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sábado, 14 de dezembro de 2013

A economia brasileira da seus alertas




A economia brasileira e seus sinais de alertaNos últimos tempos temos sido críticos de primeira hora das políticas econômicas traçados pelo governo da presidente Dilma e seu ministro longevo Guido Mantega. Nosso tom de críticas e de inúmeros outros economistas à economia brasileira só tem ampliado, a partir da divulgação de nossas contas públicas e externas.
Os exemplos para ilustrar isso são vastos. Podemos começar com a leniência no trato da inflação, sempre próxima do teto da meta de 4,5% e com os gastos fiscais crescentes e expansionistas.
Cabe mencionar também o déficit comercial maquiado pelas “exportações” de plataformas de petróleo, superávit primário insuficiente para mudar a tendência ascendente da dívida, déficit nominal superando 3,45% do PIB, déficit em conta corrente e a necessidade de financiamento cada vez mais elevado.
Isso sem levar em conta a contabilidade criativa, existente desde 2012, que pode conter armadilha para os economistas menos observadores. E que tal as triangulações entre empresas públicas e o Tesouro e o constrangimento de empresas para ingressarem no Refis e melhorarem contas públicas no final do ano?
E ainda sobram as mudanças frequentes de marcos regulatórios e as privatizações  amarradas por participação de empresas estatais ineficientes e inibidoras de maior participação do setor privado.
Pois bem, os sinais de problemas na economia brasileira estavam todos aí e agora passamos a coletar os efeitos de tudo isso. As vendas no varejo passam a sofrer com o crédito mais escasso, o endividamento das famílias e os juros novamente crescentes.
A produção industrial não decola por redução de investimentos do setor privado local e de investidores estrangeiros; e nossas exportações e empresas ficaram menos competitivas.
Mesmo os consultores mais famosos do governo Dilma, como o ex-ministro Delfim Netto, se transmudaram em críticos da política econômica que atende com alguma simetria ao que era praticado nos anos 1970.
Os sinais mais fortes desses erros de política econômica e tentativas de medidas anticíclicas na economia brasileira estão aí. O PIB do terceiro trimestre anunciado recentemente, em contração de 0,5%, é só mais uma evidência.
A indústria cresceu somente 0,1%, o mesmo para o setor serviços, e ambos ficaram praticamente estagnados. A agricultura, que tinha salvado PIBs de trimestres anteriores, teve queda acentuada de 3,5% e a formação bruta de capital fixo (FBCF), que serve para indicar alavancagem futura, caiu 2,2%.
A taxa de poupança de 15% do PIB é fraca demais para quem quer manter elevado crescimento, o mesmo vale para a taxa de investimento, obtida de 19,1% do PIB.
O PIB errático dos últimos trimestres de expansões e contrações só reflete a política econômica “curtoprazista” do governo e o crescimento (quando ocorre) é de baixa qualidade, o que deve nos levar para o terceiro ano de crescimento medíocre.
Necessitamos urgentemente de ajustes na política fiscal. O câmbio precisa buscar melhor equilíbrio e com menor interferência do Banco Central (BC), além de mudar a tendência da inflação, buscando convergência para o centro da meta em prazo mais curto.
Isso vai exigir maior atuação do BC na política monetária, já que o governo não faz minimamente a sua parte. Precisamos de mudança no rumo da política econômica e de um choque de credibilidade por parte do governo em perseguir metas positivas que agreguem confiança aos investidores privados locais e estrangeiros.
Caso contrário, a “tempestade perfeita” acabará por atingir a costa brasileira, e aí vamos sofrer ainda mais. O que queremos para a economia brasileira em 2014 e para o futuro?



domingo, 6 de outubro de 2013

Como aplicar dinheiro em CDB e RDB


O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título de captação de recursos emitido pelos bancos, que funciona como um empréstimo que você faz à instituição financeira, recebendo uma remuneração em troca. Ao final da aplicação, o valor investido é acrescido de juros.
O prazo para o resgate é definido pelo banco, mas o investidor pode retirar antes a sua rentabilidade sem prejuízos, se respeitar o prazo mínimo de aplicação, que varia de um dia a um ano, dependendo da remuneração desejada.
As taxas de rentabilidade podem ser pré-fixadas, pós-fixadas, flutuantes ou ter mais de uma base para remuneração, desde que o cliente obtenha a mais vantajosa:

Títulos pré-fixados – O investidor já sabe na hora da aplicação quanto vai receber em juros.

Título pós-fixados – A remuneração é definida depois do vencimento do título.

Taxas flutuantes – Estão ligadas a um percentual de variação de um índice, normalmente o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), mas também pode ser TR, TJLP ou inflação.

