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segunda-feira, 28 de maio de 2012


Sentimento de mercado já está no nível de "pânico"

Analistas afirmam que investidores precisam se preparar para o pior

São Paulo - Com a crise do euro ainda longe de uma solução e um elevado nível de incertezas, os analistas do mercado começam a alerta que o mais prudente agora é se preparar para o pior.
Apesar de um dia mais tranquilo nesta segunda-feira no Brasil, as ações de bancos na Espanha caíram forte com as dúvidas acerca da recapitalização do Bankia pelo governo do país. A bolsa de Madri recuou 2,2%, muito acima dos outros mercados na região. O prêmio de risco dos títulos do governo espanhol atingiu o maior nível histórico hoje.
"Os indicadores do sentimento do mercado já estão no território de ?pânico?", afirma o Citi em um relatório assinado pela equipe de análise global. Segundo o banco, apesar de a saída da Grécia da zona do euro parecer manejável, os investidores estão cada vez mais preocupados com a disseminação do contágio na zona do euro.
Grécia
O clima em torno da Grécia melhorou um pouco com o crescimento do partido favorável ao pacote de resgate internacional nas pesquisas de intenções de voto para as próximas eleições parlamentares.
O avanço do conservador Nova Democracia pode ser uma indicação de que um governo de coalização possa ser formado após o pleito marcado para 17 de junho. A nova disputa foi convocada após os partidos não terem conseguido entrar em um acordo depois das eleições realizadas em 6 de maio. O índice ASE, da bolsa de Atenas, disparou 6,8% com o anúncio das pesquisas no domingo.
"Para os investidores, o balanço de riscos sugere a preparação para o pior, mesmo que, como cidadãos, esperemos o melhor", avalia Andrew Balls diretor geral da Pimco em Londres.
Solução
Com a perspectiva de que as incertezas comecem a reduzir após as próximas eleições na Grécia, o Citi alerta para um potencial de valorização no curto prazo. "Com os alvos dos analistas de mercado agora sugerindo uma tendência de alta de 20% no final do ano, recomendamos a compra na baixa", dizem.
"Esperamos que a saída da Grécia seja seguida de medidas econômicas de longo alcance como resposta: projetamos que o BCE corte os juros para 0,5% e volte a emitir títulos sob o programa LTRO, que haja novos pacotes de resgate para Portugal e para a Irlanda, e algo do programa de resgate da Troika para a Espanha, mais o suporte do mercado financeiro para os títulos de dívida soberana da Espanha e da Itália", explica o Citi em outra análise.

domingo, 20 de maio de 2012


O que acontece se a Grécia abandonar o euro?

Possíveis consequências dividem opiniões e, no pior cenário, vão desde recessão generalizada até a dissolução do euro

