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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Hering dá banho de água fria no investidor com surpresa ruim


Varejista de vestuário trouxe números do quarto trimestre muito abaixo do esperado

EXAME.com
  
São Paulo - As ações da Hering (HGTX3) vivem uma quinta-feira bastante atípica. Acostumada a ter uma recepção muito positiva por parte dos investidores após anos de bom desempenho na bolsa, os papéis da varejista de vestuário despencam hoje. Na mínima do dia, os papéis tinham uma queda de 11,8%, para 38,40 reais.
Uma notícia surpresa publicada ontem à noite foi a responsável pela forte reação. Era para ser apenas a publicação de uma projeção de abertura de lojas para 2013 e o potencial total, mas a Hering decidiu também publicar uma prévia dos números do quarto trimestre de 2012, que tem data de divulgação marcada apenas para 21 de fevereiro, após o fechamento dos mercados.
As vendas decepcionaram o mercado. A receita bruta avançou 10,7% no último trimestre na comparação com o ano anterior, enquanto as vendas totais da rede Hering avançaram 14,8%. Apesar disso, no critério que considera apenas lojas abertas há no mínimo 12 meses (mesmas lojas) houve um recuo de 0,2%.
A Hering também atualizou um estudo de potencial de expansão da rede no Brasil e identificou a possibilidade de abrir até 796 lojas (a expectativa anterior era de 604 lojas), sendo que 77 serão abertas em 2013 no formato Hering Store e 30 lojas Hering Kids.
Análise
"Embora o potencial de expansão de área e a abertura efetiva de lojas no trimestre tenham vindo mais fortes do que o esperado, o desempenho ligeiramente negativo das SSS é decepcionante", explicam Juliana Rozenbaum e Vitor Paschoal, analistas do Itaú BBA, em relatório.
"Em nossa visão, o desempenho das vendas no quarto trimestre ainda está distante do potencial da companhia, pois a Hering ainda está otimista em relação a 2013, especialmente em virtude das vendas no período de férias e do desempenho dos showrooms de outono", afirmam Luiz Cesta e Paulo Prado, da Votorantim Corretora, em relatório.
Em teleconferência, o presidente-executivo da Cia Hering, Fabio Hering, chegou a admitir um erro de estratégia. "Tivemos difícil aceleração para atender a demanda que se aqueceu... A cadeia de suprimentos não conseguiu atender como esperávamos e o abastecimento aconteceu muito próximo do Natal", explicou. "Foi um erro não preparar a cadeia de suprimento em setembro para atender o crescimento em dezembro", completou.
Apesar da decepção, o Itaú BBA reafirma a confiança na empresa. "Reiteramos a nossa tese de que o modelo de negócios de franquias da Hering continua intacto (embora possa precisar de alguns ajustes), porém estamos totalmente confiantes na capacidade da companhia de continuar a aumentar o número de lojas de maneira vantajosa", mostra a análise.
Ainda assim, a recomendação segue em desempenho em linha com a média e um preço-alvo de 52,2 reais por ação.

Espanha e Itália abrem mercado da dívida de 2013


Tesouro espanhol captou 3,396 bilhões de euros, aproximadamente, em uma nova emissão de bônus a dois anos com juros de 2,476%

