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quinta-feira, 6 de setembro de 2012


Bovespa sobe e acumula ganhos de 2,21% na semana

O Ibovespa encerrou esta quinta-feira com valorização de 2,56%, aos 58.321,24 pontos

 
São Paulo - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, ratificou nesta quinta-feira o que havia sido ventilado nos mercados, na véspera, e trouxe otimismo aos negócios, ajudando a Bovespa a recuperar o patamar dos 58 mil pontos - nível que não atingia no fechamento desde o dia 28. As ações da Vale, da Petrobras e de empresas do setor de siderurgia também se beneficiaram do bom humor e subiram forte, ajudando o principal índice paulista.
Assim, o Ibovespa encerrou esta quinta-feira com valorização de 2,56%, aos 58.321,24 pontos. Na mínima, o índice atingiu 56.868 pontos (-0,01%) e, na máxima 58.328 pontos ( 2,58%). Na semana e no mês, o ganho acumulado é de 2,21%. No ano, o avanço é de 2,76%. O giro financeiro somou R$ 6,862 bilhões.
"Não foi nada de novo. O Draghi ratificou o que já tinha deixado vazar. Além disso, a ADP também ajudou", disse um experiente operador, ressaltando, no entanto, que a divulgação do relatório oficial de emprego dos EUA (payroll), na sexta-feira pode apagar um pouco deste entusiasmo. "Nas últimas divulgações, a ADP indicou uma coisa e o payroll outra. Isso pode frustrar os negócios e a Bolsa só vai reagir na segunda-feira", disse. Na sexta-feira os mercados domésticos estarão fechados em razão do feriado do Dia da Independência.
A autoridade europeia anunciou que irá comprar bônus soberanos no mercado secundário, no que chamou de transações monetárias completas (MOT, na sigla em inglês). As compras estão atreladas ao pedido de resgate financeiro por parte dos países endividados.
Faltando um pouco mais de uma hora para o fechamento dos negócios, a Bovespa começou a engatar um movimento de renovação de máximas. "Os investidores fizeram os ajustes de última hora para saírem rumo às estradas", brincou a fonte, lembrando ainda que o fluxo financeiro foi mais forte pela manhã e liderado por investidores estrangeiros.
As ações da Petrobras subiram 2,54% a ON e 1,99% a PN, também acompanhando o preço do petróleo no mercado internacional. Na Nymex, o contrato da commodity com vencimento em outubro encerrou com ganho de 0,18%, a US$ 95,53 por barril.
Já os papéis da Vale terminaram com ganhos de 4,61% a ON e 4,70% a PNA - a última figurou entre os destaques de alta do índice.
Entre as siderúrgicas, a Usiminas que na quarta-feira subiu mais de 10%, hoje registrou ganho modesto, de apenas 1,16%. Gerdau PN subiu 5,42% e Gerdau Metalúrgica PN, 5,83% - as duas também figuraram entre os destaques de valorização do Ibovespa. Já CSN subiu 1,7%.
O lado negativo do índice foi comandado pelo setor de energia elétrica. Copel PNB caiu 1,57%, Cesp PNB recuou 1,52%, Transmissão de Energia PN, -1,51% e Eletrobras ON, -1,29%.
Em Nova York, o índice Dow Jones terminou com ganho de 1,87%, o S&P 500 subiu 2,04% e o Nasdaq, 2,17%.

Brasil capta US$1,25 bi e paga menor juro da história

O cupom do bônus Global 2023 foi de 2,625 por cento, e o título foi vendido a 99,456 por cento do valor de face

 
Brasília - O Brasil captou de 1,25 bilhão de dólares com a emissão de um bônus Global com vencimento em 2023, pagando o menor rendimento da história para um título de 10 anos, e abrindo caminho para empresas nacionais melhorarem suas condições de financiamento no exterior.
O cupom (juros) do bônus Global 2023 foi de 2,625 por cento, e o título foi vendido a 99,456 por cento do valor de face, informaram os bancos líderes da operação. Com isso, o bônus brasileiro ofereceu um rendimento (yield) de 2,686 por cento ao ano.
Na continuidade da operação, o papel poderá ser ofertado também no mercado asiático no montante de até 10 por cento do captado nos Estados Unidos e na Europa A demanda pelos bônus brasileiros teria chegado a 4,5 bilhões de dólares, de acordo com IFR, um serviço da Thomson Reuters.
A emissão feita nesta quarta-feira é a primeira após o lançamento em abril de bônus Global denominado em real no montante de 3,15 bilhões de reais. Na época, em contexto de valorização da moeda brasileira, governo avaliou que o investidor estrangeiro interessado em títulos do país poderia ter a opção de adquirir um papel denominado em real no exterior, sem que houvesse necessidade de internalizar os recursos.
Curva de juros favorável - A última emissão de bônus em dólar ocorreu no início de janeiro no montante de 825 milhões de dólares por meio do Global 2012. O papel foi oferecido nos mercados americano, europeu e asiático, e ofereceu um rendimento de 3,449 por cento ao ano, até então o menor já registrado nas emissões externas.
Em entrevista à Reuters na última sexta-feira, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse que o objetivo da nova emissão, realizada nesta quarta-feira, "é ter uma curva soberana de juros a melhor possível para nossas empresas se financiarem no exterior".
Augustin lembrou que as empresas brasileiras não estão excessivamente endividadas em moeda estrangeira. "Na crise de 2009, esse foi talvez o maior mecanismo de transmissão da crise e felizmente nessa crise isso não foi tão forte." Para o secretário, o baixo endividamento em moeda estrangeira abre espaço para as empresas do país se financiarem no mercado externo. "Essa é outra fonte que não o BNDES que a gente espera: títulos do setor privado no exterior".
A dívida externa total atingiu em julho 88,411 bilhões de reais, dos quais 58,442 bilhões de reais corresponde a bônus Global denominados em dólar. Já os papéis denominados em real somam 13,291 bilhões de reais.