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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Juros reagem em baixa em reposta a PIB fraco


Curva precificou na sessão desta sexta-feira uma possível alta da taxa básica de juros somente em 2014

Fabrício de Castro - AGÊNCIA ESTADO
  
O crescimento raquítico do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, de apenas 0,60% ante os três meses anteriores, disparou um movimento de baixa das taxas futuras de juros. Se antes a curva a termo precificava uma possível alta da Selic no fim de 2013, agora os DIs projetam elevação da taxa básica apenas em 2014.
Além de empurrar o início do ciclo de alta da taxa básica para frente, o PIB fraco faz o mercado discutir a possibilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) até mesmo voltar a reduzir a Selic no ano que vem, em mais um esforço para impulsionar a economia. No fim do dia, as taxas dos contratos com prazos mais curtos mostraram perdas, mas as longas retornaram a patamares próximos do ajuste de quinta-feira.
No fim da sessão regular, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em janeiro de 2014 (827.645 contratos) marcava 7,21%, ante 7,29% do ajuste de ontem. Já o DI para janeiro de 2015 (346.780 contratos) tinha taxa de 7,83%, ante 7,88% do ajuste anterior. Entre os contratos com prazos mais longos, o DI para janeiro de 2017 (228.795 contratos) tinha taxa de 8,71%, ante 8,70% do ajuste, enquanto o DI para janeiro de 2021 (4.810 contratos) marcava 9,38%, ante 9,36%.
"Naturalmente, as taxas registraram fortes quedas, já que os resultados do PIB foram decepcionantes", resumiu o economista Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil. "E a queda dos investimentos sinaliza que a economia vai continuar tendo dificuldades para crescer."
O crescimento de 0,60% do País no terceiro trimestre ante o período anterior ficou abaixo do piso das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções, que esperavam alta de 0,90% a 1,40%. A mediana era de 1,20%. Em relação ao terceiro trimestre de 2011, o avanço foi de 0,9%, também abaixo do piso das estimativas do AE Projeções, que variavam de 1,10% a 2,12%, com mediana de 1,90%. Para piorar, o PIB do segundo trimestre foi revisado para alta de 0,2%, ante o crescimento de 0,4% originalmente informado.
Setorialmente, o PIB de serviços surpreendeu negativamente, ao apontar estabilidade no terceiro trimestre ante o período anterior e alta de 1,4% ante o terceiro trimestre de 2011. O PIB da indústria subiu 1,1% na margem e recuou 0,9% ante o terceiro trimestre do ano passado. Já o setor de agropecuária trouxe certo alento, com alta de 2,5% no terceiro trimestre ante o segundo e elevação de 3,6% ante o terceiro trimestre do ano passado.
No caso dos investimentos, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) caiu 2,0% no terceiro trimestre ante os três meses anteriores. Em relação ao terceiro trimestre de 2011, a FBCF recuou 5,6%. O consumo do governo, por sua vez, avançou apenas 0,1% na margem e 3,2% ante o terceiro trimestre de 2011.
"A taxa de investimento veio muito baixa e o mercado já fala em PIB de 3% em 2013", comentou o gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi. Segundo ele, a curva a termo hoje passou a indicar a manutenção da Selic em 7,25% em um longo período de tempo - na prática, durante todo o ano de 2013. Este movimento, aliás, está em sintonia com as comunicações mais recentes do Banco Central (BC), que destacou "a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado".
Petrassi afirmou ainda que o baixo crescimento pode fazer o BC mudar de ideia sobre a "manutenção" e até mesmo efetuar novos cortes da Selic no ano que vem. Para a economista Monica Baumgarten de Bolle, professora da PUC-RJ, "nesse cenário de economia crescendo bem abaixo do potencial, o Banco Central deverá baixar os juros em mais 100 pontos-base no próximo ano". Para profissionais do mercado, resta saber se a inflação vai dar espaço para isso.

