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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Groupon tropeça e IPO pode virar uma “promoção do dia”

Investidores começam a pedir um enorme desconto para participar da venda de ações


Vidro do Groupon
A estimativa de 25 bilhões de dólares para o valor do Groupon já parece muito distante
São Paulo – Após uma séria de tropeços durante o processo de venda inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), o Groupon pode precisar oferecer um enorme desconto para convencer os investidores a aplicar na operação, algo parecido como uma das suas promoções de compras coletivas. Em agosto, a empresa teve que abandonar o uso da polêmica métrica “Lucro Operacional de Segmento Consolidado Ajustado”.

Com a mudança, o lucro operacional de 60,6 milhões de dólares em 2010 e de 81,6 milhões de dólares para o 1º trimestre de 2011 foi revisado para uma perda de 420 milhões de dólares e de 117,1 milhões nos primeiros três meses do ano.
Esse foi apenas um dos tropeços da empresa do CEO Andrew D. Mason. O maior site de compras coletivas do mundo tem sido criticado pelo aumento dos custos com marketing e também por ter perdido dois executivos importantes em apenas seis meses.
O regulador americano considerou ainda como violação das regras o fato de que uma carta - escrita por Mason aos funcionários - tenha se tornada pública pela imprensa num momento em que a companhia estava em período de silêncio.

Tudo isso somado à recente volatilidade do mercado pode levar a ação da empresa ao posto de uma “oferta do dia”. A estimativa de 25 bilhões de dólares para o valor do Groupon já parece muito distante.

Em uma matéria publicada hoje na Bloomberg, um analista sugere que para conquistar o interesse dos investidores a companhia precisaria ser avaliada em um intervalo entre 3 a 5 bilhões de dólares. Uma avaliação mais modesta poderia também levar a uma oferta menor.
“Todas notícias recentes reforçam problemas na empresa. Como um investidor no IPO você não quer isso”, destaca Josef Schuster, fundador da IPOX Schuster LLC, que investe em operações de abertura de capital.
Com isso, a oferta que era pra ter saído em junho pode atrasar ainda mais. Pior ainda para a noiva de Mason, a instrumentista Jenny Gillespie. Mason prometeu casar com ela após a venda de ações.

Queda das ações da Petrobras já justifica a compra, diz Ágora

Os principais fatores negativos já estão incorporados, afirma analista

Plataforma da Petrobras
Após queda de 30% no ano, chegou a hora de desembarcar nas ações da Petrobras, avalia a Ágora
São Paulo – A forte queda recente das ações da Petrobras (PETR3; PETR4) já é o suficiente para justificar a compra dos papéis, afirma a corretora Ágora em um relatório publicado nesta terça-feira. “Consideramos que os principais fatores negativos já estão precificados em suas ações”, aponta o analista Luiz Otávio Broad.
A recomendação para os papéis preferenciais foi elevada de manter para compra. O preço-alvo foi mantido em 35 reais, o que representa um potencial de valorização de aproximadamente 87% na comparação com o fechamento de hoje (18,75 reais). No ano, a desvalorização dos ativos alcança 30%.
Broad destaca, contudo, que no curto prazo os resultados operacionais deverão continuar a apresentar fraca evolução. “Com relação à produção, esperamos alguma melhora no quarto trimestre de 2011, embora o ano como um todo seja mais um de fraco crescimento como relação ao ano passado”, ressalta.
Desempenho das ações preferenciais (PETR4) em um ano
 
Desta forma, ele explica que a recomendação é baseada em uma expectativa de um retorno de longo prazo, quando a estatal deverá apresentar melhores resultados.
 
 
“Consideramos um sinal positivo a redução dos investimentos em seu novo plano de negócios, o que impedirá uma excessiva alavancagem financeira”, completa o analista.
A estimativa por retornos apenas no longo prazo não é exclusiva da Ágora.
O diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Almir Barbassa, disse em uma entrevista recente à EXAME.com que o investidor que mantiver os papéis na carteira por três a cinco anos pode dormir sossegado e nem se preocupar com a crise.
“O acionista não pode investir em Petrobras pensando em comprar de manhã e vender à tarde”, afirmou.