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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Como investir em empresas que não têm ações na Bolsa

São Paulo – A Performa Investimentos, gestora especializada em fundos que investem em participações em empresas, abriu para captação o primeiro fundo de venture capital do Brasil a fazer uma oferta pública de cotas a investidores em geral. Trata-se de um Fundo Mútuo de Investimentos em Empresas Emergentes (FMIEE), voltado para empresas de tecnologia inovadora, do qual poderão participar investidores pessoas físicas que ainda não entram na categoria “qualificados”, isto é, que não chegam a ter 300.000 reais em aplicações financeiras.
Os poucos fundos de private equity brasileiros que aceitam aplicações de pessoas físicas exigem que esses investidores sejam qualificados. Mas no Performa Investimentos SC-I, até o valor da cota é baixo para esse tipo de fundo: 20.000 reais. Humberto Matsuda, sócio da Performa, explica que a gestora tem mais de 80 clientes pessoas físicas que atuam também como investidores-anjo. Para que todos eles tivessem oportunidade de investir no fundo, a Performa teve que promover a oferta pública, conforme manda a legislação para fundos com mais de 30 cotistas.
“Acabou que essa exigência nos permitiu dar uma oportunidade a investidores que já sabem como os fundos de venture capital funcionam, gostariam de investir, mas não querem alocar de cara uma quantia alta, como um milhão de reais. Será uma maneira de as pessoas testarem esse tipo de aplicação”, observa Matsuda.
Rentáveis, mas muito arriscados
Apesar do tíquete baixo, esta não é uma aplicação para qualquer investidor. O potencial de rentabilidade é grande, mas os riscos de se investir em empresas inovadoras com projetos iniciantes é altíssimo, e devem ser assumidos apenas como forma de diversificação por quem já tem bons conhecimentos sobre o mercado financeiro. Não à toa também são chamados de fundos de capital de risco.
“Os fundos de venture capital compram participações em empresas de capital fechado até que elas se tornem atraentes para serem vendidas. É um processo longo, com exposição total aos riscos da empresa, e sem liquidez alguma no meio do caminho”, explica Humberto Matsuda. Esses fundos costumam durar de cinco a dez anos – no caso do fundo da Performa, são sete anos, prorrogáveis por mais dois.
Isso significa que, durante o período de duração do fundo, não há como se desfazer das cotas, mesmo que as empresas estejam indo mal. “O investimento deve durar até o momento da venda ou liquidação das empresas. Caso a empresa não encontre um comprador privado, por exemplo, corre-se o risco de perder a totalidade do investimento”, alerta Matsuda.

A rentabilidade, porém, é proporcional ao risco. “Necessariamente, o retorno tem que ser maior que o de Bolsa. No Brasil, a média de rentabilidade no mercado de fundos desse tipo é de 50% ao ano, e é isso que o nosso fundo persegue”, diz Matsuda.
Por aplicarem em empresas em estágio inicial, de baixo ou nenhum faturamento, os fundos de venture capital têm boas chances de multiplicar o capital investido. “Uma empresa que fatura apenas um ou dois milhões de reais pode pular para um faturamento de quatro ou cinco milhões com facilidade. Uma grande empresa, por outro lado, tem uma inércia maior para crescer”, explica o sócio da Performa.
Outra vantagem dos fundos de capital de risco é o fato de investirem diretamente na economia real. O investimento é concentrado em poucas empresas, mas por não serem abertas em bolsa, não há o risco de volatilidade por especulação.
Quem pode investir
Mesmo aberto a qualquer investidor pessoa física, o Performa Investimentos SC-I demanda que o investidor tenha bons conhecimentos sobre o mercado financeiro, além de uma quantia que possa ficar imobilizada por pelo menos sete anos. É importante também que o investimento seja encarado como forma de diversificação do portfólio. Isto é, a maior parte do capital do investidor deve estar alocada em outras aplicações, mais líquidas.
De acordo com Humberto Matsuda, nos Estados Unidos, os investidores dedicam de 0,5% a 3% de seu portfólio a investimentos como os fundos de venture capital, dependendo de seu perfil de risco. “Por essas razões, é provável que o fundo da Performa acabe atraindo investidores qualificados mesmo”, acredita. A vantagem é que quem não está acostumado, não precisará fazer um grande aporte para se beneficiar da rentabilidade.
Para as pessoas físicas estão disponíveis 260 cotas, que totalizam um valor de 5.200.000 de reais. As demais 1.040 cotas ficarão em poder de grandes investidores, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa federal de fomento, a Nossa Caixa Desenvolvimento, agência de fomento do estado de São Paulo, e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), além da própria administradora.
O patrimônio do fundo deverá totalizar 26 milhões de reais. A taxa de administração é de 3% ao ano, e é cobrada uma taxa de performance de 20% sobre o lucro. Conheça, na próxima página, as empresas em que o fundo da Performa vai investir.

