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terça-feira, 24 de julho de 2012


Perda de US$ 15 bi por Eike marca fim de sonho brasileiro

Dizem que o Brasil é o país do futuro. Nos últimos seis anos, Eike Batista tentou vender a ideia de que o futuro chegou ao nosso país. Agora, o empresário enfrenta perdas

Alexander Cuadros - Bloomberg
 
São Paulo - Quando Eike Batista fazia propaganda dos US$ 6 bilhões em ofertas de ações nos últimos seis anos, ele estava vendendo mais do que suas novas empresas interligadas no setor de commodities. Ele estava vendendo o Brasil.
É por isso que, quando a petrolífera do bilionário reduziu as metas de produção menos de seis meses após extrair o primeiro barril -- ampliando uma onda de vendas que eliminou US$ 15 bilhões do patrimônio dele e US$ 21 bilhões em valor de mercado em três meses --, os investidores também questionaram a visão do empresário sobre o Brasil como novo motor da economia mundial.
Eike, 55 anos, tornou-se o homem mais rico do país aproveitando uma onda de otimismo em relação às perspectivas locais, que culminou com a expansão de 7,5 por cento do produto interno bruto em 2010. Sob o comando da Presidente Dilma Rousseff, o crescimento econômico está estacionado pelo segundo ano seguido. A expansão projetada para 2012 é de 2 por cento, o pior desempenho entre os BRIC, grupo que inclui também Rússia, Índia e China.
"O que está acontecendo com o Eike agora infelizmente é reflexo do que está acontecendo com o país como um todo", disse Simon Nocera, que já foi economista do Fundo Monetário Internacional e hoje preside a Lumen Advisors LLC em São Francisco, na Califórnia. "É mais um daqueles cenários de crescer e se retrair do passado."
Com os preços das commodities entrando no chamado bear market, ou tendência de queda, no mês passado, economistas participantes das sondagens do Banco Central vêm reduzindo suas projeções de crescimento econômico este ano há nove semanas. O Ibovespa acumula queda de 23 por cento desde o fim de 2010, sendo que a OGX Petróleo & Gás Participações SA, de Eike, está entre as maiores perdedoras.
Ranking de bilionários
A determinação de Eike segue inabalada. Após as ações de suas seis empresas com capital aberto terem recuperado parte da desvalorização neste mês, o patrimônio líquido do bilionário avançou de US$ 19,6 bilhões em 28 de junho para $20,7 bilhões, de acordo com o Índice Bloomberg de Bilionários. Ele é a 21ª pessoa mais rica do mundo.
"Minha fortuna está nos meus ativos", escreveu Eike em seus Twitter, que tem quase 1 milhão de seguidores, em 1º de julho. "Como não vendi uma só ação, não perdi nada!"
Em nota enviada por e-mail, o Grupo EBX, holding das empresas de Eike, disse que as companhias têm recursos suficientes para executar um plano de investimentos de US$ 15,7 bilhões. Apesar de a MMX Mineração & Metálicos SA, empresa de capital aberto mais antiga do grupo, não ter dado lucro em 2011, sua produção ficou em 7,5 milhões de toneladas de minério de ferro. A OGX, mesmo sem cumprir metas, saiu de sua criação até a fase de produção em menos de cinco anos, o que Eike chamou de "recorde mundial".
Castigo do mercado
"Esses retrocessos acontecem", disse Laurence Balter, que supervisiona US$ 100 milhões na Oracle Investment Research, sediada em Fox Island, no estado americano de Washington, e que aumentou suas aplicações na OGX após a queda dos papéis. "O Eike falou demais mais de uma vez, e está sendo castigado pelo mercado por isso."
Durante os dois mandatos do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2010, milhões de pessoas deixaram a pobreza com a expansão da economia, queda dos juros e melhora das contas públicas. A pontuação do Ibovespa se multiplicou por seis. O crescente apetite da China por commodities elevou os lucros das maiores empresas brasileiras: a mineradora Vale SA e a Petróleo Brasileiro SA.
Eike prometeu concorrer com as duas gigantes fundando suas próprias empresas e contratando para os principais cargos executivos da Petrobras e da Vale -- incluindo seu pai, Eliezer, que foi ministro das Minas e Energia e presidente da Vale. Eike, que disse em abril de 2010 que Lula "caminha sobre a água", contou com empréstimos subsidiados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, além de dinheiro de investidores privados.
IPOs de empresas
Os dois maiores sucessos dele ocorreram no primeiro semestre de 2008, quando os preços do petróleo e do minério de ferro chegaram perto de níveis recodes: a abertura de capital da OGX, que movimentou R$ 6,7 bilhões, e a venda do projeto Minas-Rio para a Anglo American Plc. por US$ 5,5 bilhões. A OGX também se beneficiou do otimismo com a maior descoberta de petróleo no continente americano desde 1976 -- o Campo de Tupi, depois rebatizado Lula.
