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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

4 dúvidas que deixam os investidores com a pulga atrás da orelha

Bank of America Merrill Lynch identificou os pontos mais importantes em uma reunião realizada em Washington

Bolsa de Nova York (Wall Street)
Inflação, juro, real e demanda do consumidor são os principais temas que intrigam os investidores americanos
São Paulo – Quatro perguntas têm deixado os investidores americanos com a pulga atrás da orelha. Essa foi a impressão da equipe do Bank of America Merrill Lynch durante uma conferência realizada em Washington na semana passada pelo banco em paralelo ao encontro do FMI (Fundo Monetário Internacional). Abaixo, as 4 dúvidas e também as respostas, conforme mostra um relatório publicado hoje:

1 - A inflação irá ficar dentro da meta?
“Achamos que sim”. Para o banco, o IPCA irá se manter entre o intervalo de 2,5% e 6,5% perseguido pelo Banco Central, a não ser que ocorra uma importante recuperação no panorama internacional. “É crucial neste ponto ancorar bem as expectativas de inflação e, em nossa visão, notícias positivas do lado fiscal iriam claramente ajudar”, explica o banco.
O BC, contudo, já começa a admitir que a inflação salte o teto de 6,5% em 2011. "Existe possibilidade de que a inflação este ano fique acima da meta", destacou nesta quinta-feira o diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Araújo. A autoridade monetária subiu hoje a sua própria estimativa para o aumento dos preços de 5,8% para 6,4%.
 
2 - Quantos cortes na Selic devemos esperar?
Para a Merrill Lynch, vale a pena esperar por mais três cortes de 50 pontos-base na Selic. A taxa foi tesourada no mesmo montante no final de agosto pelo Copom (Comitê de Política Monetária), a levando para 12% ao ano. “Entretanto, dado à deterioração do panorama internacional, as chances de uma aceleração do ritmo do afrouxamento ou um ciclo mais prolongado estão crescendo”, explicam.
“Em nossa visão o BC já deu o passo mais difícil: começar o afrouxamento monetário. Se as condições deixarem, particularmente as globais, esperaríamos que o banco acelerasse o ritmo”, ressaltam. O banco avalia que a estimativa de cortes de 150 pontos-base já parecem conservadoras. A expectativa do mercado, medida pelo relatório Focus, é de que a Selic chegue ao final do ano a 11% e a 10,75% em 2012.
 
3 - A demanda irá desacelerar?
“Sim. Em nossa visão, o aperto implementado pelo Banco Central desde o ano passado ainda não foi sentido totalmente pela economia. Além disso, a deterioração internacional está mudando as expectativas, e deve se traduzir em uma atividade econômica mais fraca”, estima o banco. A avaliação do banco também é compartilhada pelo presidente do BC, Alexandre Tombini.
"A recente reversão na política monetária tem defasagem. Temos ainda 125 pontos base de ajuste (de alta). A política monetária tem uma defasagem de seis a nove meses e parte dessa contração monetária ainda será sentida", afirmou durante um seminário realizado na Federação das Indústrias do Estado do Paraná.
 
4 - Para onde está rumando o real?
O banco estima que o real irá se estabilizar entre uma faixa de 1,75 e 1,85 real por dólar e que para isso o BC continuará a atuar com uma mão pesada para que o real não volte a se desvalorizar e a ficar em torno de 1,90 real contra o dólar, como aconteceu nos últimos dias, ou a ganhar corpo demais e voltar ao patamar de 1,55.
“O governo não quer a moeda negociando perto de 1,55, em nossa visão, mas caso ocorra uma grande depreciação o processo de relaxamento monetário poderá ser questionado. Durante as reuniões do FMI em Washington, o BC destacou que vê o movimento da semana passada perto de 1,95 como uma desvalorização excessiva, o que explica a rápida reação com os leilões de swap”, afirmam.

Incertezas globais derrubam Bolsas da Ásia; Hong Kong caiu 4,4%

Houve quedas acentuadas em todos os mercados, também no embalo das perdas ocorridas em Wall Street na sexta-feira


Bandeira da China iluminado
Não houve negociações na China e na Coreia do Sul por ser feriado
Tóquio - As bolsas asiáticas sofreram com a crise da dívida soberana na zona do euro e as incertezas sobre o crescimento da economia global. Houve quedas acentuadas em todos os mercados, também no embalo das perdas ocorridas em Wall Street na sexta-feira. Não houve negociações na China e na Coreia do Sul por ser feriado.
Este foi o exemplo na Bolsa de Hong Kong, que estendeu as perdas e atingiu o pior resultado em mais de 28 meses. O índice Hang Seng caiu 4,4% e encerrou aos 16.822,15 pontos, o menor fechamento desde 15 de maio de 2009.
A Bolsa de Taipé, em Taiwan, também fechou em forte queda, com as ações dos setores financeiro e tecnológico liderando o declínio. O índice Taiwan Weighted baixou 2,93% e terminou aos 7.013.97 pontos.
Na Austrália, a Bolsa de Sydney seguiu o embalo dos demais mercados regionais. O índice S&P/ASX 200 teve baixa de 2,8% e fechou aos 3.897 pontos.
Já a Bolsa de Manila, nas Filipinas, sofreu com os fracos resultados dos mercados norte-americanos. O índice PSEi recuou 3,35% e fechou aos 3.865,84 pontos, devolvendo todos os ganhos das últimas semanas.
A Bolsa de Cingapura teve baixa com os investidores fugindo dos ativos de risco por temores sobre recuo na economia global e preocupações com a crise das dívidas na Europa. O índice Straits Times cedeu 2,0% e fechou aos 2.621,40 pontos.
O índice composto da Bolsa de Jacarta, na Indonésia, recuou 5,6% e fechou aos 3.348,70 pontos, seguindo as baixas nos mercados regionais. As perdas foram lideradas por papeis relacionados ao setor agrícola, financeiro e minerador.
O índice SET da Bolsa de Bangcoc, na Tailândia, tombou 5,2% e fechou aos 869,31 pontos.
O índice composto de cem blue chips da Bolsa de Kuala Lumpur, na Malásia, perdeu 1,4% e fechou aos 1.367,52 pontos, acompanhando os demais mercados. As informações são da Dow Jones