Seis empresas inovadoras
O Performa Investimentos SC-I já escolheu seis empresas inovadoras que receberão seus recursos em forma de participação. Além do dinheiro, elas terão que aceitar certo grau de interferência na gestão, com orientações sobre governança corporativa. “Num fundo desse tipo, a capacidade de mudar o nível de risco por meio da governança é muito grande. A empresa tem que se acostumar a prestar contas”, diz Humberto Matsuda.
Entre as selecionadas estão empresas que atuam nos ramos de tecnologia da informação, biotecnologia, nanotecnologia, aplicações médicas e energias limpas e sustentáveis. No ramo de TI, uma empresa de internet, que aposta em mídias sociais para gestão de programas de relacionamento e fidelidade. Já entre as sustentáveis, uma empresa que desenvolveu uma tecnologia 100% brasileira para converter hidrogênio em eletricidade, cujo único resíduo é a água; e outra que desenvolveu um método de aquecimento solar para sistemas de água.
Há também uma companhia que desenvolveu um software de gestão de tempo para equipes; outra que criou um meio de pagamentos via celular apenas com o número do cartão de crédito ou débito – ideal para ambientes e profissionais que não podem utilizar um sistema de pagamento convencional; e até uma empresa que cria diamantes artificiais a partir de um reator de plasma que rearranja átomos de carbono.
“Já existem tecnologias desse tipo, mas a dessa empresa é a primeira viável economicamente, pois seu custo é muito baixo. Os diamantes artificiais são necessários em diversas indústrias, desde o desenvolvimento de brocas dentárias, até perfuração de poços de petróleo”, explica Matsuda.
De acordo com o sócio da Performa, todas as empresas selecionadas têm alto grau de vantagem competitiva em seus mercados. “Procuramos empresas que pudessem colocar seus produtos em mercados onde ainda não existe concorrência, para conseguir, inicialmente, um monopólio natural. Todos os competidores que surgirem depois estarão em séria desvantagem”, diz Matsuda.

