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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Nova poupança com retorno negativo


Nova poupança com retorno negativo

A nova queda na taxa SELIC, anunciada ontem (29/08), colocou nossa taxa básica de juros no menor patamar da história: 7,5% ao ano. Com essa redução, todos os investimentos de renda fixa serão impactados.
O que muitos não tinham percebido, até então, é que orendimento da nova poupança pode ser negativo nos próximos 12 meses, se descontarmos a inflação.
O objetivo deste artigo é mostrar como a recente queda da taxa SELIC reduzirá a rentabilidade dos ativos de renda fixa, em especial a poupança. Se a previsão da inflação para os próximos 12 meses estiver correta, a nova poupança terá retorno negativo.

Qual será o rendimento da nova poupança?

Como já expliquei no artigo “Entenda o rendimento da nova poupança“, desde que a taxa Selic rompeu a barreira dos 8,5% ao ano, a rentabilidade deste ativo passou a ser 70% da SELIC + TR.
E com a taxa SELIC em 7,5% ao ano, o rendimento da poupança passa a ser 5,25% ao ano(0,7 * 7,5%).
Se esse valor já é muito baixo independente de qualquer comparativo, ele fica ainda mais assustador quando consultamos as previsões de mercado para a inflação (medida pelo IPCA).

Qual a previsão da inflação?

De acordo com o relatório Focus divulgado na última sexta-feira (24/08), a previsão da inflação nos próximos 12 meses é 5,64%.
Mas o que isso significa?
Significa que se você deixar o dinheiro aplicado na poupança, existe uma grande possibilidade de perder dinheiro. Como a inflação está prevista para ser maior que a poupança, seu dinheiro valerá menos daqui a 12 meses, mesmo com os juros da nova poupança.

Então o que fazer? Onde investir?

Como eu já havia alertado no artigo que escrevi na última queda da SELIC (Nova queda da SELIC: e agora, onde investir?), foi-se o tempo onde era fácil obter ótima rentabilidade apenas com ativos de renda fixa.
Mesmo com a segurança e baixo risco dos títulos públicos, o retorno da Renda Fixa tem servido apenas para manutenção do patrimônio e como uma proteção contra a inflação.
Para buscar resultados melhores, é fundamental aprender a investir em ativos de renda variável, como ações ou fundos de índice.
Por isso que venho “batendo na mesma tecla” já há algum tempo: para obter resultados melhores, é necessário expor parte do seu capital em investimentos de renda variável, aliado a uma estratégia de alocação de ativos.
Mostrei recentemente que não é necessário ter medo do imposto de renda nos investimentos e até dei algumas sugestões de carteira para investimento passivo.
O que você está esperando para adquirir conhecimento sobre as opções de investimento existentes e buscar melhores resultados para seus investimentos?

Taxa básica de juros cai para 7,50%, como previsto

Corte marca um ano de reduções na Selic e uma nova baixa histórica

Beatriz Olivon - EXAME.com
São Paulo - A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) dessa semana reduziu aSelic em 0,50 ponto percentual, para 7,50% ao ano, sem viés. O corte é o mesmo dos últimos encontros.
De acordo com o comunicado do BC, "considerando os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, que em parte se refletem na recuperação em curso da atividade econômica, o Copom entende que, se o cenário prospectivo vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia".
A decisão foi unânime. Votaram pela redução da taxa Selic para 7,50% os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini, Presidente, Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.
A nova queda coroa um ano de cortes de juros, praticamente. O Comitê de Política Monetária começou a reduzir a Selic em 31 de agosto de 2011. Na época, o corte de 0,50 ponto percentual na taxa de 12% ao ano surpreendeu o mercado (veja infográfico na segunda página mostrando a evolução dos juros no governo Dilma). Em maio desse ano, a Selic atingiu sua então mínima histórica no Brasil (8,5%).
Com a taxa de 7,50%, os depósitos em caderneta de poupança feitos após o dia 4 de maio continuam tendo rendimento diferenciado dos antigos.
Expectativas
A redução para 7,50% está alinhada com a expectativa do mercado. O último boletim Focus, elaborado pelo BC com base em consultas feitas a instituições financeiras, indicava uma queda de 0,5 ponto percentual na taxa.
As previsões para a Selic no final do ano não são tão unânimes. O Focus dessa semana previa que a Selic terminaria o ano em 7,25% ao ano. Um estudo recente do Itaú Unibanco indica Selic de 7% no final deste ano.
Também especula-se que esse pode ter sido o último corte de juros do ciclo atual. "As discussões se concentram na possibilidade de a autoridade monetária estender um pouco mais o ciclo. Nesse sentido, o comunicado emitido após o encontro poderá ajudar a traçar os próximos passos do Banco Central", afirmou o Bradesco em relatório divulgado no início dessa semana, quando o banco dava como "praticamente certo", na expectativa do mercado, que o Copom reduziria a Selic em 0,50 ponto percentual. 
O Goldman Sachs também defende que é importante observar possíveis indícios de fim do ciclo de afrouxamento. "A questão chave para monitorar é se a ata vai indicar que o Banco Central está se preparando para encerrar o ciclo de afrouxamento", afirma relatório do banco. A ata do Copom será divulgada na quinta-feira da semana seguinte. O Copom terá mais duas reuniões em 2012, uma em outubro e outra em novembro.
Dada a atual situação da inflação, para o Goldman, uma continuação nos cortes da Selic após agosto demandaria uma deterioração adicional do cenário macrofinanceiro mundial e outro baixo desempenho da atividade real durante o terceiro trimestre de 2012.  
Para 2013, a expectativa do mercado, segundo o Focus, é que a Selic volte a subir. Para a Tendências Consultoria Integrada, a taxa de juros deve voltar a subir a partir de março de 2013 e chegar a 9,5% em agosto de 2013. "A aceleração recente da inflação também reforçou nosso cenário de elevação da taxa de juros a partir de março de 2013", informa o relatório da consultoria. 


