Pesquisar

sábado, 22 de setembro de 2012


Light aprova juros sobre capital de R$71,4 mi

O pagamento será feito até 30 de abril de 2013, e a base acionária é de 21 de setembro

REUTERS Business
Rio de Janeiro - O conselho de administração da Light aprovou remuneração sob forma de juros sobre capital próprio no valor bruto de 71,4 milhões de reais, correspondente a 0,35 real por ação.
O pagamento será feito até 30 de abril de 2013, e a base acionária é de 21 de setembro, segundo sumário da ata de reunião.
A empresa informou ainda remuneração de suas subsidiárias. Para a Light S.E.S.A., foi aprovado pagamento de juros sobre capital próprio no valor de 75,3 milhões de reais, enquanto para a Light Energia o valor a ser distribuído será de 4,47 milhões de reais.

Moodys rebaixa rating de Banco Rural por mensalão

Agência de avaliação de risco Moody's vê riscos elevados para a instituição financeira graças ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF)

AGÊNCIA ESTADO
 
São Paulo - A agência de classificação de risco Moodys rebaixou os ratings de crédito do Banco Rural. Em comunicado à imprensa, a Moody''s destaca que vê "riscos elevados" para o banco mineiro por causa do julgamento do Mensalão, que ocorre no Supremo Tribunal Federal, e envolve o principal acionista e executivos do Rural. Além da imagem, o volume de negócios e o relacionamento com clientes podem ser afetados.
Outro impacto no Rural pode ser na captação. A Moody''s ressalta que a instituição pode até ter maior dificuldade em captar recursos no mercado, por causa do julgamento e das acusações, "o que pode fragilizar ainda mais a geração de receitas e o perfil de liquidez do banco".
A nota de depósito de longo prazo, na escala global em moedas local e estrangeira, caiu de "B1" para "B3". Ao mesmo tempo, a Moody''s rebaixou os ratings de depósito na escala nacional brasileira para "B1.br" e "BR-4" de "Baa3.br" e "BR-3", no longo e curto prazo, respectivamente.
O rating de força financeira de bancos, que está classificado em "E ", permaneceu inalterado, e segue no nível mais baixo da escala da Moodys. Pela metodologia da Moody''s, bancos com este rating "apresentam força financeira intrínseca bastante modesta, com elevada probabilidade de que requeiram suporte externo periódico ou eventual assistência externa".

Além disso, a Moody''s colocou os ratings do Rural em revisão para possível rebaixamento, informa o comunicado.
Capitalização
Nos últimos 10 meses, o Rural recebeu várias injeções de capital, totalizando R$ 158 milhões, como forma de assegurar que o índice de capitalização permanecesse acima do nível mínimo requerido pelo Banco Central. "A capacidade interna de geração de receitas do Rural para reabastecer o capital tem sido limitada pelo alto custo de captação e por altos níveis de provisão para crédito de liquidação duvidosa, refletindo também o ambiente de negócios competitivo no segmento de crédito a pequenas e médias empresas, sua principal operação", destaca o comunicado da agência.
A Moody''s vê o perfil da captação do Rural como amplamente vulnerável, à medida que o banco possui participação relevante de venda de carteiras e depósitos com garantia, ambos instrumentos mais caros. A cessão de carteiras para bancos maiores está praticamente parada desde a descoberta de fraudes no PanAmericano, no final de 2010. Nos últimos anos, o Rural foi deixando de operar com crédito consignado, mercado que passou a ser dominado por grandes bancos, e se focou no crédito a empresas médias.
O Rural ainda não divulgou os resultados do segundo trimestre. No Banco Central, o dado mais recente do banco é de maio. O banco mineiro fechou aquele mês com índice de Basileia de 11,8%, bem próximo ao mínimo exigido pelo BC (11%). A instituição tem prejuízo de R$ 17,8 milhões este ano, até maio, e ativos totais de R$ 6 bilhões.