Ações – Ganhe na baixa usando travas com opções de compra


Ações – Ganha na baixa usando travas com opções de compraHoje disponibilizo mais um artigo relacionado ao importante ato de estudar as alternativas deinvestimentos em ações e com isso aprender que também é possível realizar operações interessantes em momentos de baixa e alta volatilidade. O texto de hoje trata do uso de travas em opções de compra.
O que são opções?
Opções são direitos negociados, de compra ou de venda de uma ação, com preços e prazos já estabelecidos. Pelo direito de comprar ou venda uma ação em uma data futura (por exemplo, no mês seguinte) deve-se pagar um valor, o chamado “prêmio”. Ou seja, opções são contratos entre compradores e vendedores.
Contratos estes que dão a compradores ou vendedores direitos, mas não a obrigação de comprar ou vender o ativo negociado em uma data futura. Contudo, opções são ativos derivativos, ou seja, que têm seu valor em função do ativo à vista. Um exemplo: a opção da Petrobrás varia seu valor em função da ação da Petrobrás.
Opção de compra (call em inglês)
A opção de compra concede ao titular o poder de exercer a compra da ação na data pré-estabelecida, no preço acordado, se este for atraente ao titular.
Exemplo: O detentor da opção PETRA40 exercerá o direito de compra de PETR4 apenas se em 18 de janeiro (terceira segunda-feira do mês) a ação estiver abaixo do preço do exercício. Assim ele pode comprar mais barato e vender a preço de mercado, realizando lucro. Caso contrário, será preferível comprar a mercado - caso em que a ação estará mais barata que o de seu contrato.
Preço do prêmio de uma opção: valor intrínseco e o valor do tempo. O preço do prêmio de uma opção é determinado pela oferta e demanda, mas segue uma lógica racional de acordo com a tendência do preço à vista da ação objeto e apresenta o valor intrínseco e o valor do tempo.
  • Valor intrínseco: valor obtido pela diferença entre o preço de exercício da opção e o preço à vista da ação objeto;
  • Valor do prêmio: o prêmio de uma opção é teoricamente maior que o valor intrínseco, pois há a expectativa de valorização da ação, além de uma remuneração pelo risco da operação.
No entanto, ao se aproximar da data de vencimento da opção, tal expectativa de valorização é reduzida e, com isso, o prêmio da opção converge para o valor intrínseco. Quando a opção não possui valor intrínseco, a opção “vira pó” na data de seu exercício, ou seja, passa a custar um centavo. Após a data de vencimento, as opções não exercidas não apresentam qualquer valor.
Como Operar opções?
Opções são compradas e vendidas normalmente através do sistema home-broker de sua corretora. Para operar com opções, você envia ordens no home-broker como se as opções fossem ações de empresas, exceto que as opções têm código de negociação diferente. Segue a seguir legenda com as letras correspondentes aos diferentes meses de vencimento:
Tabela e Legenda - Opções
Exemplo: PETRA40 representa uma opção de compra com exercício em janeiro (na terceira segunda-feira do mês) e preço da ação a R$ 40,00.
Como ganhar com a queda de ações operando opções de compra?
Caso sua análise aponte para a queda de uma ação, você venderá uma opção de compra com o objetivo de ganhar o prêmio. Não entendeu? Veja um caso prático.
Imagine ações da Vale a R$ 50,00 com indicação de queda. O que pode acontecer:
  • Venda da opção da VALEE50 a R$ 2,00, registrando ganho R$ 2,00 por ação se a ação cair;
  • Caso a ação suba a R$ 60,00, por exemplo, o prejuízo estará em R$ 10,00 menos o valor recebido como prêmio de R$ 2,00. Perda de R$ 8,00.
Para não ter o risco ilimitado, é importante que o investidor compre a opção de strike superior para limitar sua perda em caso da alta da ação. Entenda a ação correta do investidor através da operação estruturada abaixo:
  1. Venda da opção VALEE50 a R$ 2,00;
  2. Compra da opção VALEE52 a R$ 0,75;
  3. Ganho de R$ 1,25 por ação se a ação cair.
  4. Caso a ação suba a R$ 60,00, por exemplo, o prejuízo estará em R$ 2,00 menos o valor recebido como prêmio de R$ 1,25. Perda de R$ 0,75.
Durante a semana voltarei com novo artigo mantendo a mesma didática e interesse em demonstrar práticas eficientes para realizar lucros também em momentos de baixa e maior volatilidade. Bons investimentos!

