Pacífico, com um aumento de 8% da chegada de turistas. O Japão se recuperou depois de sofrer uma forte queda em 2011 como consequência do terremoto, tsunami e do acidente nuclear de Fukushima.
A Europa, a região mais visitada do mundo, registrou um aumento de 4% no número de turistas, uma cifra similar a das Américas, com 5%.
A África ( 7%) também viveu um bom primeiro semestre, especialmente no norte do continente ( 11%), depois de ter sofrido as consequências das revoltas populares da chamada Primavera Árabe. "Há uma verdadeira reativação no Egito e na Tunísia", destaca a OMT.
"O turismo é provavelmente um dos únicos setores que podem estimular a economia mundial, em particular no que se refere a empregos: dadas as elevadas porcentagens de desemprego que registramos atualmente, não podemos subestimar os que são gerados pelo turismo", defende Rifai.
Com 235 milhões de postos de trabalho, o setor é responsável por 5% do PIB mundial.
Isso leva à OMT a se preocupar com os obstáculos que podem ameaçar o crescimento desta indústria. "Nosso pedido, nossa mensagem, é que os dirigentes de todo o mundo utilizem todo o potencial do turismo, porque, no momento, não é o caso", disse Rifai.
"As taxas sobre as viagens se transformaram em um verdadeiro problema para nós", explica. "Estamos preocupados com a indústria aérea, porque a maior parte de taxas, no turismo, está relacionada ao transporte, principalmente ao avião", meio escolhido para mais de 50% dos trajetos.
"Isso é realmente alarmante", insiste. "Estamos preocupados com a capacidade de as pessoas viajarem de avião e pela competitividade do setor, que ficará severamente afetada por estas taxas, além da possibilidade de uma forte alta do preço do petróleo".
"É um problema que afeta principalmente o tráfego que sai da Europa", onde as taxas aéreas são mais elevadas, "mas, no fim, como entre 52% e 55% das viagens do mundo vêm da Europa, este é um problema global", considera Rifai.

Bovespa fecha estável; Espanha e Grécia preocupam

O Ibovespa teve variação negativa de 0,04 por cento, a 60.478 pontos, após ter chegado a cair 1,28 por cento na mínima intradiária

REUTERS Business
São Paulo - A Bovespa reduziu as perdas e encerrou o pregão desta quarta-feira praticamente estável, com a crescente preocupação com a situação fiscal da Espanha e Grécia pesando nos mercados externos e motivando investidores a fugir de ativos de risco.
O Ibovespa teve variação negativa de 0,04 por cento, a 60.478 pontos, após ter chegado a cair 1,28 por cento na mínima intradiária. Segundo operadores, a melhora do mercado foi um ajuste após o forte recuo da véspera, de 2,3 por cento. O giro financeiro do pregão foi de 7,26 bilhões de reais.
"A bolsa está dependente das notícias vindas da Europa, onde as coisas pioraram nos últimos dias, especialmente na Espanha", disse o economista Gustavo Mendonça, da Saga Capital, no Rio de Janeiro. "O índice deve continuar um pouco refém do cenário externo." Violentos protestos em Madri e conversas de separatismo na Catalunha reforçaram temores entre investidores com relação à capacidade da Espanha de implementar medidas de austeridade, tendo em vista um resgate soberano.
Além disso, uma greve geral na Grécia e sinais de discórdia entre as principais autoridades da zona do euro sobre como resolver a crise do país trouxeram preocupação adicional aos mercados.
Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou em queda de 0,33 por cento, enquanto o S&P 500 caiu 0,57 por cento. Mais cedo, o principal índice europeu de ações registrou baixa de 1,86 por cento.
Por aqui, as ações da OGX pesaram no Ibovespa, com queda de 1,4 por cento, a 6,35 reais, seguidas por Fibria, que perdeu 6,34 por cento, a 17,87 reais --foi a maior queda diária do papel em um ano.
Em relatório, o JP Morgan recomendou a seus clientes nesta quarta-feira uma operação de venda das ações de Fibria e compra de Domtar, que atua no segmento de papel e celulose nos Estados Unidos e Canadá.
Dentre as blue chips nacionais, a preferencial da Vale subiu 0,31 por cento, a 35,94 reais, e a da Petrobras teve leve alta de 0,13 por cento, a 22,77 reais.
As ações ordinárias da Usiminas lideraram os ganhos do Ibovespa, com alta de 4,44 por cento, a 12,22 reais, movimento definido por operadores como uma correção após o forte tombo da véspera.
Apesar dos movimentos de realização de lucros observados na bolsa brasileira nas últimas sessões, analistas avaliam que a tendência para o índice ainda é de alta.
"Agora é esperar um fato positivo que possa desencadear um novo avanço do índice, especialmente notícias melhores da Europa", afirmou o analista Ivo Moreira, da Banrisul Corretora, em Porto Alegre.
Segundo pesquisa da Reuters publicada nesta quarta-feira, o Ibovespa deve chegar a 65 mil pontos no fim de 2012, considerando a mediana das estimativas de 30 profissionais de mercado.