Ações de elétricas disparam após revisão de indenizações


A mudança de postura do governo é recebida como um esforço de última hora por parte do governo para convencer as empresas

Eduardo Tavares - Arena do Pavini
  
São Paulo - As ações de empresas do setor elétrico disparam no pregão de hoje, após a notícia de que o governo federal decidiu aumentar o valor de indenização para as hidrelétricas que aderirem à renovação antecipada das concessões. O governo também vai oferecer um ressarcimento adicional às transmissoras de energia , o qual pode chegar a até R$ 10 bilhões.
Por volta das 12h30, as ações preferenciais série B (PNB, sem direito a voto) da Eletrobras tinham alta de 17,67% e as ordinárias (ON, com direito a voto) subiam 9,92%. As ações PN da Transmissão Paulista avançavam 12,81%.
A mudança de postura do governo é recebida como um esforço de última hora por parte do governo para convencer as empresas, já que o prazo para que elas assinem a renovação antecipada das concessões do setor elétrico vence na segunda-feira.
Segundo reportagem da Agência Brasil, a indenização para cada uma das dez usinas de oito empresas que ainda não decidiram se vão aderir à renovação antecipada será aumentada em R$ 870,3 milhões.
O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann, afirmou ontem que o governo reavaliou o que estava previsto na Medida Provisória 579, a partir dos recursos que as empresas do setor elétrico apresentaram ao ministério. "Aqueles considerados justos estão sendo acatados, para empresas de geração", disse Zimmermann.
Segundo o secretário, houve erros de cálculo na definição das indenizações, os quais foram cometidos por causa de "falhas na aplicação da metodologia".
Entre as empresas com valores revisados, a maior beneficiada foi a Usina Hidrelétrica Três Irmãos, da Companhia Energética de São Paulo (Cesp). Ela receberá um aumento de R$ 752 milhões na indenização. Com a revisão, o valor oferecido chegará a R$ 1,737 bilhão, para R$ 995,7 milhões oferecidos anteriormente.
Transmissão
O governo anunciou ainda que indenizará as transmissoras de energia que renovarem o contrato de concessão por ativos não depreciados anteriores a 2000. Pelas regras atuais, os ativos anteriores a maio de 2000 não entrariam na conta das indenizações, por serem considerados totalmente amortizados.
O governo não informou o valor da indenização adicional às transmissoras. Mas, segundo uma fonte envolvida nas negociações afirmou à agência Reuters, ela ficará entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões, que vão se somar aos cerca de R$ 13 bilhões oferecidos inicialmente.
O pagamento dessas indenizações às transmissoras poderá ser feito ao longo do novo prazo de concessão de 30 anos. A alteração será feita por complementação da MP 579, publicada hoje em Diário Oficial. As condições do pagamento dessas indenizações, contudo, serão reveladas apenas após o dia 4 de dezembro.
Zimmermann ressaltou que a iniciativa tem o objetivo de tornar a proposta de adesão "mais atrativa". A expectativa do governo é que, com essa mudança nas regras, todas as empresas aceitem as novas condições e optem por aderir à renovação antecipada.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Ação da LLX dispara 27,6% após contrato com GE


Acordo da empresa de logística de Eike com a GE foi anunciado na quarta-feira

REUTERS Business
  
São Paulo - As ações da LLX fecharam com forte valorização na Bovespa nesta quinta-feira, após a empresa de logística do empresário Eike Batista ter assinado novo contrato para instalação de uma unidade industrial no Superporto do Açu (RJ).
O papel teve ganhos de 27,59 por cento, a maior alta desde 2009, cotado a 2,22 reais, enquanto o Ibovespa subiu 2,32 por cento.
"A LLX vem caindo bastante, então é natural vermos uma alta expressiva com a notícia considerando tudo o que o papel tinha caído", disse o especialista em renda variável da Icap Brasil, Illan Besen.
Apesar dos ganhos desta sessão, os papéis da LLX acumulam perdas de 34,12 por cento no ano, até esta quinta-feira.
A LLX anunciou na noite de quarta-feira ter fechado um contrato com a General Electric para a construção de uma unidade industrial no Açu, o qual está sendo implementado pela LLX.
O contrato terá duração de 30 anos, renovável por até mais 30 anos, segundo fato relevante divulgado na véspera.