Fibonacci: uma excelente ferramenta para o investimento no mercado de ações



Fibonacci: uma excelente ferramenta para o investimento no mercado de açõesSe você almeja construir uma carreira de investidorduradoura e sustentável, precisa criar um ambiente favorável para isso, possuir determinadas características e contar com mecanismos que lhe ajudem nessa caminhada. Alguns exemplos:
  • Utilizar uma boa corretora (sólida, com bom atendimento, ferramentas interessantes etc.);
  • Contar com uma plataforma home broker estável e confiável;
  • Estudar continuamente;
  • Tomar decisões racionais;
  • Ter disciplina.
No entanto, mais do que estudar muito, controlar seus impulsos e estar bem assessorado, você precisa de uma ferramenta que lhe ajude a traçar cenários e a apontar os pontos de entrada e saída das operações.
Já tive a oportunidade de testar com profundidade a maioria das ferramentas e indicadores disponíveis no mercado. E dentre tudo o que já estudei, jamais vi algo tão completo quanto oFibonacci. Simples, objetivo e confiável.
Por fornecer automaticamente os pontos de entrada, saída e stop sem que seja necessário fazer cálculos ou acoplar outros indicadores, sua utilização se torna bastante vantajosa.
Como usar o Fibonacci?
Fibonacci é uma ferramenta bastante simples, mas exige do investidor um conhecimento diferenciado. Dominar os candlesticks e fazer uma leitura correta deles é essencial. Fora isso, você precisa saber como traçar LT’s (Linhas de Tendência) e conhecer algumas particularidades e características do próprio “Fibo” para utilizá-lo com precisão.
Quando utilizado corretamente, o Fibonacci dá um controle maior da operação e faz com que o investidor se sinta seguro sobre o que está fazendo, pois antes mesmo de emitir a boleta de compra já sabe quando é a hora de vender e já consegue visualizar o potencial de lucro do investimento.
Como nem sempre é possível ganhar, o stop tamém já estará previamente posicionado. Ou seja, nada de ficar arrasado por sofrer uma perda catastrófica – tudo estará dentro do planejado.
Escrevi este artigo com a intenção de fazer com que você considere conhecer melhor essa fantástica ferramenta e também entenda que utilizar uma infinidade de indicadores em conjunto não é apenas irrelevante, como pode ser extremamente prejudicial aos seus investimentos.
Se quiser saber mais sobre acompanhe o podcast sobre Fibonacci que o YouTrade produziu. São quase 15 minutos de bate-papo sobre a ferramenta. O investimento em ações não precisa ser visto como algo complexo. Simplifque sua metodologia, utilize ferramentas confiáveis, crie um ambiente favorável e bons investimentos!