As aplicações em CDB podem ser feitas por qualquer pessoa que seja correntista de um banco. O valor mínimo depende da modalidade disponível no banco. Geralmente, os bancos oferecem taxas maiores de acordo com o valor investido.
No CDB há incidência do Imposto de Renda, de acordo com o tempo investido, pago no resgate da aplicação. Não há taxa de administração. Se o valor ficar aplicado por menos de 30 dias, será cobrado o Imposto sobre Operação Financeira (IOF).
De acordo com o economista Paulo Dantas da Costa, do Cofecon (Conselho Federal de Economia), as variações que ocorrem com o CDB estão relacionadas à Selic, a taxa básica de juros. Se a taxa estiver baixa, o rendimento também vai ser menor.
Os aplicadores que deixam os recursos por mais tempo levam vantagem, devido à alíquota do IR.
É importante considerar a variação da taxa de inflação para os títulos pós-fixados e flutuantes.
O cálculo para comparação dos ganhos diante da inflação é simples. Um exemplo: se um aplicador fez um CDB no primeiro dia de janeiro e terminou o ano com 10,5% acima do valor aplicado, já descontado o imposto de renda, significa dizer que teve um ganho real de 4%, considerando uma inflação anual de 6,5%.
O risco de aplicação em CDBs é baixo, pois está associado à solidez do banco. O investidor só perde a aplicação caso a instituição vá à falência. Porém, o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) garante o valor mínimo por CPF, se a instituição for associada ao Fundo.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Dólar busca equilíbrio ante real após decisão do Fed

Nesta sexta-feira, o Banco Central realizou duas etapas de leilão de venda de até 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra

REUTERS Brazil
  
São Paulo - O dólar tinha um dia instável ante o real nesta sexta-feira, tentando buscar um patamar de equilíbrio na ressaca após a decisão do Federal Reserve, banco central norte-americano, de manter o atual ritmo do seu programa de estímulos monetários.
Às 11h42, o dólar operava com variação positiva de 0,08 por cento, a 2,2032 reais na venda, depois de trocar de sinal várias vezes variando de 2,1915 reais e 2,2208 reais entre a mínima e a máxima do dia. Segundo dados da BM&F, o volume de negociação estava em 260 milhões de dólares.
"A gente está vivendo a ressaca pela decisão da manutenção da política monetária nos Estados Unidos", afirmou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. "O mercado talvez esteja testando o nível de 2,20 reais", acrescentou.
Na quarta-feira, o Fed disse que continuará comprando títulos ao ritmo de 85 bilhões de dólares por mês por enquanto, expressando preocupação de que um forte aumento nos custos de empréstimos nos últimos meses possa pesar sobre a economia.
Após o término da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, o dólar fechou em queda de 2,89 por cento, a 2,1942 reais, seu menor nível desde 26 de junho. Desde o início da semana, a divisa acumula queda de cerca de 3,52 por cento.
"O mercado deve se acomodar por enquanto e aparentemente está sinalizando que esta taxa está começando a ficar ideal, mas ainda deve testar alguns níveis", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
Nesta sexta-feira, o Banco Central realizou duas etapas de leilão de venda de até 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra. Na primeira, a taxa de recompra em 3 de janeiro do ano que vem foi de 2,2514 reais. Na segunda, a recompra em 2 de julho de 2014 será pela taxa de 2,342985 reais.

Com OGX e Petrobras, Ibovespa opera abaixo dos 55 mil pontos

Com baixa de 2,5 por cento, a ação da petroleira OGX era responsável pela maior pressão de queda sobre o Ibovespa no fim desta manhã

REUTERS Brazil
  
São Paulo - O principal índice da Bovespa ampliava perdas do último pregão nesta sexta-feira, com investidores ainda assumindo postura de cautela e realizando lucros após os mercados acionários terem reagido com forte alta mais cedo esta semana à decisão dobanco central norte americano de manter seu programa de estímulos.
Às 11h41, o Ibovespa tinha variação negativa de 1,02 por cento, a 54.535 pontos, voltando a operar abaixo dos 55 mil. O giro financeiro do pregão era de 1,3 bilhão de reais.
"O mercado andou muito, subiu quase dois mil pontos nos dias 17 e 18, então ainda está realizando", afirmou o operador Carlos Nielebock, da Icap Corretora. O Ibovespa saiu da casa dos 53,8 mil pontos no fim da segunda-feira para fechar nos 55,7 mil na quarta-feira, depois de o Federal Reserve ter decidido manter intacto o ritmo de seu programa de compra de títulos, que tem sustentado os fluxos de liquidez para mercados emergentes.
Nesta sessão, investidores optavam por tomar fôlego e realizar lucros antes de fazer novas apostas agressivas. "Não há muitos 'drivers' na sessão de hoje. Os mercados dos EUA atingiram máximas recordes, então investidores estão sendo cautelosos, buscando direção antes de assumir novas posições", afirmou o sócio da Zenith Asset Management, Guilherme Sand.
Com baixa de 2,5 por cento, a ação da petroleira OGX era responsável pela maior pressão de queda sobre o Ibovespa no fim desta manhã. Na quinta-feira, a Diamond Offshore Drilling informou ter notificado a empresa de Eike Batista por estar inadimplente com o pagamento de obrigações relativas ao contrato da sonda Ocean Quest, o que lhe daria o direito de encerrar contrato com a brasileira. Além disso, nesta sexta, a petroleira informou que seu Conselho de Administração aprovou a destituição de Roberto Bernardes Monteiro como diretor financeiro e relações com investidores. Papéis do setor financeiro também puxavam o índice para baixo, enquanto a preferencial da Petrobras, que fechou as cinco últimas sessões em alta, devolvia parte dos ganhos.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Itaú tem lucro maior, mas reduz previsão para crédito