A euforia com o futuro do Brasil começou a esfriar no início de 2010. Alimentada pelo crédito, a virada por cima após a recessão de 2009 trouxe o temor de superaquecimento -- exatamente quando Eike se preparava para vender ações da OSX Brasil SA. O estaleiro acabou levantando somente um quarto do que ele esperava inicialmente, diante do ceticismo dos investidores em colocar dinheiro numa empresa cujo principal ativo era a garantia de encomendas da OGX -- que ainda não havia produzido uma gota de petróleo.
"Muito envolvente"
Ambas as empresas não conseguiram cumprir as metas traçadas por de Eike para iniciar as operações. A ação da OSX hoje é negociada por menos de um terço do preço da venda inicial, enquanto a OGX é negociada por menos da metade do preço da abertura de capital.
O projeto de minério de ferro Minas-Rio -- hoje o maior da Anglo American -- também decepcionou as expectativas. Enfrentando processos judiciais e os custos em disparada, o projeto só deve começar a produzir em 2013, sendo que a ideia inicial era começar em 2010.
"Não sai em 2026", disse João Carlos Cavalcanti, que foi sócio de Eike num negócio de minério de ferro que mais tarde foi englobado pela MMX. "O Eike falou que tem 750 milhões de toneladas de minério, mas não tem 150 milhões. Foram pelos olhos azuis do Eike. Ele é muito envolvente."
O geólogo, que agora desenvolve depósitos de elementos químicos conhecidos como terras raras no Nordeste, acusa Eike na Justiça de não investir o que foi acertado na joint venture. "O cara é uma bolha", disse Cavalcanti.
A EBX não quis comentar as alegações de Cavalcanti. A MMX se referiu ao processo em um comunicado ao mercado, dizendo que a chance de perder a causa era "provável".
Pagamento de dividendos
Em seis anos, as seis empresas de capital aberto de Eike só fizeram um pagamento de dividendo -- e por causa de um ganho financeiro extraordinário. Ainda assim, a falta de dinheiro não impediu Eike de diversificar para uma série de novos empreendimentos de capital fechado, desde tecnologia até imóveis, esportes e gestão de eventos musicais.
Em entrevista à Bloomberg News em março, Eike disse que exemplificava um novo "sonho brasileiro" de sucesso nos negócios. Ele repetiu seu objetivo de superar Carlos Slim como o homem mais rico do mundo até 2015, uma façanha que, na ocasião, exigia que ele dobrasse sua fortuna.
No auge, o patrimônio de Eike chegou a US$ 34,5 bilhões em 27 de março, após ele vender uma fatia de 5,6 por cento na EBX para a Mubadala Development Co., de Abu Dhabi, por US$ 2 bilhões.
Grande vendedor
Apesar de aumentar sua fortuna pessoal, o acordo fez pouco no sentido de acalmar os acionistas. As ações continuaram desabando mesmo após Eike vender uma fatia adicional de US$ 300 milhões na EBX para a General Electric Co. em maio. A onda de vendas chegou ao ponto mais crítico quando a OGX anunciou no mês passado que estava cortando as metas de produção para seus primeiros dois poços em até 75 por cento, intensificando as dúvidas de investidores.
"O que é de fato verdade? E o que é só o fato de ele ser um ótimo vendedor?", perguntou Henrique de La Rocque, que administra R$ 300 milhões na Brasif Gestão de Recursos no Rio de Janeiro. Ele disse que vai manter suas ações da OGX pelo menos até o"pânico" se reduzir.
Na nota enviada por e-mail, a EBX citou seus 30 anos de empreendimentos no desenvolvimento de oito minas de ouro e de uma mina de prata no Brasil, Canadá e Chile.
Eike foi atrás de -- e abandonou -- diversas companhias ao longo de sua carreira. Em 1999, ele vendeu um negócio no setor de água para uma unidade da Enron Corp. por US$ 55 milhões, dizendo à Bloomberg News após o acordo: "O ouro é uma indústria jurássica. A água é a indústria do século 21."
"Encontrar investidores"
O sucesso de Eike vem do fato de ele encontrar os projetos certos e escolher boas equipes, de acordo com Carl Hansen, que passou uma década trabalhando com Eike na TVX Gold Inc. em Toronto nos anos 90.
"Sem dúvida ele tem talento para identificar ativos subvalorizados, aumentar o valor desses ativos fazendo o trabalho que tem de ser feito, e então encontrar os investidores para tocá-los adiante", disse Hansen, que trabalhou para a TVX primeiramente como geólogo e depois como diretor de relações com investidores.
Como presidente e maior acionista da TVX, Eike levou o valor de mercado da companhia a um pico de mais de US$ 1,7 bilhão em 1996, investindo em projetos por todo o mundo. Uma série de processos jurídicos e cinco anos de queda no preço do ouro derrubaram o valor de mercado da empresa para menos de US$ 150 milhões no fim de 2000.
"Monte de promessas"
Hoje, com o desaquecimento da China derrubando os preços de matérias-primas, Eike injetou R$ 2,6 bilhões no projeto do Porto do Açu, da LLX Logística SA, no Rio de Janeiro. Em março de 2010, ele disse que o complexo seria uma "estrada para a China" quando estivesse concluído.
Diz o ditado que o Brasil é o país do futuro, sempre será. Nos últimos seis anos, Eike tentou vender a ideia de que o futuro do Brasil finalmente chegou, de acordo com Nocera, o ex- economista do FMI.
"Foi uma história de marketing maravilhosa", disse Nocera. "Quando você faz um monte de promessas, tem que cumprir mais cedo ou mais tarde."

