Pesquisar

terça-feira, 2 de outubro de 2012


GOL decepciona mercado após "muito barulho por nada"

Analistas esperavam um IPO do programa de fidelidade Smiles ou a venda de uma fatia

Gustavo Kahil - EXAME.com
  
São Paulo - As ações da GOL despencam nesta terça-feira após a empresa decepcionar o mercado na segunda-feira depois do fechamento do pregão de segunda-feira. Os papéis dispararam 11% após a empresa convocar uma coletiva de imprensa para um "importante anúncio". Os investidores acreditavam na possibilidade da entrada de um novo sócio na empresa ou na oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Smiles, o programa de milhagem da companhia.
A GOL revelou, contudo, a compra de mais 60 Boeing 737 MAX, que começarão a ser entregues a partir de 2018. Segundo o comunicado, os aviões serão usados na renovação da frota. "Apesar de vermos a compra das aeronaves como neutra, esperamos que reação negativa do mercado após a alta no pregão de ontem", apontam Leonardo Milane e Guilherme Guntovitch, estrategistas do Santander, em relatório. O banco tem recomendação abaixo do mercado às ações, com um preço-alvo de 9,50 reais para o final de 2012.
Muito barulho
Na mínima desta terça-feira, os papéis da GOL (GOLL4) atingiram uma queda de 10,9% e foram negociados a 11,40 reais. Em NY, os títulos da empresa (GOL) estão entre as 10 maiores baixas da NYSE. "Embora vejamos como positivo o fato que a companhia esteja trabalhando em seu plano de longo prazo, ficaríamos mais empolgados com uma redução mais agressiva de curto prazo na capacidade", aponta a analista Renata Faber, do Itaú BBA. Segundo ela, a empresa fez "muito barulho por uma encomenda de aeronaves".
Sobre o assunto da continuidade do ajuste na capacidade a partir do ano que vem, o presidente da empresa, Paulo Kakinoff, declarou que a decisão ainda não foi tomada. Ao longo deste ano, a redução acumulada ficará entre 6,5% e 7%, segundo ele. O Itaú BBA manteve a recomendação de desempenho em linha com a média do mercado, com um preço-alvo para o final de 2013 de 12 reais por ação.
Para a Citi Corretora, contudo, o anúncio pode ser visto como marginalmente positivo por dois motivos. O primeiro é que a companhia aérea reiterou a expectativa de uma frota de apenas 140 aeronaves para o final de 2014, contra o número de 150 aviões no final do ano passado. O segundo é a garantia de financiamento para os novos pedidos, apesar do alto endividamento. O analista Stephen Trent tem um preço-alvo de 10 dólares aos papéis negociados em Nova York e uma recomendação de compra. 

Sem notícias relevantes, Bovespa segue exterior e cai

O Ibovespa encerrou com declínio de 0,59%, aos 59.222,08 pontos

Alessandra Taraborelli - AGÊNCIA ESTADO
  
São Paulo - A ausência de indicadores relevantes no exterior e os desmentidos na Espanha sobre o pedido de ajuda levaram as bolsas ao redor do mundo a um novo dia de queda. Por aqui não foi diferente e a Bovespa acompanhou o mau humor externo. O forte declínio de ações do setor de construção também contribuiu para o dia negativo. O recuo só não foi maior porque os papéis da Petrobras reverteram a queda no meio da tarde e ajudaram o índice a reduzir as perdas.
Com isso, o Ibovespa encerrou com declínio de 0,59%, aos 59.222,08 pontos. No mês, a Bolsa acumula alta de apenas 0,08% e, no ano, sobe 4,35%. Na mínima, o índice atingiu 59.028 pontos (-0,91%) e, na máxima, 60.091 pontos ( 0,87%). O giro financeiro ficou em R$ 6,212 bilhões.
As incertezas com o cenário internacional e a expectativa com os balanços corporativos referentes ao terceiro trimestre devem ditar o ritmo dos negócios nos próximos dias. O gerente de mesa de renda variável da corretora HCommcor, Ariovaldo Santos, observou ainda que a expectativa de resultados ruins para as empresas do setor de construção pode explicar a forte queda das ações das companhias nesta terça-feira. "Já pode estar havendo uma antecipação de números ruins", disse. Gafisa ON, Brookfield ON e Rosi Residencial ON figuraram entre os destaques de queda do índice e amargaram perdas de 8,31%, 5,18% e 4,71%, respectivamente.
As ações da Petrobras foram na contramão do preço do petróleo no mercado internacional e fecharam em alta de 0,77 a ON e 0,84 a PN. O movimento, segundo profissionais, é atribuído ao anuncio de que a petroleira encontrou indícios de petróleo em um poço terrestre (4BRSA1102DBA) de Taquipe, na Bahia. Na Nymex, o contrato de petróleo para novembro caiu 0,64% e fechou a US$ 91,89 o barril.
Já Vale terminou em queda. O papel ON caiu 0,39% e o PNA, -0,26%.
Oi ON e PN figuraram entre as alta do índice, com ganho de 4,21% e 2,77%. Segundo profissionais, o desempenho deve-se a aprovação da entrada da empresa no Nível 1 de Governança Corporativa e ainda à aprovação da venda de imóveis no valor de até R$ 643 milhões. Operadores ressaltam que, com a venda dos imóveis, a empresa deverá reduzir sua dívida líquida.
Os mercados acionários iniciaram o dia com um tom mais positivo, após a notícia da véspera da agência Reuters, de que a Espanha estava preparada para solicitar um pacote de ajuda já neste fim de semana. Logo pela manhã, no entanto, o primeiro-ministro do país, Mariano Rajoy, negou a informação. O premiê afirmou duas vezes que o pedido de resgate internacional não é iminente.
Em Nova York, o índice Dow Jones encerrou com perda de 0,24%. Já o S&P 500 e o Nasdaq conseguiram pequenos ganhos no final de 0,09% e 0,21%, respectivamente.