Maior banco privado do Brasil divulgou lucro líquido de 3,583 bilhões de reais para o segundo trimestre, alta anual de 8,4 por cento

REUTERS Business
  
São Paulo - O Itaú Unibanco, maior banco privado do Brasil, teve lucro maior no segundo trimestre, com aumento de empréstimos e redução na inadimplência, mas cortou projeção para o crescimento da carteira de crédito deste ano.
O banco divulgou nesta terça-feira lucro líquido de 3,583 bilhões de reais para o segundo trimestre, alta anual de 8,4 por cento. Em bases recorrentes, o lucro do Itaú Unibanco foi de 3,622 bilhões de reais, alinhado com as previsões dos analistas consultados pela Reuters .
Apesar da melhora no resultado, o cenário mais desafiador da economia levou o banco a revisar para baixo sua previsão para o crescimento da carteira de crédito, seguindo os passos do rival Bradesco. A previsão de crescimento da carteira de crédito do Itaú para 2013, que estava situada entre 11 e 14 por cento, passou para 8 a 11 por cento.
O banco manteve suas outras estimativas como crescimento de 15 a 18 por cento nas receitas com prestação de serviços e resultado com seguros, previdência e capitalização e despesas com provisões para perdas com empréstimos de 19 bilhões a 22 bilhões de reais.
No segundo trimestre, a carteira de empréstimos do Itaú Unibanco terminou em 445,11 bilhões de reais, contra 413,4 bilhões de reais no ano anterior, alta de 7,6 por cento.
A inadimplência acima de 90 dias foi de 4,2 por cento no trimestre, abaixo do índice de 5,2 por cento registrado um ano antes. As despesas com provisões recuaram 20 por cento no período, para 4,9 bilhões de reais.
Apesar do avanço do crédito e do recuo da inadimplência, o resultado foi afetado negativamente por piores resultados com as operações de tesouraria, que passaram de 1,128 bilhão de reais no segundo trimestre de 2012 para 268 milhões de reais no segundo trimestre deste ano, queda de 76,2 por cento. A margem financeira com clientes também recuou na comparação anual e somou 11,305 bilhões, queda de 8,8 por cento.
O spread de crédito líquido, que é a diferença entre os custos de captação e de empréstimo do banco menos os gastos com provisões para calotes, foi de 7,2 por cento no segundo trimestre deste ano, ante 7,4 por cento um ano antes.
Numa estratégia seguida pelos bancos do país de focar em produtos de menores riscos, porém de menor rentabilidade, o Itaú Unibanco tem feito esforços para aumentar as receitas com prestação de serviços.
No segundo trimestre, esta linha avançou 24,4 por cento ante o ano anterior, para 5,399 bilhões de reais, impulsionada pela aquisição das ações dos minoritários da empresa de cartões Redecard ao final de 2012. Segundo o Itaú Unibanco, desconsiderando esse efeito, o crescimento seria de 11,1 por cento.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Juros curtos têm leve alta e investidor aguarda Copom

Avanço de taxas de juros curtas ocorreu na esteira da valorização do dólar em relação ao real. Taxas intermediárias e longas passaram por correção de baixa