A crise de 2008 não acabou? Os EUA, Obama, o Triple A e o Brasil


A crise de 2008 não acabou? Os EUA, Obama, o Triple A e o BrasilEstamos acompanhando de perto os desdobramentos do rebaixamento da nota de crédito dos EUA, realizado pela Standard & Poor’s na última sexta feira. Por que os EUA perderam o rating AAA? De acordo com o noticiado, o que pesou de forma definitiva para o rebaixamento foram questões políticas, que ficaram nítidas nos últimos dias dos esforços para se chegar ao acordo que permitiu a elevação da dívida pública do país.
Para entendermos melhor o que acontece atualmente na economia americana, não podemos desconsiderar alguns personagens que hoje parecem escondidos e sobre os quais pouco se fala de verdade – especialmente no que se refere à responsabilidade que possuem diante do atual momento econômico do mundo.
Personagens que merecem (des)crédito
O primeiro é George Bush, grande responsável pelo aumento nos gastos do governo, principalmente no lado militar, justificado pela chamada “Guerra ao Terror” nas caçadas cinematográficas a Bin Laden e Sadam Hussein.
Outro artista principal e um dos grandes responsáveis pela crise que se iniciou ali em 2008 atende pelo nome de Alan Greenspan, segundo aponta William Fleckenstein em seu livro "As Bolhas de Greenspan". Alan Greenspan ficou conhecido como “Oráculo”, “Maestro” e foi o homem forte da economia norte-americana (e pode-se dizer mundial) por quase duas décadas. Seu papel na crise foi confiar e incentivar o funcionamento do livre mercado sem regulamentação (regras claras) e a devida fiscalização. Ele “deu asas” à “criatividade financeira”.
O que está acontecendo agora?
A crise atual nada mais é do que reflexo do que estourou em 2008, a chamada crise de crédito, que rapidamente contaminou boa parte do mundo rico. O grande problema é que ao mesmo tempo (desta vez) se percebe nos EUA uma incapacidade em conciliar as necessidades econômicas do país e os interesses políticos entre Democratas e Republicanos.
A base de sustentação do governo na câmara dos deputados é insuficiente para garantir a governabilidade de Obama - isto está claro. O desfecho é um presidente “perdido”, sem força para levar adiante importantes mudanças e sem apoio para tratar de questões importantes sem que tudo se transforme em mera disputa política.
Obama, uma marionete nas mãos do Congresso
O desgaste da figura antes tão celebrada de Obama durante a discussão do acordo para elevação da crise é algo alarmante. Tão alarmante que foi esse o principal componente para que a principal agência de crédito reduzisse, pela primeira vez na história, o triplo A da dívida americana.
Europa junta os cacos...
Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, Portugal, Espanha, Itália e Grécia parecem depender daboa vontade de seus pares da União Européia (leia-se França e Alemanha) para não caminhar em um caminho ainda mais perigoso. Já tem gente se perguntando “O que será da Zona do Euro?” e também apontando datas para que os países do Velho Mundo voltem a usar suas antigas moedas próprias.
A realidade é dura. É difícil imaginar um país como Espanha com desemprego próximo de 20%. A verdade é que essas grandes nações, que passaram décadas ensinando os antes países de terceiro mundo sobre como se comportar economicamente, parecem ter esquecido os princípios básicos da ciência econômica e optado pela pura e simples “lei do mercado” - onde praticamente tudo é permitido.
Tudo cheira mal!
O endividamento americano, por exemplo, é algo que beirou a podridão. Era claro que, mais cedo ou mais tarde, a corda ia acabar se rompendo e o que sobraria seria a sombra e a escuridão emWall Street. Discursos e análises sensatas sobre a crise de 2008 e seus efeitos duradouros foramproferidos à exaustão por vozes em todo o globo. Alguém prestou atenção? Pra quê, se os bolsos estavam se enchendo em algum lugar?
Fundos de hedge mandaram e desmandaram nas pequenas economias, fazendo e acontecendo conforme o vento mudava de direção. Até agora, não sabemos de fato o quão especulativos são os movimentos nos mercados globais, sabemos apenas que novas regulações e controle mais rígido são necessários. Não era isso que Obama prometia durante sua competente campanha eleitoral?
O que acontecerá com o Brasil?
Olhando para nosso umbigo, o primeiro e natural desdobramento da crise é a fuga de capital na bolsa de valores. Nossa bolsa, com cerca de 600 mil investidores pessoa física, vive à mercê dos ventos externos e, mesmo com o mercado aquecido e o país crescendo, levamos tombos históricos como de hoje.
Tudo indica que a taxa de juros pode até cair no curto prazo, mas se manterá alta se levado em conta os padrões internacionais. Aliás, acredito que o fluxo de investimentos e mesmo o de capital especulativo continuará trazendo muitos dólares para o país.
Nossa lição de casa continua a mesma: gastar melhor e elevar o nível de dinamismo da máquina pública, o que resultará em um país naturalmente mais eficiente e competitivo. Falo de incentivar ainda mais o capital produtivo, nossos empreendedores e em levar adiante reformas como a tributária, previdenciária e trabalhista. A quanto tempo falamos disso, não é mesmo?
E essa história de “o país do futuro”?
Temos, sim, uma excelente oportunidade para o futuro, mas tudo dependerá do que faremos a seguir. Investir pesadamente em infraestrutura – mas com inteligência, sem corrupção e em caráter de longo prazo – e tornar o país ainda mais atraente para o capital externo de qualidade tem que ser mais do que uma meta.
Nesse meio tempo, “cautela e caldo de galinha não farão mal a ninguém”. Mais cedo ou mais tarde, grandes e boas oportunidades continuarão aparecendo, inclusive para aqueles que nesse momento criticam (sem fundamento) o mercado de ações. Vejamos onde tudo isso vai nos levar... Estamos de olho.

Crescimento econômico, crise financeira mundial e inflação, os desafios do Brasil