AFP
  
Madri - Espanha e Itália abriram nesta quinta-feira o mercado da dívida pública de 2013 com juros em forte queda, confirmando um relaxamento dos mercados iniciado no final do ano passado, em que o governo espanhol aposta para evitar um resgate de sua economia.
Em um respiro para as finanças de um país que enfrenta graves problemas econômicos, a Espanha superou em muito as previsões, com 5,816 bilhões de euros (cerca de 7,617 bilhões de dólares) de captações a médio e curto prazo, em comparação com os 4 a 5 bilhões previstos, segundo dados do Banco da Espanha.
Esta primeira emissão espanhola de 2013 se beneficiou de taxas muito inferiores às precedentes comparáveis: 3,988% para cerca de 1,95 bilhão captados com bônus a cinco anos (frente a 4,680% no dia 8 de novembro) e 5,555% para os 469,73 milhões com vencimento a 2026 (frente a 6,191% pagos no dia 21 de julho de 2011).
O Tesouro espanhol captou 3,396 bilhões de euros, aproximadamente, em uma nova emissão de bônus a dois anos com juros de 2,476%.
A Itália também recebeu uma demonstração da crescente confiança em suas finanças em sua primeira incursão do ano no mercado, com a emissão de 8,5 bilhões de euros para 12 meses a um rendimento de 0,864%, frente a 1,456% que teve que oferecer na última operação deste tipo, realizada no dia 12 de dezembro, informou o Banco da Itália.
Segundo a agência financeira norte-americana Dow Jones, trata-se da menor taxa obtida pela Itália nos últimos três anos.
A taxa de risco italiana - a diferença entre os juros que um país tem que oferecer e o que a Alemanha concede para se financiar a dez anos - estava na manhã desta quinta-feira em 266 pontos básicos, depois de ter encerrado 2012 a mais de 300 pontos.
A taxa espanhola - uma demonstração do nível de confiança dos investidores na solidez de suas finanças - estava em cerca de 345 pontos após ter superado os 600 neste verão.
O êxito da emissão da dívida teve também um efeito positivo no mercado secundário - onde a dívida já emitida é negociada - que viu os juros a 10 anos da Espanha ficarem abaixo de 5% pela primeira vez em dez meses.
Quarta economia da zona do euro, a Espanha se beneficia de uma pressão menor nos mercados desde que, em setembro, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou um programa de compra da dívida soberana dos países mais fragilizados.
Novamente em recessão desde o final de 2011, menos de dois anos depois de ter saído dela, a economia espanhola enfrenta um desemprego de mais de 25% (52% entre os jovens de menos de 25 anos), enquanto luta para reduzir a menos de 3% do PIB em 2014 um déficit que chegou a 9,4% em 2011.
Contudo, para ser ativado, este programa precisa da solicitação do Estado preocupado com o resgate. Mariano Rajoy resistiu até agora, acreditando que sua severa política de austeridade para conter o déficit público, somada a uma maior integração econômica a nível europeu, consiga gerar confiança.
"A Espanha não precisa de nenhum resgate, o que a Espanha precisa é eliminar todas as dúvidas sobre o futuro do euro", voltou a repetir esta semana o ministro espanhol da Economia, Luis de Guindos, durante um fórum econômico em Berlim.
No entanto, para o centro de análise britânico Capital Economics, "inclusive as emissões de bônus de dimensões consideráveis não resolverão os problemas econômicos e fiscais da Espanha".
"As espantosas perspectivas econômicas da Espanha sugerem que o país terá que se curvar diante do inevitável em 2013 e pedir a ajuda do BCE", acrescentava um relatório.
O país anunciou terça-feira que prevê emitir este ano um volume de dívida pública de 215 a 230 bilhões de euros, pouco abaixo dos 249,635 bilhões captados em 2012.

Veja o que você precisa saber na agenda desta sexta-feira


Pão de Açúcar traz dados do último trimestre e Wells Fargo publica resultados

EXAME.com

  
São Paulo - A agenda de indicadores no mundo perde um pouco o espaço para o cenário corporativo nesta sexta-feira.
No Brasil, apesar de ainda não termos os dados fechados dos balanços, a publicação de alguns números de vendas de varejistas tem mexido com o mercado. Nos Estados Unidos, o gigante banco Wells Fargo traz o seu balanço.
Por aqui, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publica a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (PIMES) de novembro, às 9h.
Pão de Açúcar
A varejista Pão de Açúcar (PCAR4) divulga nesta sexta-feira antes da abertura dos mercados o desempenho das vendas no quarto trimestre de 2012. Os analistas do HSBC, Francisco Chevez e Manisha Chaudhry, projetam um crescimento comparativo de 6,3% e 7,0% para a divisão de produtos alimentícios e Viavarejo, respectivamente.
"Essas estimativas estão ligeiramente abaixo das nossas expectativas originais. Antes de receber o guidance da administração a respeito das vendas de Natal, esperávamos um crescimento comparativo médio consolidado de 7,5% no quarto trimestre. No entanto, parece agora que a receita do feriado ficou um pouco abaixo da expectativa", afirmam.
O balanço completo será divulgado no dia 19 de fevereiro, após o fechamento dos mercados. Na quinta-feira, o resultado trimestral de vendas da Hering (HGTX3ficou abaixo do esperado e teve um forte impacto sobre as ações.
Europa
Na zona do euro, após o Banco Central Europeu minar as expectativas de quem esperava um corte no juro, o mercado agora se volta para os indicadores de produção industrial no Reino Unido e na Espanha. Para o primeiro, a expectativa é de um crescimento de 0,8% no mês de novembro na passagem mensal e de queda de 2% na passagem anual.
Estados Unidos
A agenda de indicadores do país tem, às 11h30, o índice de preços de importação de dezembro e a balança comercial de novembro. Depois, às 17h, o governo publica o relatório de orçamento de dezembro. Nenhum dos indicadores são vistos como muito relevantes.
Vale sempre a pena, porém, ficar de olho no que dizem os membros do Banco Central americano. Um deles, Charles Plosser, discursa às 12h30 em Nova Jersey. No domingo à noite, quem fala ao público é Charles Evans.
Resultados nos EUA
O principal evento da temporada de balanços em Wall Street nesta sexta-feira será o resultado do banco Wells Fargo (WFC), programado para antes da abertura dos mercados. A expectativa do consenso, segundo o site Briefing.com, é de um crescimento de aproximadamente 20% no lucro líquido por ação, para 89 centavos de dólar.