Márcio Rodrigues - AGÊNCIA ESTADO
  
São Paulo - Os investidores em juros passaram o dia em compasso de espera pelo fim da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na noite desta quarta-feira, 10, quando, segundo sinalizam as taxas futuras, a Selic deve ser elevada em 0,50 ponto porcentual, para 8,50% ao ano.
O leve avanço das taxas de juros curtas nesta sessão ocorreu na esteira da valorização do dólar em relação ao real, enquanto as taxas intermediárias e longas passaram por um correção de baixa, que foi consolidada depois que o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) divulgou a ata de sua última reunião de política monetária.
O documento mostrou que muitos membros do colegiado querem mais ganhos no mercado de trabalho antes de reduzir as compras de bônus, ainda que cerca de metade enxergue o fim das compras de bônus ainda neste ano.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para outubro de 2013 (147.040 contratos) estava na máxima de 8,46%, de 8,43% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2014 (148.170 contratos) marcava 8,80%, ante 8,78% na segunda-feira. O vencimento para janeiro de 2015 (237.870 contratos) indicava taxa de 9,52%, ante 9,58%. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (172.800 contratos) apontava 10,82%, de 10,87% na segunda-feira. O DI para janeiro de 2021 (10.305 contratos) estava em 11,26%, de 11,33%.
"A liquidez seguiu reduzida no pregão de hoje, com os investidores optando por esperar o comunicado que acompanhará a decisão do Copom. Em princípio, a curva está bem precificada", afirmou um operador, destacando que as apostas estão concentradas em uma alta de 0,5 ponto porcentual da Selic, com a taxa terminando o ano próxima de 9,5%.
Os dados correntes da inflação vêm apresentando números cada vez melhores. A leitura diária feita pela Fundação Getulio Vargas (FGV), por exemplo, apontou nova deflação para o IPCA ponta (-0,20%), puxada pelo forte recuo dos preços dos alimentos (-0,62%) nas últimas semanas.
Além disso, a atividade não indica pressões inesperadas sobre os preços mais adiante. O emprego na indústria recuou 0,5% - maior retração desde dezembro de 2009 - na passagem de abril para maio, na série livre de influências sazonais, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As vendas no varejo caíram 3,74% em junho na comparação com maio, segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), com base no levantamento com o Sistema de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
No exterior, o destaque foi a ata do Fed, que colocou as Bolsas norte-americanas em leve alta, ainda que momentaneamente, e tirou um pouco o fôlego do dólar. Apesar de o documento ter mostrado que cerca de metade dos membros do Fed vê o fim das compras de bônus ainda neste ano, muitos querem mais ganhos no mercado de trabalho antes de reduzir os estímulos. Além disso, os diretores em geral apoiaram um período "considerável" de taxas baixas de juros. Ou seja, não houve sinal mais claro de que a redução das compras de bônus ocorra em setembro, como muitos agentes do mercado temiam.
Qual é a ação mais barata da Bovespa? Bilionário Luiz Barsi diz que é a Embratel - InfoMoney
Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/embratel/noticia/2856774/qual-acao-mais-barata-bovespa-bilionario-luiz-barsi-diz-que
Qual é a ação mais barata da Bovespa? Bilionário Luiz Barsi diz que é a Embratel - InfoMoney
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Qual é a ação mais barata da Bovespa? Bilionário Luiz Barsi diz que é a Embratel - InfoMoney
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Qual é a ação mais barata da Bovespa? Bilionário Luiz Barsi diz que é a Embratel - InfoMoney
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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Gestor que superou o Ibovespa dá 4 dicas de investimento


Flavio Sznejder, sócio fundador da Bogari Capital, que superou Ibovespa em 740%, dá 4 dicas de investimento em valor