Crescimento econômico, crise financeira mundial e inflação, os desafios do BrasilAlgum tempo atrás iniciamos um debate extremamente interessante sobre juros, inflação e crescimento econômico e os efeitos dessas variáveis em todo o ambiente econômico brasileiro nos últimos meses, período em que Alexandre Tombini assumiu a presidência do Banco Central. Coincidência ou não, nesse mesmo período tivemos o agravamento da crise na Europa, o que trouxe de imediato para o mundo um crescimento menor e, consequentemente, um esfriamento da economia.
O crescimento do país nos últimos anos, superior até ao percentual que o país pode suportar, trouxe de volta um perigo muito conhecido. Aliás, prefiro chamar o fenômeno de “inimigo íntimo”, já que faz parte da história econômica de nosso país. É ela mesmo, a inflação. Dentro desse contexto, ainda na gestão Henrique Meirelles o COPOM começou a colocar em prática a política de ajustes da Taxa Selic somada às medidas de contenção de crédito para conter a alta dos preços. O dragão está na mira faz tempo.
Meta de inflação e ajuste de juros
O ajuste atual começou a ter algum resultado. A inflação, mesmo acima do centro da meta (4,5% ao ano) e até do teto da meta (6,5% ao ano), deixou de ser a maior preocupação da equipe econômica. O discurso está bem ensaiado: a degradação da crise econômica no mundo criou, na visão do COPOM, a oportunidade necessária para iniciar um processo de redução dos juros.
Boa parte do mercado encarou os novos ajustes para baixo da Selic com desconfiança e manteve o discurso de que a inflação ainda estava em patamares elevados. A visão fazia todo o sentido e muitos acreditavam que o BC estava cometendo um grave erro que teria tristes consequências já no curto prazo.
Em minha opinião, o mercado e boa parte dos analistas se ateve muito mais aos argumentos e dados internos do que às reais condições e fundamentos da economia no mundo. A miopia que assola boa parte do mercado não deixou alguns analistas observarem que, em momentos como esse, pior do que a inflação é o desemprego e o desaquecimento da economia.
Inflação ou crescimento econômico?
É claro que a inflação reduz o poder de compra do trabalhador e ele é o mais afetado, mais cedo ou mais tarde. Mas, sejamos realistas e sinceros: de que adianta termos uma inflação no centro da meta e uma economia estagnada, com percentuais de desemprego de dois dígitos, como acontece atualmente em alguns países europeus?
O país precisa continuar crescendo, investindo na melhoria do ambiente econômico, realizando as reformas necessárias e modernizando a infraestrutura necessária para nos desenvolvermos mais (de forma responsável, sem comprometer o futuro). A lição de casa também passa pelo maior investimento em educação do cidadão, pois se existe o déficit de profissionais qualificados (e isso já é mais do que conhecido), existe também o déficit ainda maior de cidadania – pessoas que se comportem de forma proativa e que influenciem positivamente o crescimento do país, cobrando os políticos e votando melhor.
Que fique claro que acredito que seja possível manter a inflação sob controle, mas sem exagerar nas doses de juros – o que influenciaria negativamente o desenvolvimento de nossa economia. Neste sentido, as ações do BC parecem ter sido feitas de forma coerente. Vamos ficar de olho para saber como será o desfecho do tema.
Melhora na nota de crédito do Brasil
Na semana passada, a Standard and Poor's elevou a nota de crédito do Brasil, tanto em moeda estrangeira como local. A agência de risco considera que o Brasil demonstra comprometimento com as metas fiscais, atitude que deixou o país melhor preparado para enfrentar a crise econômica mundial. Vale lembrar que a questão fiscal é uma das principais causas da crise de muitos países europeus.
De certa forma, podemos dizer que estamos em um ambiente econômico mais positivo do que o dos considerados países ricos. Aliás, o Finacial Times fez uma análise neste sentido, em seu blog “Beyond Brics”, lembrando que a elevação do crédito é um grande feito para um país que há pouco tempo afugentou o mundo por causa da superinflação e tinha problemas sérios para pagar suas dívidas.
Temos muito o que comemorar! O Brasil de hoje é, sem sombra de dúvidas, um país melhor do que foi no passado recente. Acredito que seja o momento de trazermos as taxas de juros para níveis civilizados, mesmo em detrimento de picos inflacionários (observados de perto e analisados com inteligência).
Alguns economistas devem começar a perceber que mais do que bater a meta de inflação, o fundamental é geri-la de forma controlada e astuta. Em momentos de crise, o crescimento do país pode ser mais importante do que o cumprimento da meta de inflação, desde que essa avaliação seja revista de acordo com as mudanças nos cenários interno e externo. Você concorda?