São Paulo - A possível saída da Grécia da zona do euro é cercada de incertezas, mas perece ser cada vez mais iminente. Sem consenso para a formação de um novo governo após as eleições parlamentares, o clima é de apreensão. O Citi já elevou o risco de abandono da moeda pelos gregos para até 75%.
Veja, a seguir, algumas consequências possíveis, caso o país diga adeus à eurozona:
Calote (ou não)
A grande dúvida que cerca a saída da Grécia da zona do euro é: como ficam os credores externos do país?  "Em caso de um calote, os bancos ficariam em situação delicadíssima. Seria um desastre financeiro nunca antes visto", opina Manuel Enríquez Garcia, professor de economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP). 
O professor acredita, no entanto, que o Banco Central Europeu e os governos da França e da Alemanha não deixariam isso acontecer, já que o "efeito dominó" poderia fazer com que a crise se alastrasse e tomasse proporções desastrosas.
Isso significaria que ambos os países, que já carregam nas costas os custos mais pesados da manutenção do bloco, teriam que tirar mais uma vez a mão do bolso para salvar seus bancos e evitar um colapso geral do sistema financeiro.
Efeitos colaterais
Mesmo que os governos dos países mais "saudáveis" do bloco venham ao socorro dos credores da Grécia, os investidores se afastarão dos países mais "arriscados", como Espanha, Portugal, Itália e Irlanda, buscando portos mais seguros para o seu dinheiro. O custo de empréstimo para estes países ficará ainda mais alto, o que causará ainda mais problemas para cada um deles, individualmente, e para o bloco.
"A incerteza já está levando muitos a tirar o dinheiro e ir embora", diz Garcia. "O grande problema é que vai ficar a expectativa de quem vai ser o próximo", opina Carlos Honorato Teixeira, professor do Programa de Estudos do Futuro da Fundação Instituto de Administração (FIA).
Desvalorização da moeda
Para a economia grega, os efeitos imediatos serão drásticos, embora especialistas concordem que, no longo prazo, a medida permitiria a recuperação do país. 
O primeiro efeito será a volta do dracma ou a adoção de uma nova moeda que, de cara, deverá valer entre 50% a 80% a menos que o euro, na avaliação de analistas.
Corralito
A consequência imediata será uma corrida aos bancos para a retirada em euros antes que a nova moeda comece a vigorar. Para evitar o colapso do sistema bancário, o governo poderá recorrer ao "corralito", medida estabelecida pela Argentina quando deu o calote. Para evitar as retiradas em massa, o governo congelou os fundos dos poupadores e estabeleceu limites semanais para a retirada de fundos. 
Quebradeira
Mesmo que o governo intervenha, é possível que alguns bancos não tenham fôlego para sobreviver. Empresas com dívidas em euro provavelmente não conseguirão pagar seus credores - já que o débito aumentará consideravelmente de tamanho em relação ao valor da nova moeda - e quebrarão também.
Inflação galopante
A inflação galopante é outro efeito esperado dentro da economia grega. "O governo terá que agir rápido para colocar moeda no mercado, mas vai jogar dinheiro sem lastro", explica Teixeira. 
Com excesso de dinheiro em circulação e escassez de oferta, os preços começam a subir. Com a desvalorização da moeda, os preços de produtos importados também devem disparar, o que é um problema grave já que a Grécia importa 40% dos alimentos que consome, quase todo o seu petróleo e gás natural, e grande parte dos seus medicamentos.
Ativos desvalorizados
Outra consequência será a desvalorização dos ativos gregos, já que haverá uma corrida de liquidação dos investimentos no país. "Vai ser possível comprar ilha grega a preço de banana", brinca Teixeira.
Agravamento da pobreza
Sem dinheiro nos cofres do governo para pagar os salários de servidores e aposentados, entre outros benefícios sociais, a população que já enfrenta taxa de desemprego de mais de 21% e agravamento da pobreza deve ficar em situação ainda mais crítica. 
A volta por cima da Grécia
Se, por um lado, a saída do euro significaria o colapso econômico e social da Grécia, em um primeiro momento, por outro pavimentaria o caminho para a volta por cima do país. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB encolheria pelo menos 10% no primeiro ano. O UBS é ainda mais agressivo em sua previsão: a economia grega poderia encolher entre 40% e 50% logo após a saída do euro. Mas depois da tempestade, viria a calmaria. Com liberdade monetária e sem o peso das medidas de austeridade impostas pelo bloco, o país ganharia folego para se reestruturar e voltar a crescer no futuro.
O fim do euro?
Não há consenso entre os analistas quanto ao futuro do euro sem os gregos. Enquanto alguns apostam que a saída da Grécia tornaria a moeda mais saudável, outros acreditam que ela não se sustentaria. Para Paul Krugman, economista e colunista do New York Times, o euro poderia se dissolver em questão de meses. 
Já para o economista Nouriel Roubini - conhecido por ter previsto a crise financeira de quatro anos atrás - a Grécia não levará consigo países como Portugal, Espanha e Itália. "Economias sem liquidez, mas potencialmente solventes, como Itália e Espanha, necessitarão do apoio da Europa independentemente da existência da Grécia", afirma. As perdas para o continente recairão, segundo Roubini, principalmente sobre instituições financeiras centrais da zona do euro, que teriam fôlego para superá-las.
A rebarba para o Brasil
No pior dos cenários, se a Grécia der o calote e a crise se alastrar ainda mais, os "respingos" podem recair sobre o Brasil. "A bolsa brasileira vem caindo de uma forma muito forte, como todas as outras no mundo, porque não se sabe os efeitos do que pode ocorrer na Grécia sobre o animo das pessoas", destaca Garcia. "Cria-se um clima de extremo pessimismo e, quem tem dinheiro, fica com medo de não ter no momento seguinte. Acaba espalhando o clima de pessimismo e gera uma retração", explica. 