Euro tem alta modesta com notícias sobre ajuda a Espanha

Ao longo da semana, o euro acumulou uma baixa de 1,2% frente ao dólar, depois de uma queda de 4,4% nas primeiras duas semanas de setembro

Nova York - O euro teve uma alta modesta frente ao dólar nesta sexta-feira, em reação aos informes de que o novo pacote de ajuda financeira para a Espanha poderá ficar pronto na próxima semana. Segundo o Financial Times, funcionários disseram que a União Europeia está negociando um novo plano de reformas econômicas para a Espanha; o governo do país deve divulgar o primeiro rascunho de seu Orçamento para 2013 na próxima quinta-feira.
Ao longo da semana, o euro acumulou uma baixa de 1,2% frente ao dólar, depois de uma queda de 4,4% nas primeiras duas semanas de setembro. "Os investidores estão tirando algum dinheiro da mesa até que vejam com mais clareza o que a Espanha planeja fazer. A reprecificação dos ativos europeus avançou bastante, e o potencial para altas agora é mais limitado", disse David Woo, chefe de pesquisa sobre câmbio do Bank of America/Merrill Lynch.
Para Brad Bechtel, diretor-gerente da Faros Trading, "o euro está no ponto focal de vários ventos cruzados. As medidas do Banco Central Europeu vão limitar os riscos negativos, mas o nervosismo quanto à Itália e à Espanha deverá limitar o potencial de alta".
No fim da tarde em Nova York, o euro estava cotado a US$ 1,2978, de US$ 1,2969 ontem; o iene estava cotado a 78,16 por dólar, de 78,23 por dólar ontem. As informações são da Dow Jones.

Fabricante da Apple retoma plano de abrir capital no Brasil

Foxconnn, empresa que fabrica o iPhone e o iPad prepara sua reestruturação para ir à Bolsa de Valores de São Paulo no ano que vem

 
São Paulo - Depois de enfrentar complicações burocráticas e financeiras para colocar em funcionamento a planta de montagem de iPhones e iPads em Jundiaí, no estado de São Paulo, a taiwanesa Foxconn encontrou seu eixo para se firmar como uma das maiores fabricantes de produtos e componentes eletroeletrônicos do Brasil.
Prova disso é que, após nove anos no país, a empresa está finalmente colocando em prática seu plano de abrir capital na Bolsa de Valores de São Paulo. Segundo fontes ouvidas pelo site de VEJA e que participam das negociações, a companhia prepara a reestruturação de suas operações brasileiras para, em seguida, estrear na BM&FBovespa. O objetivo é fazer a oferta inicial de ações já no ano que vem.
A abertura de capital não é uma ideia nova para a subsidiária da Foxconn no país. Quando o presidente mundial da empresa, Terry Gou, anunciou investimentos de 12 bilhões de dólares no Brasil em um intervalo de seis anos - durante a visita da presidente Dilma Rousseff à China, em abril de 2011 - ficou decidido que a ampliação dos investimentos seria financiada, em parte, pelo mercado de capitais. A informação foi revelada pela coluna Radar on-line de VEJA em agosto do ano passado.
Contudo, a bolsa brasileira acabou sendo penalizada ao longo de 2011 pelo agravamento da crise europeia e também pela crise da dívida pública dos Estados Unidos. O Ibovespa, principal indicador da BM&FBovespa, recuou 18% no ano passado, para 56.754 pontos - mesmo patamar do final de 2009. A conjuntura desfavorável espantou todas as possibilidades de oferta de ações na bolsa, inclusive a da fabricante fundada em Taiwan.
Agora, com a retomada da bolsa, o avanço da comercialização de aparelhos da Apple e a desoneração da produção de smartphones, a companhia decidiu acelerar seu plano de expansão no Brasil. Para isso, fechou com o estado de São Paulo um acordo para a construção de seu maior polo industrial, na cidade de Itu, após cinco anos de duras negociações. Apenas nesse projeto, a Foxconn deverá investir cerca de 1 bilhão de reais.
Reestruturação - A abertura de capital servirá para financiar parte desse ambicioso projeto de ampliação dos negócios em território nacional. Nos últimos meses, a empresa iniciou um processo de reestruturação de suas quatro unidades brasileiras - que serão todas consolidadas em apenas uma holding, a qual deverá ir à bolsa, segundo informações de pessoas ligadas à operação. A reestruturação societária está sendo montada pelo BTG Pactual, com auditoria da Deloitte. Procurada pela reportagem do site de VEJA, a Foxconn não confirmou a abertura de capital. Já o BTG afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comenta rumores de mercado.