5 fatores, fora a crise, que derrubam o PIB brasileiro

Para o economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, muito pouco pode ser feito para salvar 2012

Beatriz Olivon - EXAME.com
 
São Paulo - O mais recente relatório Focus, que mede a expectativa do mercado sobre alguns indicadores, apontou na segunda-feira que o crescimento do PIB deve ser de 1,9% em 2012, mantendo a previsão da semana passada, quando o dado registrou sua décima queda seguida. No final de 2011, as previsões dos economistas indicavam um aumento médio de 3,5%. De lá para cá, o que mudou?
O governo põe boa parte da culpa nos desafios impostos pela crise internacional. Ela não pode ser ignorada, mas não é o fator mais importante, pelo menos na opinião do ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, para quem a perda de dinamismo da economia brasileira tem a ver com nossas próprias deficiências. "A conta chegou", disse. 
A impressão é que dessa vez o país enfrenta uma tormenta, e não mais uma "marolinha" (como Lula se referiu aos efeitos da crise de 2008 no país). Porém, na opinião de Ricardo Amorim, economista e presidente da Ricam Consultoria, o Brasil não está sentindo a crise atual mais do que a anterior. "Esta crise, até agora, foi bem menos profunda no Brasil e no resto do mundo do que a de 2008/2009". Em 2009, o PIB brasileiro caiu 0,2%.
Pode não ser tão grave, mas o governo já anunciou diversas medidas para tentar esquentar a economia, como o programa de compras PAC Equipamentos e a prorrogação do IPI baixo para a linha branca e móveis. Para Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, pouco pode ser feito para salvar 2012.
Para Ricardo Amorim, o problema não é o que poderia estar sendo feito agora, mas o que deveria ter sido feito em 2010 e início de 2011, no período de bonança. "Falta ao Brasil uma estratégia de desenvolvimento baseada em um Estado Menor, menos impostos, mais investimento público, juros menores e câmbio menos apreciado. Nada disso será possível enquanto o governo não reduzir seus gastos", afirmou.
Economistas ouvidos por EXAME.com indicam cinco motivos, além da crise, que podem explicar porque o PIB parece ter empacado.
Tempestade perfeita
Para Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, não são os problemas estruturais do Brasil que vão explicar o que está acontecendo em 2012, mas várias idiossincrasias. "Nesse ano, foi a crise global e fatores excepcionais (que impactaram o PIB)", afirmou.
Esses fatores excepcionais não estão relacionados a problemas estruturais do Brasil - e incluem a seca no sul e no nordeste, a crise no Dnit, a implantação do "Euro5" (mudança na lei de emissões de poluentes por motores de veículos comerciais) para caminhões, a crise da construção residencial devido a excesso de oferta, problemas em bancos pequenos e médios, crise argentina, entre outros. O conjunto sugere que talvez o país tenha vivido, em 2012, uma espécie de "tempestade perfeita" (uma conjunto de fatos negativos concomitantes).
Os fatores excepcionais podem ter tirado entre 0,8 e 1 ponto percentual do PIB brasileiro esse ano, segundo o economista. "O crescimento tende a seguir mais moderado até que novos vetores dinâmicos surjam para aumentar a produtividade e os investimentos", segundo o economista, que prevê maior crescimento no segundo semestre.
Falta de produtividade
Maílson da Nóbrega defende que desde 2005 o Brasil não passou por nenhuma reforma importante que tenha contribuído para aumentar a eficiência e a produtividade. "A reforma tributária não foi feita e o sistema piorou, o Brasil segue como campeão de horas pra lidar com tributos, a infraestrutura deteriorou... E isso tudo interfere na operação da logística. Está aí uma explicação para a perda de dinamismo da economia brasileira", disse o economista.