No escuro? Veja como o HSBC enxerga as elétricas


Banco recomenda até a compra das geradoras após o forte tombo na bolsa

Gustavo Kahil - EXAME.com
  
São Paulo - O investidor do setor elétrico está quase que literalmente no escuro. A incerteza gerada com a MP 579, que altera as regras para renovação das concessões, derrubou as ações do setor nos últimos meses. Várias empresas pediram a revisão dos termos e, até o dia 4 de dezembro, o governo deve anunciar quaisquer possíveis mudanças. Vale dizer que poucas alterações, se alguma houver, são esperadas.
O analista do HSBC Eduardo Gomide revisou as projeções para 8 empresas (9 ações) do setor e, após a forte queda dos papéis, conseguiu enxergar alguma luz pela frente e avalia a oportunidade de compra em 5 delas. "Mesmo considerando as quedas nos lucros que devem acompanhar o processo de renovação e vencimento, encontramos empresas atrativas no setor", ressalta em relatório publicado na terça-feira.
Confira as projeções para cada uma delas a seguir:
1 - Cesp (CESP6)
A estatal de energia do estado de São Paulo não deve aceitar os termos propostos pela MP, ressalta o analista. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) até se mostrou favorável sobre uma revisão da indenização proposta caso a empresa aceite as mudanças, mas ainda assim a expectativa é de que a companhia se mantenha como mais uma voz contrária ao projeto do governo Dilma Rousseff.
"Assumimos que a empresa reduzirá as despesas operacionais em 40% a partir de julho de 2015 (quando perderá 72% de sua capacidade assegurada). Além disso, consideramos uma indenização para ativos não depreciados de R$0,7 bilhão em julho de 2015", estima Gomide. O analista aumentou a recomendação de neutra para alocação acima da média (overweight). O preço-alvo projetado é de 22,50 reais. O valor sugere um potencial de valorização de 32%¨.
2 - Copel (CPLE6)
A empresa paranaense tem apenas 5% da energia de geração inclusa no processo de renovação e 93% das linhas de transmissão. O analista não espera a renovação das concessões sobre os termos atuais, mas assumiu em sua análise uma abordagem conservadora, segundo ele, e projetou uma baixa de ativos de 312 milhões de reais, com impacro sobre a distribuição de dividendos.
"Em termos de avaliação, esperamos um impacto negativo muito limitado de R$1,2/ação caso a Copel aceite os termos propostos pelo governo. A empresa tem 26% da energia assegurada com vencimento em 2023. Nesse sentido, consideramos que elas serão encerradas em suas datas de vencimento, como estabelecido nos contratos de concessão", diz Gomide. O preço-alvo foi cortado de 51,50 reais para 34,50 reais. O potencial de alta estimado é de 28%. A recomendação é de alocação acima da média.
A empresa foi outra agraciada com a recomendação de alocação acima da média. O analista ressalta o início de operações da termelétrica de Pecém para 2013. A estrutura deve agregar 115 milhões de reais em geração de caixa ao ano.
"Além disso, a revisão tarifária da subsidiária de distribuição Bandeirante foi mais favorável que o esperado, contribuindo ainda mais para nossa perspectiva positiva sobre a ação", diz. O preço-alvo é de 14 reais, o que representa um potencial de valorização de 13,5%.
4 - Tractebel (TBLE3)
Apenas "ligeiramente" afetada, as ações da Tractebel também estão dentro do seleto grupo "overweight". A preocupação com as renovações só deve acontecer em 2028, quando 40% da energia assegurada atingir o vencimento.
"Gostamos da Tractebel em função do aumento nos níveis observados de inflação, seu baixo grau de exposição ao atual processo de renovação de concessões e alavancagem aos preços do mercado spot (à vista)", diz o analista.
O preço-alvo foi reduzido de 39,50 reais para 38,50 reais, mas ainda indica um potencial de valorização de 12%.
5 - AES Tietê (GETI4)
Vista como um nome "bastante defensivo", a AES Tietê também teve a sua recomendação elevada de neutra para acima da média. "Depois do recente enfraquecimento do preço, acreditamos que a ação pode apresentar uma valorização, com base em um dividend yield (dividendos em relação ao preço da ação esperado) estável de 12% até 2015", explica Gomide.
Após 2015, a expectativa é de que os preços no mercado livre ainda garantam um fluxo de dividendos superior a 8% ao ano. O preço-alvo estimado é de 25,50 reais. O valor está em torno de 16% acima do negociado atualmente em bolsa.
6 - Light (LIGT3)
Mais exposta ao processo de renovação das concessões, a Light teve a sua recomendação diminuída de acima da média para neutra. A empresa tem cinco concessões de geração com vencimento em julho de 2016 que, juntas, totalizam 93% da energia assegurada da empresa.
"Em segundo lugar, a revisão tarifária da divisão de distribuição da Light pode ter um resultado pior que o esperado, com impacto sobre a distribuição de dividendos, em nossa opinião", ressalta. O preço-alvo foi cortado de 27,50 reais para 24 reais, o que representa um potencial de valorização de 5,4% e um retorno em dividendos de 5,5%.
7 - Cemig (CMIG4)
A mineira é a única da análise do HSBC que até agora não declarou interesse em concordar com o processo de renovação das concessões em sua totalidade. "A empresa excluiu três grandes usinas hidrelétricas desse processo (41% de sua energia assegurada). O governo declarou sua intenção de leiloar novamente essas três usinas da Cemig Além disso, também estamos preocupados com a revisão tarifária marcada para abril de 2013", diz o analista.
O preço-alvo foi cortado de 35 reais para 26 reais e a recomendação foi mantida em neutra. O upside projetado é de aproximadamente 5% e o retorno em dividendos de 6,7%.
A estatal é a única da análise que está totalmente alinhada com o governo e queda nas projeções acompanha tal realidade. "Temos uma visão muito negativa a respeito da Eletrobras, pois o Conselho de Administração já recomendou a concordância com os termos da nova legislação em trâmite no Congresso", ressalta Gomide.
Segundo os cálculos do banco, a aceitação irá resultar em um corte de 43% da receita consolidada de 2012 e uma geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de 700 milhões de reais em 2013. A recomendação foi rebaixada de neutra para abaixo da média.
O preço-alvo às ações preferenciais de classe B (ELET6) caiu de 27 reais para 5,7 reais e para as ordinárias de 18,30 reais para 5 reais. Não há perspectiva para distribuição de dividendos.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Ambev se torna empresa mais valiosa na América Latina