Heynes, Hayek e a briga do BCE pelo juro baixo no mercado

Mario Draghi age corretamente ao intervir no mercado? Segundo um estudo, isso depende de qual dos dois famosos economistas está certo

São Paulo - A crise financeira internacional criou coisas muito fora do comum. A principal mesmo, que deu as caras logo no início dela e que ainda atormenta investidores e bancos centrais por aí, é o descasamento entre os preços dos ativos financeiros e os fundamentos das empresas (países, commodities, etc) que representam em qualquer bolsa do mundo. E essa distorção aproximou também a teoria de dois importantes economistas sempre lembrados em momentos de crise: John Maynard Keynes - economista britânico famoso defensor do estado intervencionista - e, no outro, Friedrich Hayek - economista austríaco pensador do livre mercado.
No estudo "Expectations and asset prices: Keynes meets Hayek", os economistas e pesquisadores Giovanni Cespa e Xavier Vives trazem a discussão para avaliar a atuação doBanco Central Europeu nos mercados secundários de títulos das dívidas dos países europeus. As compras do BCE visam baixar o juro pago pelos países emissores por conta da crença de que eles escapam à realidade daqueles países.
Em "A Teoria Geral", Keynes separava a atividade de projetar juros de papéis de longo prazo da especulação de curto prazo de bolsa. Hayek, por sua vez, acreditava que os preços do mercado agregam e organizam as informações dispersas na economia. Cespa e Vives ressaltam que o consenso muitas vezes foge do fundamento, levando consigo os preços. Isso acontece porque as informações não são homogêneas aos investidores e uma tendência que persegue o consenso é criada.
O consenso e os preços
Em um ambiente fixo, os investidores especulam as diferenças entre o preço e o valor fundamental dos ativos e os preços estão alinhados com a média das expectativas desse valor ( consenso). Ou seja, é o momento no qual "investidores racionais" não têm incentivos para especular preços no curto prazo. "Em um mercado dinâmico, os investidores especulam também as diferenças de curto prazo dos preços. As informações heterogêneas podem desalinhar os preços e a média das expectativas, potencialmente levando os preços para próximo ou distante do fundamento comparado ao consenso", pontuam.
Dois parâmetros são importantes e apontam quando os preços projetam os fundamentos ou o consenso. O primeiro é o nível de incerteza deixado na mesa após a análise das informações disponíveis e o segundo é o nível da liquidez dos negócios. Quando não há incerteza e a liquidez não aponta uma tendência, então os preços estão alinhados ao consenso, como num ambiente fixo. Entretanto, para um nível positivo de incerteza, a baixa liquidez deteriora o poder de projeção dos preços em relação ao consenso; já a alta liquidez tem o efeito contrário.
Keynes e Hayek
Segundo os autores, isso leva a criação de duas regiões. A primeira (Keynesiana) onde os preços estão mais distantes dos fundamentos do que das expectativas médias e a segunda (Hayekiana) onde o oposto acontece. A fronteira das duas reflete a situação Keynesiana onde os investidores se concentram em perspectivas de longo prazo. Nela, a especulação de curto prazo sem tendência predomina, enquanto na Hayekiana a especulação de curto prazo baseada em informações predomina.
Ou seja, se estiver em uma região Keynesiana, então Mário Draghi - presidente do BCE - pode estar correto ao intervir porque acredita que os preços estão distantes do fundamento comparado às estimativas consensuais (de curto prazo) e a liquidez não aponta uma tendência de consenso mais perto à do fundamento.
Entretanto, se estivermos numa região Hayekiana, as estimativas de consenso estão mais longe dos fundamentos do que os preços, então a intervenção não é justificada. Ou seja, os preços podem estar perto do fundamento com a atuação do BCE, mas o consenso baseado em informações continuará longe e a puxar os preços para ele.