Eduardo Tavares - Arena do Pavini
  
São Paulo - Em tempos de volatilidade, sempre surge no mercado a discussão sobre se está na hora de entrar na bolsa ou de sair dela. Muitos ficam com a segunda opção, mas ela nem sempre é a melhor ideia. Flavio Sznejder, sócio fundador da Bogari Capital, cita quatro dicas para ter sucesso ao investir, mesmo em dias de tempestade, como os atuais.
De acordo com ele, embora o momento para o Índice Bovespa não seja dos melhores, há boas oportunidades na bolsa, que, se bem "garimpadas", podem render bom retorno ao investidor no longo prazo. O gestor participou do 6º Congresso Value Invest Brasil, realizado hoje em São Paulo.
Sznejder é gestor do fundo Bogari Value FIA, fundo de ações focado em investimento em valor que teve, entre 2006 e 2012, rentabilidade de 1.186%, enquanto o Ibovespa rendeu 53% no mesmo período, uma diferença de 740%. Atualmente, o Bogari Value tem pouco mais de R$ 270 milhões de patrimônio líquido, para R$ 500 milhões no total da gestora.
A estratégia de investimento em valor, seguida pelo fundo da Bogari, foi criada pelo americano Benjamin Graham, mas que se tornou realmente famosa ao ser usada pelo mais célebre seguidor de Graham, Warren Buffett.
De maneira simples, os adeptos da teoria do valor buscam empresas com grande potencial de crescimento que estejam sendo negociadas por valores muito abaixo do justo. A ideia é sempre ter uma margem de segurança para o caso de parte das premissas não se confirmar. E o horizonte de investimento é longo, vários anos até, para que o lucro seja atingido.
Sob esta ótica de investimento, o gestor cita quatro dicas importantes para quem quer seguir a estratégia de valor:
1 - Não se assuste com a volatilidade
"A volatilidade é muito boa para nós, porque nos dá ótimas oportunidades de entrada, quando os preços caem muito", afirma. Essas oscilações de mercado são sadias, segundo o gestor, pois junto com elas vêm fortes correções de preços que estavam distorcidos.
Além disso, elas propiciam ao investidor as melhores oportunidades de comprar ações, quando seu preço cai muito. Ou então, boas chances de vender os papéis, caso o investidor julgue que já seja a hora, quando os preços sobem muito.
2 - Tenha paciência
Se o investidor não está pensando em comprar, nem em vender, ele deve esquecer a volatilidade. E é aí que entra a segunda dica. "Saiba esperar", diz Sznejder. "Se o investidor esquecer as oscilações e esperar, de olho no longo prazo, cinco, dez anos, a probabilidade de ganhar dinheiro é alta", afirma.
3 - Tenha as motivações corretas para investir
O gestor diz que o investidor deve avaliar as razões que o levam a comprar determinada ação. "Muita gente compra porque leu sobre a ação no jornal, ou porque um amigo indicou, ou porque os papéis subiram muito no passado, e esses são justamente os piores motivos para comprar ações", explica.
Segundo ele, os motivos corretos são justamente os opostos. A estratégia de investimento em valor geralmente tem foco em papéis para os quais o mercado não olha muito. Nada de ações "pop", na moda, sempre no foco da imprensa. Além disso, olhar para rentabilidade passada pode ser um dos jeitos de investigar se a gestão da empresa é consistente, mas pouco serve para prever retornos futuros.
4 - Se não tem as razões corretas, delegue
A regra de ouro para investir em ações, segundo Sznejder, é "ou faz direito, dedicando tempo e esforço, ou não faz, delega". Segundo ele, no cenário atual, em que ter bons rendimentos no mercado ficou mais difícil com a queda dos juros, o movimento de procura dos investidores por gestão profissional aumentou.
Contudo, essa procura ainda é pequena. "Teria que ser um movimento de massa, mas já há algo acontecendo."

domingo, 26 de maio de 2013

Vale a pena comprar ações que custam centavos?

Internauta quer saber se, para quem não tem grande volume para investir todo mês, vale mais a pena se voltar para as empresas cujas ações custam alguns centavos

EXAME.com
  
Dúvida do internauta: Disponho de cerca de 200 reais por mês para aplicar. Vale a pena comprar ações de empresas que, no momento, custam centavos? Ou é melhor recorrer a umfundo de investimentos?
Resposta de Clodoir Vieira*:
Empresas que custam centavos normalmente estão em dificuldades financeiras. Você até pode fazer isso mas o risco é muito grande. Pode ser que essa empresa se recupere e você venha ter um belo de um ganho. Eu só aconselho a entrar quem tem muito sangue frio. O ideal é que você guarde todo mês esses 200 reais e, quando tiver um montante de pelo menos 1.500 reais, que você faça a sua primeira compra no mercado de renda variável.
*Clodoir Vieira é economista-chefe da corretora Souza Barros e analista de investimentos, atuando no mercado de capitais há mais de 21 anos. Também é professor de finanças na pós-graduação do Senac-SP.
Dúvidas, observações ou críticas sobre a resposta acima? Deixe seu comentário abaixo!
Envie outras perguntas sobre investimento em ações para vinicius.tropiano@hotmail.com.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Tombini repete tom duro e juros terminam estáveis


Na Câmara, Tombini repetiu mesmo script, reforçando percepção dos investidores de que ritmo de aperto monetário pode ser ampliado, resultando em ciclo mais duro