Esta semana, a Ambev não só voltou a ultrapassar a Petrobras, como também superou a colombiana Ecopetrol, tornando-se a companhia aberta de maior valor de mercado da AL

AGÊNCIA ESTADO
  
São Paulo - O mercado voltou a considerar que cerveja vale mais que petróleo. Esta semana, a Ambev não só voltou a ultrapassar a Petrobras, como também superou a colombiana Ecopetrol, tornando-se assim a companhia aberta de maior valor de mercado da América Latina, avaliada em US$ 120,1 bilhões (R$ 249,9 bilhões), conforme a consultoria Economática.
No pregão de terça-feira as ações da Petrobras tiveram queda de 1,65%, baixando o valor de mercado da companhia para US$ 118,36 bilhões (R$ 246,3 bilhões).
A Ecopetrol fechou o dia valendo US$ 119,5 bilhões. A Ambev, que havia superado a Petrobras na semana passada por um dia, voltou na segunda-feira a ultrapassar a petroleira brasileira. Na terça, mesmo com queda de 0,23%, se manteve à frente da empresa e ainda passou a colombiana.
“Os investidores têm procurado ações mais defensivas e as empresas de bens de consumo brasileiras se encaixam nesse perfil. A Ambev é a maior delas”, explicou o analista Gabriel Vaz de Lima, do Barclays Capital. “Além disso, a cervejaria é boa geradora de caixa, paga dividendos e não tem dívidas.”
A Ecopetrol vem perdendo valor de mercado desde a sexta-feira. Várias ações colombianas tiveram queda desde então. Isso porque o Banco Central do país anunciou na semana passada que a economia local está desacelerando em um ritmo mais forte que o esperado.
Já a Petrobras vem se desvalorizando por conta do preços dos combustíveis que, segundo a Quantitas Asset Management, estão defasados em cerca de 25% por falta de reajustes. Na Colômbia, a Ecopetrol reajusta preços mensalmente conforme a variação no mercado internacional. 