quarta-feira, 16 de maio de 2012


Bolsa está barata, mas risco não vale a pena

Analistas do Santander reduziram a recomendação de exposição à renda variável

São Paulo - O Ibovespa voltou ao campo negativo com a queda de terça-feira e já acumula uma desvalorização de 9% apenas em maio. O desempenho chama a atenção de quem busca por barganhas em momentos como esse, mas nunca é tarde para lembrar que a situação pode sempre piorar. É nisso que acredita a equipe de estratégia de mercado do Santander.
Para os analistas, sob o ponto de vista de valor a bolsa até parece relativamente barata em termos históricos e dado os níveis do juro real. Contudo, eles ressaltam que o "prêmio de risco cobrado pelo mercado não deverá se diluir e permitir a expansão dos múltiplos no curto prazo", explicam em um relatório publicado nesta semana.
O banco reduziu a recomendação de exposição em renda variável de alocação acima da média (overweight) para neutra. "O Ibovespa opera em uma região importante de suporte, representada pela média móvel de 200 dias, demonstrando uma vulnerabilidade técnica que se acentua em meio a tantas incertezas", explicam.
Contexto
A equipe composta por Jayme Paulo Carvalho Junior, Rafael Nascimento Bisinha, Arthur Yukio Sinzato, Patrícia Dalarme Vicentin e Rodrigo Borges de Almeida, ressalta que o aumento das incertezas no cenário global, principalmente com a perda de apoio ao discurso da austeridade fiscal na Europa, contribuiu para a mudança nas estimativas.
"O evento de maior destaque foi o resultado das eleições gregas e o impasse nas discussões para a formação de um novo governo de coalizão. Isso reacendeu o debate sobre a saída do país da Zona do Euro e suas implicações em termos de contágio sobre as economias mais vulneráveis", dizem.
Com isso, novas eleições serão realizadas em junho. A indefinição sobre os rumos elevou a chance de uma possível saída da zona do euro. Em reunião realizada ontem, a chanceler alemã Angela Merkel disse que deseja a permanência da Grécia no grupo da moeda única.
China e Brasil
A percepção de uma desaceleração na China também se soma aos riscos. O Banco Central da China cortou a taxa de depósito dos bancos do país em 0,5 ponto percentual no último final de semana. Agora, os bancos passam a ter que recolher 20% dos depósitos junto ao Banco Popular da China. O corte, contudo, foi visto como "tímido" pelo Santander.
"No âmbito local, algumas medidas adotadas pelas autoridades têm influenciado negativamente a percepção sobre o mix de política econômica brasileira. Além disso, ainda vemos desaceleração na margem e não devem haver eventos no curto prazo capazes de gerar revisões para cima nas projeções dos lucros das empresas", ressaltam.

Eike Batista inicia listagem da CCX na Bovespa dia 25

A companhia nasce com significativas reservas de carvão já certificadas e um caixa de 450 milhões de dólares