AGÊNCIA ESTADO
  
São Paulo - As taxas futuras de juros passaram grande parte desta terça-feira, 21, com leve viés de baixa, oscilando ao sabor dos indicadores e à espera das palavras do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em audiência pública na Câmara dos Deputados.
O fato de a autoridade monetária repetir o mesmo discurso da semana passada, durante o Seminário de Metas de Inflação, fez com que as taxas futuras de curto prazo migrassem, inicialmente, para o terreno positivo e, depois, terminassem estáveis. Na quinta-feira, 16, Tombini começou sua fala citando uma série de fatos relacionados à melhora da atividade e arrematou seu discurso dizendo que o BC agiria com a devida "tempestividade" para que a tendência de queda da inflação continuasse no segundo semestre de 2013 e em 2014.
Nesta terça-feira, na Câmara, ele repetiu exatamente o mesmo script, reforçando a percepção dos investidores de que o ritmo de aperto monetário pode ser ampliado, resultando em um ciclo mais duro.
Assim, ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (1.230.950 contratos) marcava 7,53%, igual ao ajuste anterior e de 7,52% antes das palavras de Tombini. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (654.625 contratos) apontava 8,13%, idêntico ao nível de segunda-feira e de 8,11% antes do discurso. O juro com vencimento em janeiro de 2015 (207.780 contratos) indicava 8,52%, de 8,56% na véspera. Entre os longos, o contrato com vencimento em janeiro de 2017 (116.335 contratos) marcava 9,19%, ante 9,22% na véspera, e o DI para janeiro de 2021 (7.835 contratos) estava em 9,85%, de 9,83% no ajuste.
"O mercado ficou em compasso de espera, diante da possibilidade de que Tombini dissesse qualquer coisa diferente da semana passada. Ele repetiu tudo e a ideia de um ciclo mais intenso e maior segue prevalecendo", disse outro profissional, afirmando que as chances de uma elevação de 0,50 ponto porcentual da Selic na próxima semana seguem acima de 80%, com possibilidade de o restante do ciclo totalizar 125 pontos-base.
Antes, as taxas futuras de curto prazo operavam em leve baixa, reagindo ao resultado melhor do que o esperado para a arrecadação federal em abril, conhecido pela manhã. A leitura inicial foi de que tais números ajudarão na composição do superávit primário, o que aliviaria a pressão sobre a política monetária do Banco Central.
Segundo a Receita Federal, a arrecadação de impostos e contribuições mostrou recuperação e atingiu R$ 98,713 bilhões em abril, aumento real de 0,07% em relação a igual mês do ano passado e de 23,31% ante março deste ano. A arrecadação de abril é recorde para o mês e superou o teto do intervalo das estimativas, que iam de R$ 82,400 bilhões a R$ 97 bilhões.

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sábado, 4 de maio de 2013

Faz sentido uma ação do Bradesco valer mais do que outra?


Segundo Itaú BBA, papéis ordinários estão em uma posição mais privilegiada no momento. Mas não deveria ser assim

EXAME.com
  
São Paulo - Nesta sexta-feira, a BM&F Bovespa divulgou a terceira prévia da carteira teóricado Ibovespa (válida para o período de maio a agosto) e sua principal novidade foi a entrada das ações ordinárias do Bradesco (BBDC3), com peso de 0,642%, no índice.
O Bradesco agora conta com suas duas ações no portfólio do principal índice da bolsa brasileira.
A entrada no Ibovespa acontece seis meses depois que as ações passaram a integrar o índice MSCI Brazil, com peso de 1,6%, indicando que a maior liquidez dos papéis e o prêmio com que são negociadas em relação às ações preferenciais do banco vem atraindo a atenção dos investidores. 
As ações ordinárias do Bradesco (BBDC3) apresentaram um desempenho 25% superior ao das ações preferenciais (BBDC4) nos últimos doze meses, e estão atualmente sendo negociadas com um prêmio de 6%.
Os analistas Regina Longo Sanchez, Thiago Bovolenta Batista, Alexandre Spada, do Itaú BBA elaboraram uma análise dos dois possíveis motivos para o desempenho superior das ações ordinárias do banco.
Governança corporativa
As ações ordinárias do Bradesco, além dos direitos de voto característico dessa classe de ações, também apresenta direitos de tag-along (mecanismo de proteção para os acionistas minoritários no caso de venda da empresa) integrais. As ações preferenciais tem tag-along de 80%.
Na opinião dos analistas, os investidores estão dando valor para essa maior garantia das ações ordinárias, o que eles não consideram adequado, visto que não representa uma análise correta da realidade.
Atualmente, o free float das ações ordinárias do Bradesco é de 23,6%, o que torna bem difícil para qualquer um adquirir a partipação de 10% necessária para indicar um membro no conselho. 
"Dado que não acreditamos que exista um catalisador de curto prazo para os direitos de tag-along para o Bradesco, tal como uma mudança de controle, não atribuímos muito valor às questões de governança corporativa para as ações ordinárias", explicam.
MSCI Brazil
Em março de 2012, o banco lançou o programa de ADR para as ações ordinárias com direito a voto. Em seguida, em novembro do mesmo ano, as ações ordinárias foram incluídas no índice MSCI Brazil com um peso de 1,6%.
A inclusão no índice gerou uma maior demanda pelas ações e o volume médio diário negociado saltou de 12 milhões de reais entre janeiro e outubro de 2012, para 79 milhões de reais a partir de novembro.
Apesar do grande aumento de liquidez, o volume médio diário negociado das ações preferenciais ainda é muito maior: foram 218 milhões de reais nos últimos 12 meses.
Além da maior liquidez, as ações preferenciais ainda têm a seu favor um maior repasse de dividendos. As preferenciais recebem dividendos 10% mais elevados do que as ordinárias, "o que, em nossa opinião, é um motivo para que os investidores atribuam um maior valor às ações BBDC4 do que às ações BBDC3", afirmam os analistas. 
Regina, Thiago e Alexandre reiteram a recomendação de outperform (desempenho acima da média do mercado) para as ações preferenciais do Bradesco, com um valor justo de R$ 41,6 por ação para o final de 2013.

