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domingo, 25 de dezembro de 2011

10 alternativas à crise para os clientes de home broker

m meio à crise do mercado de ações, são outros produtos e serviços que salvam investidores e corretoras


Operadores no escritório da corretora XP, em São Paulo
XP Investimentos: corretora se autointitula "shopping financeiro"
São Paulo – A crise de 2011 afastou o pequeno investidor brasileiro do mercado de ações, mas engordou outras aplicações de renda fixa e renda variável. E em muitas corretoras, os clientes de home broker acostumados a operar ações puderam dispor dessas alternativas sem muito trabalho. Cada vez mais as corretoras apostam em outros produtos e serviços para conquistar e manter clientes, tornando-se verdadeiras centrais de investimentos. De aplicações alternativas a programas voltados para a formação de investidores conscientes, conheça alguns dos produtos diferenciados que as corretoras vêm oferecendo a seus clientes:
Tesouro Direto
A maioria das corretoras já oferece a seus clientes a possibilidade de investir em títulos públicos.EXAME.com mostrou, em reportagem recente, que oTesouro Direto foi o principal dreno dos investidores que fugiram da Bolsa este ano, ou pelo menos evitaram comprar e vender ações.
Nas corretoras chamadas de agentes integrados, é possível comprar e vender títulos do Tesouro no próprio home broker. Quatro delas não cobram taxa de administração alguma, restando a seus clientes apenas as taxas obrigatórias da CBLC. São elas a Título/Easynvest, a Spinelli, a Socopa e o Banif. Nesta última, os clientes somam 1 bilhão de reais em títulos negociados via Tesouro Direto, frente a um mercado de 7 bilhões de reais.
Fundos de investimentos
Corretoras que contam com gestoras de recursos costumam também oferecer fundos de investimentos de gestão própria, ou distribuir fundos de outras instituições. Em geral, os clientes de home broker podem usar a mesma conta para aplicar nesses produtos. A XP Investimentos, por exemplo, disponibiliza uma infinidade de fundos DI, de renda fixa, multimercados e de ações, de gestão própria e de instituições como Bradesco, BNP Paribas, Icatu, Prosper e Legg Mason. A Mirae é outra que mescla fundos próprios à distribuição de cotas para fundos do BTG Pactual, do Fator e da Mapfre.
Títulos de renda fixa privada
Depois do Tesouro Direito e dos fundos de investimentos, algumas corretoras passaram a distribuir CDBs de diversos bancos, Letras de Crédio do Agronegócio (LCAs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e debêntures. A XP talvez seja o caso mais emblemático. Autointitulada “shopping financeiro”, a corretora emite carteiras recomendadas de renda fixa e oferece uma espécie de home broker para esses títulos. O cliente envia as ordens pela internet, e os profissionais da XP as executam.
Já a SLW oferece até Letras Financeiras (LFs) e lista, em seu site, os bancos parceiros e os produtos disponíveis de cada um deles. São instituições financeiras pequenas e médias, como Safra, ABC Brasil, BNP Paribas e Votorantim, que geralmente entregam altos percentuais do CDI como rendimento.
Fundos imobiliários
Por terem suas cotas negociadas em Bolsa como se fossem ações, os fundos imobiliários costumam estar acessíveis para os clientes de home broker das corretoras. Eles permitem ao investidor de renda variável aplicar em imóveis corporativos e lucrar tanto com a valorização da cota quanto com os aluguéis recebidos periodicamente. Em algumas corretoras, a aplicação recebe atenção especial. É o caso da paranaense Omar Camargo, que publica uma carteira recomendada mensal de fundos imobiliários, nos moldes das carteiras recomendadas de ações.
Estratégias com opções de ações
A compra e venda de opções serve para proteger a carteira de ações ou até tentar lucrar com o mercado em queda ou de lado. Por serem negociados no segmento Bovespa, esses derivativos podem ser negociados via home broker em qualquer corretora. Mas algumas vão além e oferecem softwares que montam estratégias para o cliente. O FlexScan mostra os riscos de perder e as chances de ganhar a partir de 100 estratégias pré-configuradas, que ajudam o investidor a identificar o potencial de retorno em qualquer cenário. O programa está disponível em corretoras como a Icap (para os clientes da Conta Especial e da conta Flex) e a Ativa (para todos os clientes).
Minicontratos futuros