Papéis do Ibovespa perdem feio para ações fora do índice


As duas maiores valorizações são de empresas do setor de educação: Kroton, cujos papéis valorizaram 127,90% até ontem e Estácio, que teve alta de 109,17%

Eduardo Tavares - Arena do Pavini
  
São Paulo - Um levantamento feito pela consultoria Economática mostra que, das 20 ações da bolsa brasileira que mais valorizaram nesse ano, apenas seis fazem parte da carteira teórica do Índice Bovespa, composta pelos papéis mais negociados do mercado local. A primeira ação do Ibovespa a aparecer no ranking de maiores valorizações em 2012 ocupa a oitava posição. São os papéis ordinários (com direito a voto) da Hypermarcas, que até o fechamento de ontem subiram 77,65%.
As duas maiores valorizações são de empresas do setor de educação: Kroton, cujos papéis valorizaram 127,90% até ontem e Estácio, que teve alta de 109,17% no preço de suas ações.
O mesmo estudo mostra ainda que, dentre as 20 maiores quedas, apenas três não estão na carteira teórica do Ibovespa: HTR Petróleo, na quinta posição (-53,08%), Tecnisa, com a 14ª maior queda (-28,00%) e Qgep Participação, em último lugar na lista (-18,91%).
No topo do ranking de maiores desvalorizações, estão OGX, cujas ações ordinárias caíram 67,40% e Eletrobras, que teve perda de 66,39% no preço das ações preferenciais (sem direito a voto) de classe B.
Em 2012, até o fechamento de ontem, o Ibovespa teve 1,4% de valorização. Já o Índice de Small Caps, formado por ações de empresas de menor liquidez e baixa captação, avançou 21,2% até ontem. Boa parte das empresas cujas ações estão entre as 20 maiores altas do ano faz parte dessa carteira.
Setor externo e interferência do governo pesam
É importante lembrar, entretanto, que o Índice Bovespa usa a liquidez como o grande critério para sua composição, bem como para a definição do peso de cada ação na carteira. Segundo o gerente executivo de fundos de ações da BB DTVM, gestora de fundos do Banco do Brasil, Jorge Ricca, justamente por esses critérios, "há uma participação relevante de ações do setor de commodities no Ibovespa".
Segundo ele, ações de empresas que atuam nos setores de mineração, papel e celulose, petróleo, dentre outros, representam de 40% a 50% da carteira teórica. "Esses papéis têm muita relação com o setor econômico externo", explica. E 2012 não tem sido exatamente o melhor ano do ponto de vista do cenário externo.
Os problemas na Europa, os impasses fiscais nos Estados Unidos e a lenta recuperação econômica na China têm impactado negativamente o desempenho de papéis como os da Vale e da Petrobras, de siderúrgicas, e muitos outros.
Além disso, a interferência do governo em setores da economia brasileira vem punindo severamente papéis como o das empresas de energia elétrica, por causa da mudança de regras na renovação das concessões, de bancos, pela pressão do governo em baixar os juros, e as ações da própria Petrobras, por causa do imbróglio na questão de reajuste de preços dos combustíveis.
Força do mercado interno
Em contrapartida, muitas das ações que estão fora do índice pertencem a empresas de setores que estão tendo, em 2012, um desempenho muito melhor. São segmentos voltados para o mercado interno, o qual tem retomado, aos poucos, o ritmo de crescimento desde o começo do segundo semestre.
Segundo Ricca, "como o mercado interno vai bem, na comparação com o que acontece no restante do mundo, houve a desvinculação de alguns setores da economia brasileira dos demais". Consumo, educação e saúde estão entre esses setores. "Eles estão expostos à maior robustez da nossa economia, ao baixo índice de desemprego, aumento da massa salarial real, ao maior acesso a crédito."
Os 20 papéis que mais valorizaram em 2012 (até 27/11):
EmpresaAçãoSetorRetorno em 2012Participação no Ibovespa
KrotonKROT11Educação127,30%-
EstácioESTC3Educação109,17%-
Metal LeveLEVE3Indústria90,66%-
AmilAMIL3Saúde88,82%-
TaesaTAEE11Energia88,68%-
Lojas MarisaAMAR3Varejo de roupas85,65%-
ValidVLID3Impressão82,17%-
HypermarcasHYPE3Consumo77,65%1,897%
MarcopoloPOMO4Indústria76,09%-
SabespSBSP3Serviços de saneamento74,66%0,365%
MillsMILS3Serviços de engenharia73,84%-
Lojas AmericanasLAME4Varejo72,92%1,256%
EztecEZTC3Construção civil69,94%-
RaiaDrogasilRADL3Saúde & Farmácias68,93%-
DuratexDTEX3Indústria de móveis66,30%0,596%
Lojas RennerLREN3Varejo de roupas63,74%1,177%
AnhangueraAEDU3Educação63,70%-
NaturaNATU3Consumo & Cosméticos59,66%1,091%
ArezzoARZZ3Calçados58,00%-
BR PharmaBPHA3Saúde & Farmácias57,17%-