Oferta pública do Facebook pode criar milhares de milionários

São Francisco - Viajar ao espaço ou iniciar uma expedição arqueológica a ruínas maias perdidas normalmente são coisa de romance de aventuras. Mas para os funcionários do Facebook, esses e outros sonhos estão se tornando mais próximos da realidade à medida que o maior serviço mundial de redes sociais se aproxima de uma oferta pública inicial bilionária que pode criar pelo menos mil milionários de uma vez.
A mais aguardada estreia no mercado de ações em 2012 deve estabelecer valor de mercado de até 100 bilhões de dólares para o Facebook, o que superaria todas as demais estreias em mercado do Vale do Silício, do Netscape ao Google.
Embora os mercados financeiros fracos possam resultar em adiamento ou redução no valor de qualquer oferta pública inicial, até os mais conservadores entre os observadores do mercado acreditam que o Facebook esteja destinado a estabelecer um novo patamar em uma região conhecida pela criação de fortunas, com até mesmo os mais humildes funcionários colhendo milhões de dólares em lucros.
Antigos e atuais funcionários do Facebook já estão preparando planos sobre como gastar a riqueza que vão adquirir, ainda que os regulamentos do mercado financeiro proíbam que as opções de ações detidas por funcionários sejam exercidas antes do final de um período de bloqueio de seis meses.
"As pessoas estão fazendo listas de coisas que sempre quiseram fazer, e agora poderão", disse um ex-funcionário que começou no Facebook em 2005, pouco depois que a empresa foi fundada.
Seu plano é reservar uma viagem ao espaço que custaria 200 mil dólares ou mais, na Virgin Galactic ou qualquer outra das companhias que estão trabalhando para criar um mercado de turismo espacial. A quantia é modesta, diante da sua expectativa de que as ações do Facebook que detém valham 50 milhões de dólares.
"Se a oferta pública inicial acontecer mesmo, vou reservar a viagem", disse o ex-funcionário, que pediu que seu nome não fosse mencionado porque não deseja atrair atenção para a sua situação financeira, dado o espírito inimigo da ostentação que prevalece no Vale do Silício. "É um sonho de infância", disse ele, sobre a viagem espacial.
Indiana Jones
Outras pessoas estão pensando menos em ficção científica e mais em Indiana Jones. Um grupo de atuais e antigos funcionários do Facebook começou a preparar uma expedição ao México que parece mais adequada a personagens de "Os Caçadores da Arca Perdida", de Steven Spielberg, do que aos nerds da computação retratados em "A Rede Social", o filme sobre o Facebook.
Inicialmente, o grupo desejava organizar uma expedição na selva para escavar ruínas maias relativamente intocadas, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, que também preferiram não buscar notoriedade ao permitir que seus nomes fossem citados em conexão com a história. Depois de discutirem o assunto, há alguns meses, eles agora querem formar uma parceria com um programa arqueológico existente.
Fundado em um alojamento da Universidade Harvard por Mark Zuckerberg e amigos, em 2004, o Facebook se tornou o maior serviço mundial de redes sociais, com mais de 800 milhões de membros e receita de 1,6 bilhão de dólares no primeiro semestre de 2011.
Informações sobre sua estrutura de propriedade ou pacotes de remuneração de funcionários são difíceis de obter, porque a empresa ainda tem o capital fechado e revela muito pouco. Procurados, representantes do Facebook não quiseram comentar o assunto.
Fica claro que os primeiros funcionários do Facebook, que receberam participações acionárias, e os primeiros investidores do setor de capital de risco -como a Accel Partners, Greylock Partners e Peter Thiel, co-fundador do PayPal- receberão as maiores recompensas. Estima-se que Zuckerberg, 27, detenha pouco mais de um quinto da companhia, de acordo com David Kirkpatrick, autor de "The Facebook Effect".
Mas a riqueza também beneficiará engenheiros, vendedores e outros funcionários contratados mais tarde, já que a maioria recebe salários e mais alguma forma de remuneração relacionada a ações, tais como opções de ações ou ações de exercício restrito.
O quadro de funcionários da empresa subiu de 700 no final de 2008 a mais de 3.000 hoje. Dado seu uso generoso de opções de ações como forma de remuneração, no passado, pessoas conhecedoras do Facebook dizem que, mesmo sob uma estimativa conservadora, pode haver mais de mil pessoas destinadas a receber mais de 1 milhão de dólares em ganhos quando a empresa abrir seu capital.
"Haverá milhares de milionários", disse um antigo funcionário do departamento de recursos humanos do Facebook, que não permitiu que seu nome fosse revelado devido a acordos de confidencialidade.