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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Governo chinês deverá agir para evitar desaceleração brusca do país em 2012



SÃO PAULO - A China deverá experimentar uma desaceleração em sua economia no primeiro trimestre de 2012, levando-a crescer apenas 7,5% durante o primeiro trimestre de 2012, afirma o Standard Bank. Isso deverá ser acompanhado por uma queda também nos investimentos, no setor imobiliário, pequenas e médias empresas e indústria, obrigando o resto da economia a crescer o dobro para manter o ritmo, uma alternativa não viável para 2012.

De acordo com o banco sul-africano, essa desaceleração já foi vista no setor imobiliário, com a principal empresa chinesa no ramo, a China Vanke Co., registrando sua quarta queda consecutiva em vendas. Isso é fruto da tentativa do governo chinês de reduzir a aceleração nos preços dos imóveis no país, além de retirar as forças especulativas do mesmo.

Uma queda também deverá ser vista pelas pequenas e médias empresas, que dependem de lucros retidos e fundos privados de capital para se financiarem. "Quando o fluxo monetário seca, por conta da queda das exportações, essas firmas são puxadas a insustentáveis formas de credito. E a situação deverá piorar, já que essas fontes tendem a cobrar seus empréstimos antes do ano novo chinês. O surto de inadimplência em Wenzhou é só um começo", destaca o banco.


Medidas governamentais
Para impedir que isso ocorra, o governo chinês possui ferramentas interessantes e interesse político, já que o país deverá começar a passar por uma transferência geracional de poder - e as novas lideranças estariam interessadas em determinar que o começo de seus governos não coincidam com períodos de desaceleração econômica.

O banco sul-africano lembra que o país tem em disposição US$ 1,7 trilhão para setores estratégicos, como energia alternativa, biotecnologia, equipamentos modernos de manufatura e saneamento. "É o dobro do pacote de estímulo de 2009 e 2010", lembra o Standard Bank. 


Além disso, o país poderia aumentar subsídios e reduções de impostos para exportadores, sobretudo para pequenas e médias empresas e produtos de alto valor agregado. Além disso, o governo pode reduzir os compulsórios dos bancos, colaborar com programas de habitação e saneamento e investir em programas sociais, como saúde e educação, aumentando a renda de seus cidadãos. 

O país também deverá ver sua moeda, o yuan, se valorizar. "A internacionalização da moeda é necessária, pois significa mais compradores e vendedores fazendo negócios com o yuan, diminuindo a dependência chinesa em financiamento em dólar", destaca o banco. 

Europa encara reunião crucial para salvar o euro

Marselha, França - A Europa tentará nesta quinta-feira de todas as maneiras possíveis - através de encontros em Marselha (França) e de uma reunião em Bruxelas - contornar a crise da dívida da região e salvar sua moeda comum.
"O risco de que a Europa exploda nunca foi maior", disse nesta quinta-feira o presidente francês, Nicolas Sarkozy, acrescentando que a União Europeia possui "algumas semanas" para sair da crise.
"A Europa nunca foi tão exigida e nunca correu tanto perigo", afirmou o presidente em Marselha durante um Congresso do conservador Partido Popular Europeu (PPE) nesta cidade do sudeste da França.
"É preciso que isso seja decidido o quanto antes. Quanto mais demoremos para tomar uma decisão, mais nos custará tomá-la e menos eficaz ela será", afirmou Sarkozy.
Segundo Sarkozy, não haverá uma segunda oportunidade de resgatar a moeda comum.
"Precisamos fazer todo o possível para garantir a irreversibilidade do euro", disse nesta quinta-feira pela manhã o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durao Barroso, em sua chegada ao Congresso do PPE em Marselha.
Diante da cautela ante a reunião e depois de o presidente do BCE, Mario Draghi, ter descartado uma intervenção massiva do instituto emissor, as principais bolsas europeias encerraram com fortes quedas.
Na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX terminou em queda de 2%, a 5.874,44 pontos. O Footsie-100 da Bolsa de Londres perdeu 1,14%, a 5.483,77 pontos. O CAC 40 de Paris perdeu 2,53%, a 3.095,49 unidades. O IBEX 35 da Bolsa de Madri perdeu 2,12%, para terminar aos 8.461,2 pontos. Em Milão, o FTSE Mib perdeu 4,29%, fechando aos 14.979 pontos.


Apesar dos temores de mercado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que participará dos esforços para resgatar o euro, conforme informou nesta quinta-feira em Bruxelas a diretora-geral do Fundo, a francesa Christine Lagarde.
"Ainda há muito trabalho por fazer, é preciso alcançar um acordo que seja coordenado, que seja decisivo", disse à imprensa, antes da reunião dos 27 países da UE.
Lagarde deve participar de uma reunião com o presidente francês Nicolas Sarkozy, a chanceler alemã, Angela Merkel, e os dirigentes de instituições europeias, entre eles o chefe do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, antes do início oficial da reunião europeia.
A chefe do governo alemão, Angela Merkel, afirmou nesta quinta-feira em Marselha estar "convencida" de que os europeus "encontrarão boas soluções" na reunião europeia de Bruxelas desta quinta e sexta-feira.
"Estou convencida de que chegaremos a uma solução para todos os temas", declarou Merkel durante o Congresso do conservador Partido Popular Europeu (PPE).
"Peço a compreensão daqueles que não adotaram o euro. Devemos enviar um sinal forte ao exterior. As palavras, apenas, não serão suficientes, e falta uma modificação dos tratados", disse a chanceler alemã.

Zona do euro antecipa lançamento de fundo permanente de resgate

Bruxelas - Os países da zona do euro anteciparam em um ano, para o próximo mês de julho, o lançamento de um fundo de resgate permanente e concordaram, com outros Estados da União Europeia (UE), em considerar emprestar até 200 bilhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a fim de ajudar a combater a crise de dívida da zona do euro.
Mas os líderes da zona do euro, composta por 17 países, decidiram que o fundo Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (ESM, na sigla em inglês), que terá uma capacidade efetiva de financiamentos de 500 bilhões de euros, não será autorizado a atuar como um banco, conforme quer a França.
Tal autorização permitiria ao ESM refinanciar-se nas operações de liquidez do Banco Central Europeu (BCE) e dar a ele enorme poder de fogo, mas isso quebraria as regras da UE, que proíbem o BCE de financiar déficits governamentais.
"Nós... concordamos sobre a aceleração da vigência do fundo de resgate ESM. Ele deveria passar a valer em julho de 2012", afirmou o presidente do encontro entre líderes, Herman Van Rompuy, em coletiva de imprensa no início desta sexta-feira após uma noite de conversas.
O ESM deve substituir o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês), de 440 bilhões de euros. O BCE atuará como um agente para o EFSF e o ESM nas operações do mercado.