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terça-feira, 14 de agosto de 2012


Apostas de operadores para inflação de 2012 voltam a subir

Operadores estão apostando agora que o presidente do BC, Alexandre Tombini, não vai conseguir levar a inflação para o centro da meta de 4,5%

 Bloomberg
 
Brasília/Nova York - Operadores do mercado de renda fixa elevaram suas previsões para ainflação ao maior nível desde maio. Eles acreditam que o Banco Central vai ser tolerante com a alta de preços para permitir o crescimento.
As projeções de investidores para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo subiu para 5,28 por cento na semana passada depois de o governo dizer que as secas no Brasil e no exterior ajudaram a elevar a inflação a 5,2 por cento nos 12 meses até julho, a maior desde março. Essas projeções, baseadas na diferença entre os rendimentos das Notas do Tesouro Nacional série B com vencimento em 2015, que são atreladas à inflação, e papéis prefixados com a mesma duração, chegaram a cair para a mínima de 4,62 por cento em 14 de junho.
Operadores estão apostando agora que o presidente do BC, Alexandre Tombini, não vai conseguir levar a inflação para o centro da meta de 4,5 por cento, após um salto de 39 por cento nos preços de grãos nos últimos dois meses e o Comitê de Política Monetária ter cortado a Selic em 4,5 pontos percentuais desde agosto, ou oito vezes mais que a China. O Brasil foi o país do G20 que mais cortou os juros este ano, enquanto as pressões inflacionárias limitaram a redução na Índia a meio ponto e impediram qualquer mudança na taxa da Rússia. Para o BNP Paribas SA, a disparada dos preços das commodities e a desvalorização do real podem levar a inflação a 6,7 por cento em 2013.
"O Banco Central não está fazendo um bom trabalho", disse em entrevista por telefone Alexandre Schwartsman, que foi diretor do BC de 2003 a 2006 e hoje trabalha como consultor em São Paulo. "Quando as expectativas de inflação ficam desancoradas, você vai pagar um preço alto para baixar a inflação."
O BC não quis fazer comentários, segundo nota enviada por e-mail por sua assessoria de imprensa.

OGX amarga prejuízo de R$ 398,6 milhões no 2º trimestre

Companhia termina primeiro semestre com resultado líquido negativo em R$ 543 milhões, afetado principalmente pelo câmbio e poços secos

OGX 04 - Primeiro poço produtor
SÃO PAULO - A OGX (OGXP3) terminou o segundo trimestre com um prejuízo líquido de R$ 398,6 milhões, frente a um saldo negativo de R$ 112,2 milhões no mesmo período do ano passado.  Também ficou negativo o Ebitda (Lucro antes de impostos, taxas, depreciação e amortização) em R$ 109,1 milhões entre os meses de abril e junho deste ano, sendo que no mesmo período do ano passado foi de R$ 107,5 milhões. 
Já no primeiro semestre, o resultado líquido ficou negativo em R$ 543 milhões, afetado principalmente pela variação do câmbio e efeito dos poços secos ou subcomerciais. 
Segundo o CEO (Chief Executive Officer) da companhia, Luiz Carneiro, "os projetos dentro do Grupo EBX estão ajudando a desenvolver uma plataforma de crescimento sólida e sustentável". Em julho, a companhia entregou a carga adicional de 800 mil barris de óleo à Shell, totalizando a entrega de 1,6 milhão de barris no ano, adicionou o executivo.

Mercado reage com "eu já sabia" ao resultado da Hypermarcas

Ações já tinham disparado antes da publicação dos resultados do segundo trimestre

Beatriz Souza - EXAME.com
 
São Paulo - A Hypermarcas (HYPE3) ocupa a posição de maior alta da bolsa nesta sessão após a divulgação de seus resultados do segundo trimestre na sexta-feira. Na máxima do dia, os papéis chegaram a subir 4,35%, negociados a 14,37 reais. O mercado reage com otimismo ao anúncio de melhores margens e geração de caixa acima das expectativas, mesmo após a disparada das ações no ano.
A geração de caixa de 237 milhões de reais foi o destaque do trimestre, impulsionada pelo desempenho operacional - margem Ebitda de 23,5% - e melhoria no ciclo de caixa. Para o analista da corretora Fator, Iago Whately, após a euforia das aquisições (até 2010) e a tristeza da desalavancagem (2011), a Hypermarcas entrou em fase de crescimento sustentável.
"A empresa volta gradualmente a fazer o que foi responsável por seu sucesso inicial: lançamentos, renovações e extensões de linha de produtos, suportados por forte investimento em marketing", explica Iago.
A Unidade de Negócio Farma foi bem sucedida, com crescimento de 20,9% em relação ao mesmo período de 2011. O bom resultado foi impulsionado pelo desempenho dos genéricos e também pelos fortes níveis de vendas obtidas nos medicamentos não controlados, consequência dos esforços de publicidade.
Segundo a empresa, 60% deste crescimento se deve ao preço, visto que aliado ao aumento da demanda (23% superior ao 2º trimestre de 2011), houve uma redução nos descontos para clientes.
Já a divisão de Consumo obteve um tímido crescimento de 0,8%, mesmo com forte aumento de preços em descartáveis. Iago Whately acredita que para os próximos trimestres, a divisão terá um desempenho melhor em função da retomada gradual de lançamento de produtos, renovação de marcas e ações de publicidade.
"Eu já sabia"
O resultado financeiro líquido aponta uma perda líquida de 29,9 milhões de reais (impacto de 1461 milhões de reais da variação cambial), um pouco melhor do que a estimativa da Itaú BBA de prejuízo de 34,3 milhões de reais. Ainda assim, a analista da corretora, Juliana Rozenbaum, acredita que os resultados modestamente melhores "não são suficientes para alterar a nossa opinião de que as ações são caras, com um cenário excessivamente otimista de expansão do faturamento e retornos melhores já precificados", diz. No ano, os ativos da Hypermarcas dispararam 65%,
O banco americano JP Morgan reforça a opinião de que a alta das ações da empresa já havia sido antecipada pelo mercado - aposta confirmada agora pelos resultados apresentados.
Embora os resultados tenham sido bons, o banco vê um espaço limitado para maiores altas no preço das ações e mantém sua posição neutra. Nas estimativas do banco, as ações são negociados a 21 vezes o lucro por ação estimado para 2013. "Mesmo assumindo um risco de alta nas nossas estimativas, nós continuamos vendo um espaço limitado", afirma o analista Felipe Oliveira.