O Brasil virou uma economia de baixa produtividade e baixo potencial de crescimento, segundo o ex-ministro. Para o economista, o argumento de que o mercado externo, em crise, não está comprando não é verdadeiro. "A parte afetada pela crise é exportação de manufaturados. O Brasil continua vendendo. Vende menos, mas vende", disse.
Falta de investimentos em infraestrutura
Produtividade está diretamente relacionada à infraestrutura. Para Samy Dana, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o principal motivo para essa expectativa menor de crescimento do PIB nesse ano é a falta de investimentos em infraestrutura. "Uma indústria forte mais competitiva internacionalmente é importante, não adianta abaixar IPI de carro nacional, isso só ajuda no mercado interno", disse Dana.
Para Dana, as medidas de incentivo do governo já surtiram efeito, mas a realidade de hoje é diferente. "Mesmo no PAC equipamentos, é o governo consumindo. Precisamos produzir mais, aumentar a capacidade de produção", afirmou Dana.
Octavio de Barros afirma que o ritmo dos investimentos públicos em 2012 - visto como fator importante de direcionamento da economia - foi superestimado. "Os investi-mentos para os eventos esportivos ainda não afetam a economia como se esperava. O impacto da crise do Dnit e outros fatores intrínsecos à lentidão decisória no setor público pioraram a situação", afirmou.
O efeito do crescimento do consumo brasileiro no PIB também foi superestimado, segundo o economista-chefe do Bradesco. "O setor de serviços parrudo e crescendo forte não foi capaz de compensar o frustrante crescimento industrial por dois anos seguidos", afirmou, em relatório.
Impacto das medidas para conter os efeitos da crise de 2008
"Por um tempo tapou-se o buraco aberto em 2008 na crise, mas ele se esticou, durou 2009, 2010 e parte do começo de 2011. Esse processo acabou antecipando muito do consumo futuro, do investimento futuro, e agora esse excesso acaba pesando um pouco no crescimento de curto prazo", disse Caio Megale, economista do Itaú Unibanco. O economista defende que esse é apenas um dentre diversos fatores que levam à redução das expectativas sobre o PIB de 2012.
Megale separa o crescimento baixo em componentes cíclicos e estruturais. Os cíclicos são os que impactam a economia agora, mas logo devem se dissipar - permitindo que o PIB retome seu crescimento. Um exemplo de fator temporário são os estoques, segundo o economista. "No final de 2012 e começo de 2011, a expectativa era de crescimento muito forte, logo, a produção foi acelerada, mas a demanda desacelerou, gerando estoques. Isso nos surpreendeu no começo do ano, não percebíamos quão longo seria esse ajuste de estoques", disse Megale.
Para Maílson da Nóbrega, houve certo esgotamento da estratégia adotada em 2009, perante a crise de 2008. "2012, em termos de instrumental à disposição do governo e sociedade para consumir mais, não é o mesmo de 2009", disse o economista.
China
No segundo trimestre, a atividade econômica da China registrou seu sexto trimestre seguido de desaceleração. Afetada pela crise no mercado europeu, a China afeta emergentes satélites, como o Brasil. O Brasil é mais sensível à China do que à Europa, segundo Octavio de Barros.
As exportações brasileiras para a China somaram 44,3 bilhões de dólares em 2012. O número que representou 17,3% do total das vendas externas, de 256 bilhões de dólares.