São Paulo - O grupo de Eike Batista vai iniciar a listagem da companhia CCX, resultado de uma cisão da MPX, no dia 25 de maio na Bovespa, informou nesta terça-feira o diretor-presidente da CCX, Leonardo Moretzsohn. A companhia nasce com significativas reservas de carvão já certificadas e um caixa de 450 milhões de dólares, num processo que tem como objetivo separar os ativos minerais da Colômbia da joint venture entre a MPX, companhia de energia do grupo, com a gigante alemã E.ON.
Cada acionista da MPX receberá uma ação da CCX. "A empresa já terá recursos suficientes para que seja conduzido o avanço do estudo de viabilidade (econômica), o aprofundamento dos estudos de engenharia, todo o processo ambiental até a próxima etapa, que será o começo da construção do complexo que será iniciado do segundo semestre de 2013", disse o executivo em teleconferência com jornalistas para detalhar a certificação das reservas de carvão na Colômbia detidas pelo grupo.
A MPX anunciou na segunda-feira a certificação de 5,2 bilhões de toneladas de carvão mineral de alta qualidade na mina subterrânea de San Juan, localizada na região de La Guarija, na Colômbia. O volume de reservas atinge, aproximadamente, 672 milhões de toneladas, "garantindo uma produção média superior a 25 milhões de toneladas anuais por 20 anos, podendo exceder 28 milhões de toneladas no auge da produção", segundo comunicado da empresa. O potencial de produção anual da futura CCX equivale a cerca de um quarto da produção colombiana atual de carvão.
O país é o quarto maior produtor do mundo. A certificação da mina de San Juan coloca a empresa como um grande player do mercado mundial de mineração de carvão. "O volume de recursos de San Juan encontra-se entre os cinco maiores de carvão mineral do mundo", afirmou. Parte da produção vai suprir as usinas térmicas da MPX, que devem consumir cerca de 10 milhões de toneladas de carvão. A maior parte deve ser exportada para outros mercados. O projeto de mineração na Colômbia, que inclui o sistema dedicado de logística, está em processo de licenciamento ambiental para iniciar a construção de seu projeto de mineração integrado - mina, ferrovia e porto - em 2013.
O início de produção da mina subterrânea de San Juan está previsto para o começo de 2017. Os recursos podem ser ainda maiores, já que o potencial identificado até agora ocorreu em área de 10 mil hectares de um total de 67 mil hectares que pertencem à companhia de Eike Batista. "Do total certificado como reservas, mais de 92 por cento do minério é constituído de recurso de altíssima qualidade, o que deve render "no mercado diferencial de preço, no mínimo de 30 por cento", segundo ele.
Além da mina subterrânea, a CCX desenvolverá duas minas de céu aberto, Cañaverales e Papayal, que deverão produzir, em conjunto, até 5 milhões de toneladas por ano. Os negócios de Eike na Colômbia vão além de carvão. O empresário detém depósitos de ouro, ativos da subsidiária AUX - que está em campanha exploratória - e blocos de petróleo que devem ser perfurados em breve pela OGX, segundo Moretzsohn.

