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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2011 foi ano melancólico para os investidores

As aplicações financeiras mais rentáveis foram ativos em que quase ninguém investe no Brasil, como o ouro e o dólar

Ouro
São Paulo – O ano de 2011 terminou de forma melancólica para os investidores. Os ativos mais rentáveis do ano são pouco populares. A bolsa teve mais um ano de desempenho pífio. Já as opções mais tradicionais de renda fixa tiveram os ganhos corroídos por uma inflação que deve superar o teto da meta estabelecida pelo Banco Central.
Embora tenha perdido mais de 6% de seu valor só em dezembro, com o pior desempenho mensal entre as principais aplicações financeiras para o investidor brasileiro, o ouro ainda tem uma das maiores altas em 2011. A valorização do metal alcançou 16,46% no ano até o último dia 28. A alta só é menor do que a dos imóveis residenciais que, segundo o Índice FipeZap, acumularam alta de 25% nos 11 primeiros meses deste ano. Confira abaixo os rankings completos de dezembro e de 2011:
Os vencedores de dezembro
AplicaçãoRentabilidade (até 28/12)
*Fundo de ações dividendos4,34%
Dólar Comercial (até 29/12)3,07%
*ETFs2,24%
*Fundos de ações Ibovespa ativo1,63%
**Imóveis residenciais1,40%
**Fundos imobiliários0,91%
LFT (vencimento em março de 2012)0,91%
LTN (vencimento em janeiro de 2012)0,91%
NTN-F (vencimento em janeiro de 2012)0,91%
CDI0,82%
*Fundos referenciado DI0,72%
*Fundos de renda fixa0,67%
Poupança0,59%
NTN-B (vencimento em agosto de 2012)0,51%
*Fundos multimercados multiestratégia0,10%
Ibovespa (até 29/12)-0,21%
*Fundos de ações Small Caps-0,72%
Ouro (BM&F)-6,10%
Os vencedores de 2011
AplicaçãoRentabilidade (até 28/12)
**Imóveis residenciais25,00%
Ouro (BM&F)16,46%
NTN-B (vencimento em agosto de 2012)14,06%
Dólar Comercial12,15%
*Fundos de renda fixa12,20%
NTN-F (vencimento em janeiro de 2012)12,07%
LTN (vencimento em janeiro de 2012)12,06%
*Fundos referenciado DI11,62%
LFT (vencimento em março de 2012)11,57%
CDI11,56%
*Fundos multimercados multiestratégia9,75%
**Fundos imobiliários8,96%
Poupança7,43%
*Fundo de ações dividendos3,49%
*Fundos de ações Ibovespa ativo-14,11%
*ETFs-16,47%
*Fundos de ações Small Caps-17,75%
Ibovespa (até 29/12)-18,10%
Fontes: Banco Central, Anbima, site Fundo Imobiliário, Índice FipeZap *Os dados de fundos levam em consideração os resultados obtidos somente até o dia 23/12
**Os dados sobre imóveis e fundos imobiliários estã atualizados até novembro

A valorização do metal precioso é um efeito típico de anos de crise. “Em meio a um cenário instável, as pessoas tendem a buscar refúgio em ativos como o ouro”, afirma André Nunes, diretor da Reserva Metais.
A expectativa de Nunes é que esse ciclo de alta se mantenha em 2012. “Os fundamentos internos e externos que contribuíram para a alta do ouro em 2011 não dão sinais de mudança para o ano que vem”, resume. Uma das maneiras de apostar na alta do ouro é comprando barras do produto. Na empresa, a quantidade mínima é de 5 gramas, o que equivaleria a pouco menos de 500 reais nos valores atuais. Conheça outras formas de investir em ouro.