Bom humor ajuda, mas Petrobras limita alta da Bovespa


A Petrobras intensificou as perdas na última hora do pregão e por pouco não levou a Bolsa para o vermelho

AGÊNCIA ESTADO
  
São Paulo - A melhora dos dados de emprego nos Estados Unidos impulsionaram os mercados acionários internacionais de maneira generalizada e ajudaram a Bovespa a fechar em alta nesta sexta-feira, 3, embora sem força suficiente para ultrapassar o nível dos 56 mil pontos.
O bom humor externo e o aumento do apetite dos investidores por ativos de risco beneficiaram a Vale, mas a Petrobras intensificou as perdas na última hora do pregão e por pouco não levou a Bolsa para o vermelho.
O Ibovespa encerrou a sessão com avanço de 0,30%, aos 55.488,08 pontos, após passar toda o dia no azul. Na mínima do dia, subiu 0,01%, aos 55.330 pontos e, na máxima, foi aos 56.366 pontos, em alta de 1,89%. O giro financeiro foi consistente, totalizando R$ 9,943 bilhões (dado preliminar).
Com o desempenho de hoje, a Bolsa termina esta semana, encurtada pelo Feriado do Dia do Trabalho, com alta acumulada de 2,28%, a segunda valorização semanal consecutiva. No mês de maio, no entanto, a Bolsa tem queda de 0,75%, enquanto no ano tem perda de 8,96%.
Os papéis da Vale se recuperaram em relação à queda de quinta-feira e subiram 0,93% (ON) e 1,42% (PNA). Já a Petrobras foi o patinho feio da Bolsa na sessão e quase acabou com a festa. Na última hora do pregão, as ações foram às mínimas do dia e por pouco não fizeram o Ibovespa migrar para o campo negativo. Petrobras ON e PN encerraram em queda de 1,30% e 1,23%, respectivamente.
Durante a tarde, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que a produção diária de petróleo em março caiu 8,2% na comparação com o mês anterior, somando 1,853 milhão de barris por dia.
Depois de passar o dia em alta, OGX ON terminou estável. A companhia teve confirmada participação na terceira prévia da carteira teórica do Ibovespa. A fatia da empresa "X" passou de 5,032% na segunda prévia para 5,041% na atual, que passa a vigorar no pregão da próxima segunda-feira, dia 6, com 70 ativos de 65 empresas.
Os destaques de alta do Ibovespa hoje ficaram por conta de Rossi Residencial ON ( 3,63%), Cetip ON ( 3,48%), B2W ON ( 3,17%), Embraer ON ( 3,07%) e Light ON ( 2,75%).
Na outra ponta, as principais quedas no índice nesta sexta-feira foram MMX ON (-5,91%), Oi ON (-5,36%), Oi PN (-2,75%), Lojas Renner ON (-2,17%) e Usiminas ON (-2,04%).
Os Estados Unidos criaram 165 mil empregos em abril e a taxa de desemprego caiu para 7,5%, o menor nível desde dezembro de 2008, conforme anunciado pelo Departamento do Trabalho do país hoje cedo.
Em Wall Street, o índice Dow Jones, que superou sua máxima histórica mais cedo, fechou em alta de 0,96%, enquanto o S&P 500 subiu 1,05% e o Nasdaq avançou 1,14%.
A euforia diante dos dados de emprego fez com que outros dados negativos divulgados hoje fossem ignorados, como a queda acima da esperada de 4,0% nas encomendas à indústria norte-americana em março e o recuo do índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços dos EUA para 53,1 em abril.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