Os minicontratos futuros são derivativos do segmento BM&F voltados para a pessoa física e negociados via home broker em uma série de corretoras, como Banif, Souza Barros, Socopa, Rico, Gradual, TOV e Ativa. Algumas, como a Rico, oferecem apenas minicontratos de Ibovespa e Dólar. Outras, como o Banif, disponibilizam ainda os minicontratos de Boi Gordo e Café Arábica.
Em 2011, os minicontratos de Ibovespa fizeram sucesso, devido à dificuldade em se ganhar dinheiro com a Bolsa. Isso porque eles permitem ao investidor lucrar mesmo na queda, por meio da montagem de posições vendidas. No Banif, o minicontrato de índice foi o segundo maior destaque do ano, atrás apenas do Tesouro Direto. Entenda como funcionam os minicontratos futuros.
Operações de alta frequência
Algumas corretoras já oferecem estratégias quantitativas para clientes de home broker. Trata-se de robôs que operam ativos em alta velocidade com base em parâmetros matemáticos pré-definidos. Em geral, as operações de alta frequência são utilizadas para se conseguir lucrar com pequenas diferenças de preços, em operações long & short ou arbitragens. Operações especulativas podem ser a salvação em períodos críticos para a Bolsa, mas são altamente arriscadas e só devem ser levadas a cabo por quem tem conhecimento.
O Rico, home broker da Octo Investimentos, oferece uma ferramenta que permite alavancagem de até seis vezes o patrimônio do cliente – ou seja, é possível operar 60.000 reais tendo de fato apenas 10.000 no bolso. Os robôs, porém, só podem ser utilizados em operações de day trade. A TOV é outra corretora que oferece a ferramenta, mas só para uma pequena gama de clientes, a uma mensalidade de 200 reais. A ideia é levar os robôs apenas a um público experiente e com capacidade de fazer bom proveito da ferramenta.
Poupança planejada
O desejo de atrair mais clientes levou algumas corretoras a criarem programas para ajudar investidores em potencial a formar uma poupança para posteriormente aplicar em ações. A Souza Barros criou o Investimento Planejado, em que o cliente pode poupar 1.000 reais por três meses, 500 reais por quatro meses ou 250 reais por seis meses. Durante o período de formação da reserva financeira, os clientes assistem a palestras sobre o mercado para aprender a operar por conta própria, enquanto o dinheiro é investido em títulos públicos.
A Gradual dispõe de um programa semelhante, o Poupe Gradual, que costuma durar de um a dois anos. O valor poupado pode ser de 200, 500 ou 700 reais, sempre aplicados em ETFs ou títulos públicos.
Cursos e palestras
A frente educacional está se tornando lugar-comum nas corretoras. A educação financeira é fundamental para a formação de investidores conscientes, que não desistam frente à primeira crise econômica ou perda na Bolsa. As opções vão desde palestras gratuitas a cursos pagos sobre temas específicos do mercado financeiro, lecionados por profissionais da própria corretora. A análise técnica é o tema mais recorrente, mas há cursos que abordam desde temas básicos, como planejamento financeiro e o passo-a-passo da Bolsa até assuntos mais complexos, como estratégias de daytrade e mercado de opções.
O formato varia. Na SLW, por exemplo, os investidores podem requisitar cursos gratuitos customizados para grupos a partir de cinco pessoas. Já na Spinelli, clientes têm 10% de desconto nos cursos da empresa de educação financeira Investeducar. A XP oferece cursos presenciais ou interativos pagos, palestras gratuitas, além de distribuir cursos da Leandro & Stormer. Na Souza Barros, há uma modalidade gratuita de bate-papo chamado “Fique por dentro”, em que os clientes conversam diretamente com o profissional de Relações com Investidores da empresa escolhida na quinzena.
Canais diretos com especialistas
Qualquer boa corretora deve oferecer a seus clientes a possibilidade de conversar diretamente com especialistas. Às vezes, esse canal de diálogo é institucionalizado e o bate-papo tem hora marcada. É o caso da Souza Barros, que todos os dias promove um chat com um analista gráfico e um fundamentalista. A Gradual é outra corretora que promove chats diários – duas vezes ao dia – com o analista gráfico Marcio Noronha, um dos maiores nomes da análise técnica no Brasil.
Já a XP Investimentos criou um serviço de atendimento personalizado para iniciantes, chamado “Fale com o especialista”. O cliente agenda uma assessoria e recebe sugestões de portfólio de acordo com o seu perfil, com explicações sobre riscos e custos, além de assistir a demonstrações das ferramentas da corretora.