Europa derrubou Ibovespa no ano
EXAME.com já mostrou que o mês de dezembro é tradicionalmente positivo para a renda variável. A tendência se repete fielmente desde dezembro de 1999. Neste ano, porém, o tradicional rali de Natal da bolsa virou downhill. O Ibovespa terminou dezembro com uma queda acumulada de 0,21%. No ano, a queda é de 18,10%.
Para Roberto Indech, da equipe de análises da corretora Octo Investimentos, as notícias negativas sobre a crise na Europa continuam sendo o fator de maior peso no desempenho do Ibovespa. “Essa tendência deve continuar pelo menos durante o primeiro semestre de 2012, também com influência das notícias da Europa”, afirma. Segundo ele, o mercado americano e uma possível desaceleração na economia da China, também devem empurrar a bolsa para uma desvalorização.
A queda assusta, mas não quer dizer que os investidores devam manter distância das ações a todo custo. Para quem quer apostar no mercado mesmo durante a baixa, uma sugestão é observar as ações de empresas pagadoras de dividendos. “Nossa carteira recomendada de dividendos, por exemplo, acumula alta de 6,7% em dezembro”, afirma Indech. O destaque vai para os papéis de energia elétrica e de empresas de utilidade pública em geral. Para o ano que vem, investir em ações que distribuem bem seus lucros deve continuar sendo vantajoso.

NTN-B perde no mês, mas vence no ano
Nenhum dos títulos públicos apresentou rentabilidade negativa em 2011. No fechado do ano, o destaque foi para as Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-Bs). Embora tenha sido o menos rentável de dezembro, com alta de 0,51%, o título foi o campeão no acumulado de 2011, com alta de 14,06% até o dia 28 (títulos com vencimento em agosto de 2012, a data mais próxima). No ranking geral do ano, a aplicação ficou em terceiro lugar.

Dólar está entre as principais altasOutro mercado impulsionado pela crise na Europa foi o de câmbio. O dólar terminou o ano com a quarta maior rentabilidade de 2011 e subiu 12,15%. Só em dezembro, até o último dia 28, a moeda valorizou 3,07% frente o real, a maior alta do mês.

Renda fixa tem destaque entre fundosEntre as principais modalidades de fundos de investimentos, os de renda fixa tiveram a maior rentabilidade em 2011, com alta de 12,20% até o dia 23 (dado mais recente divulgado pela Anbima).
Outra categoria que teve destaque foi a de fundos imobiliários. As principais carteiras do setor tiveram uma rentabilidade média de 8,96% em 2011 até novembro, segundo dados do site Fundo Imobiliário, do consultor Sérgio Belleza Filho. Embora a modalidade seja de renda variável, algumas características como a remuneração periódica do rendimento dos imóveis, faz com que o perfil do investidor seja muito parecido com o dos fãs de renda fixa.
Na análise do último mês do ano, o destaque ficou com os fundos de ações dividendos, com alta de 4,34% em dezembro até o último dia 23.
 

Índice sobe, mas deve fechar 2011 em forte queda

Tombo deve ser de cerca de 11,3%

BCE
Os bancos caminham para se tornar o setor com a pior performance do ano
Londres - Dados macroeconômicos positivos nos Estados Unidos ajudavam a valorizar as ações europeias nesta sexta-feira, última sessão de um ano bastante ruim para o mercado, que deve fechar com a pior performance anual desde 2008. Às 8h39 (horário de Brasília), o índice FTSEurofirst 300 , que acompanha as blue chips europeias, subia 0,09 por cento, para 993 pontos.
 
Ainda assim, o índice deve fechar 2011 com um tombo de cerca de 11,3 por cento. O mercado teve algum suporte de fortes dados sobre vendas pendentes de moradias nos EUA e do índice de atividade empresarial de Chicago, na quinta-feira. Mas os ganhos eram limitados pela relutância do investidor em fazer grandes apostas, visto que preocupações com pressões de financiamento para a Itália continuavam pesando.
O país enfrenta 100 bilhões de euros em vencimentos de bônus e pagamentos de cupons até o final de abril, o que deve provavelmente deixar investidores nervosos no começo do próximo ano. Os bancos, que têm estado no foco da crise de dívida da zona do euro devido à sua exposição à dívida da região, caminham para se tornar o setor com a pior performance do ano. A expectativa é de que o índice STOXX Europe 600 para bancos feche 2011 com um tombo de 33 por cento.
"O ano foi caracterizado pela crise de dívida europeia e o cenário mais à frente vai depender dos formuladores de política e de como eles vão implementar uma melhor integração fiscal na zona do euro", disse a gestora de fundos da Ashburton European Veronika Pechlaner.