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quarta-feira, 11 de julho de 2012

O QUE VOCÊ FARIA COM R$ 635 MIL REAIS?

Olá, tudo bem?
 
Você deve ter acompanhado a história de vinte funcionários de um tradicional restaurante do Rio de Janeiro que ganharam, cada um, R$ 635 mil na Quina de São João. Teve ainda um colega de trabalho que não entrou no bolão - algo que sempre fazia - e simplesmente ficou de fora da "festa".
 
Pois bem, dos 20 empregados, 15 deles acertaram mais uma semana de trabalho e depois largaram o emprego para viver "uma nova vida". Nas palavras do dono, "deu tudo certo, pois aqueles que saíram porque ficaram ricos já indicaram parentes ou amigos para vir trabalhar". Ainda bem que a história acabou bem, não é? Ou será que cabe uma discussão sobre o futuro dessa turma?
 
Quero abordar duas questões relacionadas à notícia, mas sem que façamos julgamentos de valor ou do tipo "certo e errado". A ideia é pura e simplesmente permitir que você reflita sobre você e como você lida com o seu dinheiro:
 
1) Os inesperados R$ 635 mil resolveriam sua vida?
Não tentarei, de forma alguma, adivinhar o que se passou na cabeça daqueles que preferiram largar o trabalho, mas a questão me parece pertinente porque tudo à nossa volta passou a custar mais, o que eleva nossos gastos com padrão de vida e sonhos de consumo.
 
Quanto de patrimônio é possível adquirir com essa quantia? Um apartamento de 3 quartos em São Paulo custa praticamente isso. No Rio de Janeiro, terra dos sortudos, também. Carro por aqui é caro, como sabemos. E depois de comprar, temos que ter grana para manter tudo isso (IPTU, IPVA e por ai vai) – é onde o “calo aperta”.
 
Deixar o dinheiro aplicado em uma alternativa conservadora permitiria uma renda aproximada de R$ 2.500,00 mensais, mas isso implicaria manter o dinheiro investido e talvez manter um padrão de vida pouco diferente do já existente antes da sorte os encontrar. Isso sem contar os muitos "amigos" e parentes que, sabendo do novo rico, tentarão "tirar uma casquinha". Não é isso que acontece?
 
2) O que será dos cinco que decidiram continuar no emprego?
Impossível dizer, mas quero crer que estes pensaram melhor em relação entre custo de vida, trabalho e sonhos de consumo - e provavelmente chegaram à conclusão de que o dinheiro será muito bem-vindo para permitir-lhes alcançar objetivos mais rapidamente, mas sem deslumbramento.
 
Fico aqui torcendo para que a educação financeira, aqui representada por essa oportunidade que criamos de debater assuntos tão importantes, faça parte da vida destes personagens. Porque, do contrário, poderemos estar diante de mais um filme com final repetido: a riqueza acaba logo e as famílias, relutando em reavaliar seu padrão de vida, afundam-se em mais dívidas e acabam piores que antes do chamado da sorte.
 
Uma notícia aparentemente banal, corriqueira, mas que reforça o quanto a educação financeira é relevante e pode fazer diferença. Ainda bem que nós valorizamos esse assunto e dele aprendemos, ensinamos e compartilhamos experiências. Não é?

Mais uma vez, obrigado! Grande abraço.