segunda-feira, 14 de maio de 2012


Renda extra mensal pode chegar a 100.000 reais

6 dicas de atividades alternativas que podem render até mais de 100.000 reais

São Paulo - Não raro, os gastos com lazer acabam ocupando boa parte do orçamento e o plano de fazer um investimento ou pensar na previdência são postergados. Talvez a alternativa seja uma mudança de tática. Pensando nisso, a reportagem da EXAME.com deixou um pouco de lado as propostas de corte de gastos e buscou dicas de como aumentar a receita mensal com fontes de renda alternativas.
O resultado? Dicas que podem chegar a acrescentar centenas de milhares de reais ao orçamento e tornar uma pessoa milionária em alguns meses se as sugestões forem levadas a cabo.
Anísio Castelo Branco, presidente do Instituto Brasileiro de Finanças, Perícias e Cálculos (Ibrafin), defende a estratégia: "Em vez de deduzir da renda fixa as despesas fixas e variáveis, o cálculo de controle das finanças deveria ser feito em duas partes: da renda fixa se deduzem os gastos fixos; e de uma fonte de renda extra são deduzidos os gastos extras".
Basicamente, todas as sugestões partem do princípio de buscar o seu lado monetizável. E em todas vale ponderar, de acordo com o seu contrato de emprego, até que ponto pode chegar a dedicação à atividade extra, para que ela não gere conflitos.
É importante ressaltar também que as novas receitas, em alguns casos, podem implicar em novas tributações. Se a renda extra não for obtida de uma pessoa jurídica e, portanto, não tiver sido tributada na fonte, ela deve ser declarada no imposto de renda.
E ainda, com fontes provenientes de duas fontes jurídicas, na hora de fazer a declaração do Imposto de Renda, deve ser feito o chamado "mensalão". "Se as duas fontes somadas resultam em um imposto maior do que o já tributado na fonte, o contribuinte deve declarar e pagar o imposto sobre essa diferença, o recolhimento na forma de mensalão", esclarece Jorge Lobão, diretor de relações institucionais do Centro de Orientação Fiscal (Cenofisco).
1. Ministre palestras
Todo mundo tem alguma história para contar. E para Thales de Azevedo Leito, sócio-fundador da Ata Palestras, todo mundo tem também uma palestra para dar. Ele trabalha no ramo há 14 anos e conta que recorrem à esta renda extra desde camelôs e especialistas em Acarajé até ex-ministros e o ex-presidente Lula.
Os cachês também variam, e muito. Podem chegar a centenas de milhares de reais e, segundo Thales, não é difícil receber mais de 1.000 reais em uma palestra. "Este é um mercado milionário e tem crescido muito porque a cultura brasileira é muito verborrágica. Qualquer um pode dar uma palestra, para isso basta ser natural e ter alguma coisa para falar que interessaria a alguém mais", afirma Thales.
A Ata Palestras oferece treinamentos para quem quiser se iniciar na área. Os preços são acordados segundo a perspectiva de retorno que o conferencista oferece à empresa. Isto é, se ele for um palestrante com potencial e concordar em se vincular à empresa, ele pode até não pagar nada pela consultoria.
A Ata também busca empresas que paguem pela palestra. Para isso, ela cobra uma parcela do cachê, que varia de acordo com a remuneração do palestrante.
2. Faça um blog ou crie um site e atraia anúncios
Fazer um blog ou criar um site, dependendo do número de acessos, pode render até centenas de milhares de reais com anúncios.
Segundo Edney Souza , vice-presidente da Boo Box e coordenador do Curso de Educação Executiva em Redes Sociais da Trevisan, um  veículo criado há pouco tempo e que chegue a ter 10.000 acessos diários pode render mais de 1.000 reais em anúncios em menos de um mês.
Para quem está começando e não sabe como atrair  anúncios, na Boo Box o autor do site ou blog se cadastra de graça e a empresa fica responsável por trazer os anunciantes. Eles encontram as empresas que possam ter interesse em anunciar, de acordo com o perfil do site, e cobram do publisher 50% sobre o valor pago pelo anunciante.
Souza explica que a qualidade da informação é imprescindível para que o autor consiga retorno financeiro. "Para quem quer ganhar dinheiro, a melhor fórmula é pensar qual é o mercado que tem negociante interessante e o que eu tenho de conhecimento que pode gerar interesse", explica Souza.