Bovespa segue exterior e tem mais um dia de queda

O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira com declínio de 0,20%, aos 57.256,43 pontos

 
São Paulo - A Bovespa engatou mais um dia de realização de lucros, acompanhando o mau humor externo. Com isso, a Bolsa está perto de anular os ganhos acumulados no ano. Notícias desanimadoras na zona do euro e dos Estados Unidos fizeram aumentar as preocupações com o desaquecimento da economia global. A queda das ações de empresas de peso, como Petrobras, Vale, e de setores relevantes, como siderúrgico e financeiro ajudaram no movimento negativo. Além disso, a queda quase que generalizada das companhias do setor de energia também influenciou os negócios.
O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira com declínio de 0,20%, aos 57.256,43 pontos. Com isso, o ganho acumulado no mês caiu para 2,07% e, no ano, para 0,89%. Na mínima, o índice atingiu 56.901 pontos (-0,82%) e, na máxima, 57.508 pontos ( 0,24%). O giro financeiro ficou em R$ 5,794 bilhões.
"O mercado segue cauteloso, à espera de sinais de que os BCs dos EUA e da zona do euro irão adotar medidas de incentivos aos países em dificuldades. Amanhã é o grande dia", comentou um operador, referindo-se ao evento em Jackson Hole. A expectativa é que o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, dê alguma sinalização sobre o tão esperado afrouxamento quantitativo.
As ações da Petrobras tiveram mais um dia de queda, assim como as da Vale. O papel ON da petroleira caiu 1,18% e o PN, -0,80%, seguindo o petróleo no mercado internacional. Na Nymex, o contrato da commodity com vencimento em outubro encerrou com declínio de 0,91%, a US$ 94,62 o barril.
Outra empresa de peso, OGX, que na quarta-feira caiu cerca de 8%, nesta quinta-feira terminou o dia com leve alta de 0,17%.
Vale continua sofrendo com a queda do preço do minério de ferro no mercado internacional. O papel ON caiu 0,33% e o PNA, -0,43%. Nesta quinta o preço do minério de ferro voltou a romper uma importante barreira e desceu para US$ 88,7 a tonelada seca, de acordo com dados do The Steel Index (TSI).
Entre as siderúrgicas, Gerdau PN e Usiminas PNA conseguiram terminar no azul, com ganhos de 0,83% e 0,25%, respectivamente. Já Gerdau Metalúrgica PN e Companhia Siderúrgica Nacional ON recuaram 0,57% e 2,23%, nesta ordem.
No setor financeiro, a exceção foi o Bradesco, único a apurar ganho ( 0,09%). Na contramão, Itaú Unibanco caiu 0,58%, Banco do Brasil recuou 1,14% e as units Santander perderam 2,06%.
As empresas do setor de energia, consideradas defensivas, também amargaram perdas. O governo editou Medida Provisória que trata da extinção das concessões de serviço público de energia elétrica. De acordo com a MP, extinta a concessão, "o poder concedente prestará temporariamente o serviço, por meio de órgão ou entidade de administração pública federal, até que novo concessionário seja contratado por licitação nas modalidades leilão ou concorrência".
O índice de energia elétrica (IEE) terminou o dia com recuo de 1,80%. A maior queda entre as ações foi verificada na Cesp PNB (-6,08), que também figurou entre os destaques de perda do Ibovespa.
Em Nova York, o índice Dow Jones caiu 0,81%, o S&P500 recuou 0,78% e o Nasdaq, -1,05%