BB dá o troco no mercado com o "crème de la crème"


Com venda de unidade na bolsa, banco estatal pode abocanhar R$ 9 bilhões

Gustavo Kahil - EXAME.com
  
São Paulo - São poucos os analistas que têm uma visão positiva sobre as ações do Banco do Brasil (BBAS3). Não é por menos. O governo de Dilma Rousseff tem utilizado a instituição financeira estatal como uma ferramenta para pressionar o setor inteiro a baixar os spreads e tarifas cobradas dos correntistas, no plano conhecido como Bom Para Todos. 
O resultado, como era de se esperar, foi de queda na rentabilidade e um menor índice de Basileia. Tal cenário fez com que o mercado começasse a prever uma nova oferta de ações e a consequente diluição dos acionistas minoritários.
Mas o BB anunciou nesta semana uma estratégia que pode resolver os problemas sem um aumento de capital.
A empresa disse ontem que pretende separar a unidade de seguros e vender uma parte dela na bolsa. A estimativa é de que a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da BB Seguridade possa girar aproximadamente 9 bilhões de reais no ano que vem, segundo cálculos do HSBC Global Research.
Alta rentabilidade
A notícia foi muito bem recebida. As ações ordinárias do banco avançaram 1,77% em um dia de queda de 1,45% para o Ibovespa. Isso porque, ao contrário dos negócios de varejo, a unidade de negócios tem uma rentabilidade alta.
"A nosso ver, as operações da BB Seguridade apresentam retornos mais elevados em comparação ao grupo de pares no Brasil", ressaltam os analistas Victor Galliano e Mariel Santiago.
O segmento é o "crème de la crème" da estatal. O retorno sobre o patrimônio líquido (RPL) da divisão chega a 38,3%, enquanto as ações da Porto Seguro (PSSA3), do Itaú, e daSulAmérica (SULA11), negociam a um RPL de 14,9% e 14,3%, respectivamente. As operações do segmento no Bradesco têm um RPL de 24,6%.
O HSBC tem uma recomendação de alocação acima da média (overweight) às ações do BB. O preço-alvo é de 29,50 reais, o que sugere um potencial de valorização de 37,2%.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Ibovespa renova máximas puxado por exterior e elétricas


Às 12h28 (pelo horário de Brasília), o Ibovespa subia 1,04%, aos 57.021 pontos, após atingir a máxima de 57.144 pontos

Fabrício de Castro - AGÊNCIA ESTADO
  
São Paulo - A Bovespa renovava máximas nesta sexta-feira, em sintonia com o clima positivo nos mercados de ações no exterior e favorecida pela alta dos papéis do setor elétrico.
Um operador de mercado ouvido pela Agência Estado disse que ações importantes para o Ibovespa, como as da Petrobras e da Vale, reagiram positivamente a uma melhora do S&P Futuro em Nova York.
Além disso, a atuação do Banco Central no mercado de câmbio brasileiro, por meio de leilão de swap cambial (equivalente à venda de dólar no mercado futuro), fez a moeda americana cair, o que também ajudou no movimento de alta da Bovespa.
Outro profissional destacou o desempenho dos papéis de companhias elétricas. "Eles estavam tão achatados que, hoje, criou-se um espaço para compra", comentou.
Às 12h28 (pelo horário de Brasília), o Ibovespa subia 1,04%, aos 57.021 pontos, após atingir a máxima de 57.144 pontos. Já o Ibovespa futuro subia 0,77%, aos 57.165 pontos.