3. Participe de um Conselho Administrativo
Antes os conselheiros de administração eram admitidos apenas por indicação e se fossem grandes executivos. Hoje, em muitos casos, recrutadores buscam o profissional ideal ou ele mesmo se apresenta. E não é imprescindível ter um cargo de chefia; ser jovem e ter um conhecimento específico que possa contribuir para a empresa podem ser o suficiente.
Um Conselho de Administração tem a função de definir os rumos de um negócio e a remuneração média de um conselheiro é de 14.000 reais, segundo Heloisa Belotti Bedicks, superintendente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
O segredo desta renda extra é identificar alguma competência em você que possa ser valiosa a determinada empresa. "É importante ter pessoas com experiência maior, mas em uma empresa de tecnologia pode ser importante ter uma pessoa jovem que seja especialista em mídias sociais", esclarece Heloísa.
Ela recomenda que qualquer profissional que trabalhe "full time" não participe de mais de um conselho, já que os conselhos exigem um alto nível de dedicação do profissional.
Para quem quiser encarar este "sofisticado" trabalho extra, mas não sabe por onde começar, o IBGC tem um curso de formação com duração de 64 horas. O investimento é de 9.000 reais para associados e 11.000 reais para quem não é sócio.
4. Conquiste clientes para conhecidos e peça comissão
Se você não tem tempo sobrando, mas gostou da ideia de ganhar uma renda extra, esta pode ser a melhor opção para você. Basicamente, ela consiste em pedir uma remuneração por algo que as pessoas fazem banalmente: indicar serviços de médicos, advogados ou consultores a conhecidos.
O professor Anísio Castelo Branco, é um grande adepto da prática. Ele diz que é possível ganhar milhares de reais em apenas uma indicação. "Uma pessoa que fez uma plástica, pode combinar com o cirurgião uma comissão de 10% sobre cada paciente que indicar. Ela vai ganhar um bom dinheiro sem fazer esforço".
Ele acrescenta que a remuneração aumenta de acordo com o grau de influência da pessoa. Alguém que trabalha na área de vendas, por exemplo, terá uma rede de contatos maior e pode fazer mais indicações.
É o caso da empresária Rebeka Borges, que trabalhava com moda e tinha contato frequente com indústrias do setor de beleza. Um amigo a apresentou ao dono de uma transportadora interessado nos contatos. Depois de lhe garantir o primeiro cliente, ela passou a cobrar pelo "serviço". "Eu já ganhei 2.000 reais, 5.000 e até 10.000 reais. Depende do tipo de transação", relata.
5. Faça traduções de textos
Fazer traduções de livros, artigos, documentos e afins é outra opção que não compromete o seu emprego principal. O tradutor pode determinar a hora e o local do trabalho livremente.
Renata Paiva é analista em uma consultoria. No seu emprego anterior, uma de suas funções era fazer tradução de pesquisas. Ela pediu à ex-chefe que a avisasse se houvesse algum trabalho de tradução. Desde então, tem traduzido pesquisas semanalmente e ganha com isso 1.500, ou 1.600 reais a mais por mês, fazendo em média três traduções.
Na outra empresa, ela contratava free lancers para fazer tradução, e disse que o preço varia de 30 a 50 reais por lauda. "Como eu não sou tradutora profissional, eu cobro um valor 25% abaixo do preço de mercado. Com isso eu consigo receber mais ofertas".
6. Escreva um livro
Inúmeros sites de editoras possuem um campo de acesso escrito: Seja nosso autor. Com uma boa ideia e alguma vocação é possível se tornar um escritor, mesmo sem dedicação exclusiva à atividade. E, dependendo da aceitação, a renda extra pode ser alta e duradoura.
Mais uma vez, tudo depende de uma avaliação sobre o que você tem para dar e o que o universo esta disposto a pagar.
Rodolfo Araujo, gerente de conhecimento e inovação da Edelman Significa, sempre manteve fontes de renda alternativas. Ele sempre  gostou de escrever, e, por isso, recebeu uma proposta para escrever um livro sobre a grife Chilli Beans. O livro foi publicado há um mês e ele espera um bom retorno. "Eu dou aula, já escrevi outros livros, dou cursos e sou muito curioso. Assim, as oportunidades vão aparecendo".