Grã-Bretanha tem maior risco de contágio da crise do euro

Relações comerciais e bancárias com o bloco de moeda única podem aumentar efeitos da crise externa

AGÊNCIA ESTADO
 
Londres - A Grã-Bretanha lidera a lista de economias externas com maior risco de ser contagiada por qualquer escalada na crise da zona do euro por causa de suas relações comerciais e bancárias com o bloco de moeda única, mostrou um estudo do instituto de risco político Maplecroft divulgado nesta quarta-feira.
O estudo organizou uma lista de classificação de 169 países de acordo com o nível comercial de cada um deles com a zona do euro, que enfrenta uma crise de dívida, assim como a resistência interna para uma desaceleração.
"Os impactos para essas economias incluem redução na produção industrial, perda de competitividade e dívidas soberanas que poderiam provocar níveis insustentáveis devido ao aumento dos rendimentos", apontou a Maplecroft.
A Grã-Bretanha faz parte da União Europeia, mas não da zona do euro. Problemas fiscais britânicos combinados com fortes relações comerciais com a zona do euro tornam sua capacidade de reação a uma piora na crise econômica no bloco "severamente limitada", segundo o estudo.
Um colapso de grandes economias da zona do euro poderia reduzir o comércio britânico em 7 por cento e provocar perdas equivalentes a 7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) aos bancos britânicos devido à exposição deles a bancos da zona do euro e a títulos soberanos, acrescentou.
Países na Europa central e na Escandinávia, assim como nações exportadoras de commodities da África, como Costa do Marfim e Moçambique, também estão entre as 17 economias classificadas como em estado de "risco extremo".
Os Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China, também estão altamente expostos, mostrou o estudo.
Polônia, Hungria e República Tcheca, membros da União Europeia, estão em segundo, terceiro e quarto lugares em termos de risco, enquanto Suécia e Dinamarca aparecem em oitavo e nono lugares.
Muitos países africanos, fortemente dependentes do comércio com a zona do euro, estão no topo da lista, com Mauritânia, Moçambique, Marrocos e Costa do Marfim compondo parte do grupo de 17 países com exposição "extrema" à crise europeia.
Tunísia, Egito e Líbia, países que foram palco das revoltas da Primavera Árabe, estão atrás, enquanto Rússia, Brasil e Índia também foram classificados como nações em alta exposição à crise na zona do euro.
Do grupo dos Brics, formado pelas principais economias emergentes, apenas a China foi apontada com não mais do que uma exposição média.
"Essas economias (dos Brics) não estão totalmente isoladas da desaceleração devido às relações comerciais e de investimentos com a Europa, e uma escalada na crise da zona do euro poderia agravar ainda mais a desaceleração doméstica nas previsões de crescimento entre os Brics", disse o estudo.