BB Investimentos corta estimativas para a bolsa brasileira


Analistas reduziram a projeção para o Ibovespa em 10%

EXAME.com
  
São Paulo - A equipe de análise do Banco do Brasil Investimentos reduziu a projeção para oIbovespa em 10% após avaliar que o cenário externo está pior do que o visto no final de novembro, quando foi traçado um preço-alvo de 70 mil pontos.
A estimativa, agora em 63 mil pontos, também passa a considerar os resultados das empresas no último trimestre de 2012. Para Hamilton Moreira Alves, estrategista do BB, o panorama só deve ficar diferente com uma mudança no cenário externo.
"A tendência de alta só irá retornar quando o índice romper os 58 mil pontos. Ainda estamos em tendência de baixa", ressalta o analista. O Ibovespa terminou a terça-feira aos 54.885 pontos e acumula uma desvalorização de 10% em 2013.
Alves ressalta que, no cenário pessimista, o índice pode beirar os 60 mil pontos e, no otimista, o nível dos 65 mil pontos.
Alemanha
O principal evento que pode marcar um ponto de inflexão no futuro do Ibovespa este ano será o resultado das eleições legislativas na Alemanha, em setembro. A chanceler alemã, Angela Merkel, tenta a sua terceira reeleição (assumiu em 2005, tendo sido reeleita em 2009). O resultado será de vital importância para a Europa, que já viu a queda de vários primeiros-ministros com a crise, e para o euro.
"Se ela for mantida isso mostra que as pessoas em geral começaram a acreditar na continuidade da austeridade. Pode ser um ponto de inflexão para o mercado, que passará então a acreditar mais na Europa e no euro", explica Alves.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Inflação faz Copom elevar Selic a 7,5%, primeira alta desde 2011




Decisão do BC acontece em meio a temor de disparada da inflação.
Alta de 0,25 é a menor praticada pelo BC; medida deve encarecer crédito.


 
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Selic 7,5% matéria (Foto: Editoria de Arte/G1)
Para tentar conter a inflação elevada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (17) elevar a taxa de juros de 7,25% para 7,5% ao ano. Trata-se da primeira elevação da Selic desde julho de 2011 – quando a taxa subiu de 12,25% para 12,5%.

A decisão, já esperada por parte dos analistas de mercado, interrompe o período de juros na mínima histórica, que nos últimos meses havia levado ao barateamento do crédito, com consequente aumento do consumo pelas famílias brasileiras. A taxa de 7,25% era o menor patamar histórico da Selic e vigorava desde outubro de 2012.
“O Comitê avalia que o nível elevado da inflação e a dispersão de aumentos de preços, entre outros fatores, contribuem para que a inflação mostre resistência e ensejam uma resposta política monetária”, diz nota divulgada pelo Banco Central na noite desta quarta, após o fim da reunião do Copom, e que justifica a elevação da Selic.

“Por outro lado, o Copom pondera que incertezas internas e, principalmente, externas cercam o cenário prospectivo para a inflação e recomendam que a política monetária seja administrada com cautela”, completa a nota, indicando a explicação para a alta de apenas 0,25 ponto percentual, a menor praticada pelo Banco Central.
A alta dos juros não foi unânime entre os membros do colegiado: foram seis votos a favor e outros dois pela manutenção da taxa em 7,25%. Votaram pela elevação: Alexandre Tombini (presidente do BC), Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques. Já pela manutenção em 7,25%, votaram os membros Aldo Luiz Mendes e Luiz Awazu Pereira da Silva.
Inflação
O aumento da Selic ocorre num momento em que cresce o temor de descontrole da inflação em 2013. Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o IPCA acumula alta de 6,59% em 12 meses até março, acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo BC para o ano.

Com a alta dos juros, o Banco Central mira justamente a inflação. A decisão deve levar a um encarecimento do crédito, o que deve levar as famílias a frearem o consumo. Com menos compras, a tendência é que o preço dos produtos caia.

Efeito no PIB
Parte dos analistas de mercado, porém, apostava na manutenção da Selic em 7,25% nesta quarta. Isso porque, junto com a inflação, também existe a preocupação do governo em manter a economia aquecida para combater os efeitos da crise internacional.
No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,9%. Com a alta dos juros nesse momento, a previsão é de que a retomada do crescimento da economia brasileira fique mais difícil – com impacto na criação de empregos e no salário dos trabalhadores.
Sistema de metas de inflação
Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ao subir os juros, o BC atua para controlar a inflação e, ao baixá-los, julga, teoricamente, que a inflação está compatível com a meta.

Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Rendimento da poupança
A elevação dos juros básicos aumenta a rentabilidade da caderneta de poupança. Pelas regras definidas pelo governo, a poupança passou a ser atrelada aos juros básicos da economia, rendendo 70% da aplicação, mais a Taxa Referencial, quando a taxa básica estiver abaixo de 8,5% ao ano.

Com juros em 7,5% ao ano, a remuneração da poupança sobe de 5,07% para 5,25% ao ano mais TR. Antes da mudança das regras, a poupança rendia, pelo menos, 6,17% ao ano, mais TR. Na poupança, porém, não é cobrada taxa de administração e nem Imposto de Renda (IR) - ao contrário dos investimentos em fundos. Os recursos podem ser sacados a qualquer momento.