sábado, 12 de maio de 2012


Como passar de endividado a investidor em 60 dias

As quatro etapas para sair das dívidas, poupar e investir em um período de dois meses a um ano

São Paulo - Passar do status de endividado a investidor pode parecer uma transformação muito difícil e demorada. Mas com um pouco de esforço, é possível transformar as finanças com mais rapidez do que se imagina. EXAME.com ouviu consultores para traçar um plano da melhor maneira de fazer uma faxina na vida financeira, em quatro etapas: endividado, zero a zero, poupador e investidor.
1. Endividado
Este primeiro passo, para muitos, pode ser o mais difícil de resolver em pouco tempo.
O consultor financeiro Mauro Calil sugere que se comece pelo mais básico: "A pessoa deve listar todas as dívidas, os montantes e os juros de cada uma. Em seguida, fazer uma planilha com todas as receitas, as despesas necessárias, as "super" necessárias e as esporádicas, que são os gastos por impulso. Com isso, você vê a sua capacidade de geração de renda, e o quanto é necessário para sanar as dívidas".
O passo seguinte é a redução de gastos que não são imprescindíveis e, então, a quitação da dívida. "A pessoa deve sempre dar prioridade à dívida com a maior taxa de juro", orienta Calil.
Dependendo do tamanho da dívida, essa etapa pode demorar a ser concluída. Aí, cabe outra medida: "Se você vir que vai levar anos para sanar a dívida, cabe outra providência: lance mão de um patrimônio de alta liquidez, como um carro ou uma moto, que possa ser vendido para quitar a dívida."
Com o dinheiro na mão, parta para a negociação, avaliando quais credores oferecem as melhores condições. "Se a pessoas têm uma dívida de 10.000 reais, ela deve procurar quitá-la de uma vez, forçando descontos".
E por fim, o consultor recomenda que a negociação não seja desonrada em hipótese alguma. "É preferível não pagar a dívida e ter que negociar com um juiz do que negociar o pagamento e não honrar", afirma Calil. Veja como se livrar dos problemas com dívidas em 10 dias.
2. Zero a zero
Depois de dar adeus à vida de devedor, você deve dar mais um importante passo: manter-se em abstinência de dívidas.
Anísio Castelo Branco, presidente do Instituto Brasileiro de Finanças, Perícias e Cálculos (Ibrafin), diz que isso pode ser mais fácil se você começar a planejar os seus gastos variáveis. "No Brasil, nós vivemos o problema da CLT: se você tem um salário de 3.000 reais, é isso que você vale. As pessoas acabam se limitando ao que ganham", diz.
Em vez disso, Castelo Branco sugere a busca de outras maneiras de ganhar dinheiro. Ele cita alguns exemplos: se você tem um amigo que é consultor imobiliário, sugira ajudá-lo a fechar negócios em troca de uma comissão. "É preciso pesquisar opções para montar uma receita variável, diz o presidente do Ibrafin.
Se você não consegue vislumbrar uma opção para obter esta renda extra, Castelo Branco dá uma outra dica: "Se a pessoa tem tendência a reincidir nos mesmos erros de antes, deve quebrar o cartão de crédito, não pegar talão de cheques e ficar longe de tudo que leve ao endividamento até novamente se sentir segura e ter controle sobre os gastos."
Mauro Calil também ressalta que neste momento é muito importante que o ex-endividado reconheça os avanços. "Muitas pessoas falam sobre como enriquecer. Na verdade se a pessoa já tem um centavo, 10 reais ou 30 reais a mais, ela já enriqueceu. O importante é que amanhã você tenha algo a mais que hoje, não importa o quanto. O importante é caminhar para frente", avalia Calil.
Saiba quando o endividamento pode ser uma doença.
3. Poupador
Com equilíbrio nas contas, comece a fazer o que os consultores chamam de investimento saudável. Neste ponto, o conselho básico é poupar 10% do orçamento para formar um colchão financeiro, que é o dinheiro reservado para emergências. O ideal é que este montante seja suficiente para que você consiga se manter durante pelo menos 12 meses. "A pessoa que está começando do zero pode começar pela boa e velha caderneta de poupança, que é um tipo de investimento para quem não tem conhecimento sobre aplicações", orienta Calil.
Nesta fase já começa uma vida financeira sustentável. Um passo fundamental para se manter assim e ainda conseguir avançar é disciplina. O primeiro passo nesse sentido é separar o que é gasto do que é investimento. A rigor, investimentos geram retornos financeiros; mas mesmo alguns gastos podem ser considerados investimentos se, indiretamente, ajudarem você a gerar mais dinheiro.
"Antes de comprar qualquer coisa, peça para o vendedor separar o produto e diga que você vai voltar em três dias para buscá-lo. Se nesse tempo você não sentir falta daquele item, provavelmente ele seria apenas um gasto por impulso. Aí sim a pessoa passa a ser credora dela mesma, e não mais do banco", diz Anísio Castelo Branco.
4. Investidor
Antes de investir, é preciso identificar o seu perfil. Pessoas completamente avessas a risco - de calote, de oscilação de preços e de qualquer tipo de perda - são conservadoras, e devem preferir investimentos em renda fixa com baixo risco de crédito. Isto é, títulos públicos (operados via Tesouro Direto), fundos DI, fundos de renda fixa sem crédito privado, CDBs de grandes bancos que paguem mais de 90% do CDI e caderneta de poupança.
Quem toparia correr um pouco de risco pode, além da renda fixa, buscar fundos multimercados ou fundos de ações para um pequeno percentual do seu patrimônio investido. E quem tem um perfil mais agressivo pode investir a maior parte do dinheiro poupado em ações, diretamente ou por meio de fundos, desde que mantenha um colchão de liquidez em renda fixa mais conservadora.
"Você pode pesquisar em outros lugares, mas é muito importante começar a decidir por si mesmo, para não ser direcionado pelo que for de interesse do banco, por exemplo", lembra Castelo Branco.
Mauro Calil ressalta que as opções de maior risco são mais indicadas para quem já tem mais experiência. Para os iniciantes, investimentos em Tesouro Direto e em CDBs são mais indicados. "Depois que a pessoa já iniciou a poupança e quer sofisticar e diversificar a aplicação, ela pode estudar imediatamente os investimentos em Tesouro Direto ou em CDBs, principalmente os de bancos de médio e pequeno porte, que têm uma rentabilidade maior do que os de um banco grande e contam com a garantia de 70.000 reais do Fundo Garantidor de Crédito".
É importante lembrar que, com as mudanças nas regras da poupança e com a perspectiva de redução na Taxa Selic, algumas variáveis entraram em jogo, e será preciso avaliar com mais cuidado quais são melhores opções de aplicação de acordo com o prazo do investimento.